Mais de 800 padres afastados por casos de abusos em dez anos
07 mai, 2014 • Ecclesia
Representante da Santa Sé revela números no âmbito da 52ª sessão do Comité das Nações Unidas sobre a Convenção contra a Tortura.
O chefe da delegação da Santa Sé junto do Comité das Nações Unidas contra a Tortura disse, em Genebra, que 848 padres foram afastados do seu ministério nos últimos dez anos, por causa de abusos sexuais de menores. A Santa Sé investigou 3.420 casos.
“Foi necessário levar dados precisos que revelam a actividade da Congregação para a Doutrina da Fé que laicizou, de 2004 até ao fim de 2013, 848 sacerdotes, reduziu-os ao estado laical, mostrando como é séria a vontade de pôr fim a estes crimes e de os prevenir”, disse o arcebispo italiano D. Silvano Tomasi, no âmbito da 52ª sessão do Comité das Nações Unidas sobre a Convenção contra a Tortura.
De acordo com Tomasi, é importante mostrar que a Igreja Católica, a Santa Sé e as conferências episcopais, “estão há dez anos na linha da frente para combater todos os abusos sexuais sobre menores, para prevenir este crime, ajudar as vítimas e punir também os culpados”.
D. Silvano Tomasi respondeu a várias questões, após ter apresentado, na segunda-feira, o primeiro relatório da Santa Sé sobre esta matéria, reafirmando o compromisso do Vaticano no combate à tortura.
Segundo o arcebispo italiano, era “de alguma forma previsível” que o tema dos abusos sexuais entrasse na discussão, por estar ligado ao “tratamento desumano e humilhante”, que faz parte da Convenção contra a Tortura.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, vai encontrar-se com o Papa, no Vaticano, esta sexta-feira.