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Já morreram 31 muçulmanos em Assam, na Índia

03 mai, 2014 • Filipe d’Avillez

O massacre, que inclui mulheres e crianças, está a preocupar a comunidade islâmica na Índia e a aumentar o espectro de violência sectária no país.  

As autoridades indianas encontraram os cadáveres de nove muçulmanos, este sábado, no Estado de Assam, na Índia, aumentando para 31 o número de mortos ao longo dos últimos três dias nesta região.

Os principais suspeitos são militantes da tribo Bodo, que acusam os imigrantes ilegais do Bangladesh de estarem a ocupar o seu território ancestral. Em resposta o Governo reforçou a presença das forças armadas na região.

Mas a situação é particularmente preocupante numa altura em que na Índia decorrem eleições, de onde sairá um novo primeiro-ministro. Um dos candidatos, com fortes possibilidades de vencer, é Narendra Modi, do partido nacionalista hindu, BJP.

Modi, que já foi acusado de ter incitado motins anti-islâmicos em 2002 no Estado de Gujarat, do qual era governador, já se tinha referido à situação em Assam, avisando que caso ele ganhe as eleições, os imigrantes ilegais muçulmanos devem “ter as malas feitas”.

Embora a maioria dos habitantes do Assam sejam hindus, esta não é a religião do povo Bodo, que pratica na sua maioria o bathuísmo, uma religião tradicional.

Por toda a Índia o hinduísmo é maioritário, mas existe uma significativa minoria muçulmana e um historial de conflito entre os dois. Há ainda uma minoria cristã, que se tem queixado de perseguições, sobretudo em Estados ou regiões em que o BJP governa, como em Orissa, onde em 2008 foram mortos dezenas de cristãos por extremistas hindus.

As eleições na Índia, o maior evento democrático do mundo, decorrem ao longo de várias semanas. Narendra Modi é um dos principais candidatos, o outro é Rahul Gandhi, do Partido do Congresso, actualmente no poder.