Patriarca e UGT conversaram sobre a “troika” e acção social da Igreja
25 fev, 2014
Carlos Silva e D. Manuel Clemente estiveram reunidos durante quase uma hora. No final apenas o sindicalista conversou com os jornalistas.
D. Manuel Clemente manifestou interesse em saber se as confederações patronais eram sensíveis às preocupações sociais da central sindical. O Patriarca encontrou-se esta terça-feira com a UGT, da qual ouviu elogios sobre o papel da Igreja na assistência aos mais pobres durante a crise.
D. Manuel Clemente não falou no final do encontro de 50 minutos que a central sindical solicitou, mas Carlos Silva referiu alguns dos pontos abordados.
“A uma pergunta interessante, se encontrávamos eco das nossas preocupações nos parceiros empresariais, dissemos que sim. Têm sido sobretudo a ‘troika’ e estas instituições internacionais que não são democráticas e que são sobretudo burocratas, que não compreendem para as vidas das pessoas, olham apenas para os números, e lamentavelmente transmitimos ao Patriarca de Lisboa aquilo que tem sido o nosso discurso, que o poder financeiro e económico suplantaram largamente e controlam hoje o poder democrático e que ultrapassam claramente as questões sociais”.
Carlos Silva aproveitou para fazer referência ao trabalho da Igreja Católica no apoio aos desfavorecidos e lembrou que até o líder do PSD elogiou o papel da Igreja no congresso dos sociais-democratas no passado fim-de-semana, mas lamentou que o actual Governo opte por políticas que prejudicam os mais desfavorecidos.
“Ouvi as referências às Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) e à generosidade que as organizações católicas têm demonstrado nestes dois anos e meio de grandes penalizações aos portugueses", disse o líder sindical, acrescentando: "Pena é que as políticas recessivas, economicistas, o zelo excessivo das metas orçamentais, não seja compaginável com uma grande disponibilidade mental do ponto de vista social para apoiar os cidadãos carenciados do país”.