Papa acredita que “Deus terminará o milagre da unidade dos cristãos”
21 fev, 2014
Numa mensagem histórica, Francisco dirige-se a uma comunidade pentecostal, pedindo-lhes orações e manifestando a sua vontade de que os cristãos ultrapassem as suas diferenças.
O Papa Francisco manifestou a sua fé de que Deus conclua bem o processo de unificação das Igrejas cristãs.
Numa mensagem vídeo, dirigida a um encontro pentecostal nos Estados Unidos, o Papa citou Manzoni, um famoso autor italiano, para dizer que esta obra está nas mãos do Senhor e que aos cristãos resta colaborar e confiar: “Nunca vi Deus iniciar um milagre que não concluísse bem”.
“Ele concluirá este milagre da unidade”, diz Francisco.
Na mensagem, de cerca de cinco minutos, o Papa diz que as divisões entre cristãos são fruto de um legado de pecado que é comum a todos e recorre à história de José, filho de Jacob, que, segundo a Bíblia, foi vendido pelos seus irmãos para o cativeiro, vindo a tornar-se copeiro do Faraó, no Egipto.
Quando a fome se abateu sobre a terra de Jacob, os irmãos foram ao Egipto comprar comida. “Eles tinham dinheiro, mas não podiam comer o dinheiro. Foram ao Egipto comprar comida, mas encontraram mais que comida, encontraram o irmão. Nós também temos dinheiro, o dinheiro da cultura, o dinheiro da nossa história, tantas riquezas culturais, riquezas religiosas, e temos diversas tradições. Mas temos de nos encontrar como irmãos. Temos de chorar juntos, como fez José. Estas lágrimas unir-nos-ão, as lágrimas do amor.”
Insistindo que fala “como um irmão”, o Papa pede aos pentecostais que rezem por ele, prometendo também rezar pela comunidade a quem se dirige.
Os pentecostais são um ramo do Cristianismo que coloca uma grande ênfase nos dons do Espírito Santo. As suas celebrações costumam ser marcadas pelas manifestações do Espírito nos fiéis, alguns dos quais começam a falar espontaneamente noutras línguas, enquanto outros se deixam cair no chão e tremem, como se possuídos pelo Espírito Santo.
Embora existam comunidades pentecostais católicas, o fenómeno é maioritariamente protestante.
A comunidade a que Francisco se dirigia é dirigida pelo pastor Kenneth Copeland. Neste encontro, Copeland tinha convidado um bispo de tradição anglicana, Tony Palmer, que é amigo de longa data de Francisco e que gravou o vídeo.
É de realçar ainda que a mensagem é gravada de forma amadora, por uma máquina de filmar que parece ser caseira ou de um dispositivo móvel. O Papa fala de improviso.
Depois de exibido o vídeo, os fiéis reunidos no encontro liderado por Copeland irromperam em aplausos e, respondendo ao pedido do Papa, rezam também por ele e pela unidade.