D. Eurico Dias Nogueira, que morreu esta segunda-feira, aos 91 anos, lançou “as bases da reconciliação e do entusiasmo” na Igreja local e “palavras firmes de denúncia e orientação” ao país, afirma João Aguiar, cónego do cabido de Braga.
O também presidente do conselho de gerência do
Grupo Renascença Comunicação Multimédia recorda que o Arcebispo Emérito “chegou a Braga vindo de uma rica vida missionária e ecuménica, em Moçambique e Angola”, e “num momento difícil da vida da Arquidiocese e do próprio país”.
Por causa dessa posição de denúncia, tentaram colar a
D. Eurico Dias Nogueira “rótulos que não lhe pertenciam” e “expropriá-lo” politicamente, sublinha.
João Aguiar, que é também director do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais da Igreja, lembra que “a cultura e a formação do clero tiveram no senhor D. Eurico um apoio constante”.
“Lembro que ele atraiu à cidade [de Braga] o que é hoje o centro regional da Universidade Católica Portuguesa e colaborou na própria universidade do Minho, pertenceu ao senado universitário", recorda.
Depois de abandonar a responsabilidade directa pela Arquidiocese de Braga, D. Eurico Dias Nogueira continuou interessado e participante. “Nos últimos meses, não, mas, mesmo depois de abandonar a responsabilidade directa da Arquidiocese, colaborava na vida diocesana e foi, durante alguns anos, juiz do próprio tribunal eclesiástico. Era uma pessoa que não se intrometia na vida da diocese, mas estava atento, participante e interessado em tudo aquilo que dele íamos precisando”, afirma o cónego João Aguiar,
D. Eurico Dias Nogueira deixou também marcas na comunicação social. Apoiou a transformação do “Diário do Minho” e assumiu a implantação em Braga de um estúdio regional da Renascença.
O arcebispo emérito de Braga morreu esta segunda-feira à noite, aos 91 anos. O corpo estará a partir de amanhã, às 10h00, na Sé de Braga, onde vai haver recitação de laudes. Às 17h00 haverá uma missa. Funeral realiza-se quarta-feira, às 15h30, também, na Sé de Braga.