19 fev, 2014 • Ângela Roque
Duas portuguesas vão entregar esta quarta-feira ao Papa um documentário que fizeram sobre o trabalho dos missionários da Consolata num bairro dos arredores de Lisboa. As irmãs Leitão dizem que esta é “uma história de excepção que merecia ser contada”.
No documentário "O Meu Bairro", Inês e Daniela mostram um exemplo de como a Igreja está no terreno, neste caso, no bairro do Zambujal, às portas de Lisboa. “Para nós faz muito sentido mostrar a Igreja que trabalha e está perto dos mais pobres e dos excluídos”, diz a argumentista Inês Leitão.
“ Ali os padres e as irmãs trabalham com a comunidade. Estão há 10 anos no bairro do Zambujal a trabalhar no terreno, a casa deles é um apartamento dentro do bairro. Um grupo de irmãs abriu uma escolinha para alfabetização de mulheres africanas, para elas poderem falar melhor português e poderem obter um emprego melhor; a Casa Zambujal foi uma associação que foi criada para tirar os jovens da rua; os padres e as irmãs estão a criar um ginásio”, exemplifica.
A argumentista diz que esta era uma história que merecia ser contada. “Estamos a falar de irmãos e irmãs maravilhosos, e eles mereciam ser mostrados. Eu acredito que se podem dar na televisão ou no cinema histórias boas, e esta história destes missionários não é uma história boa, é uma história de vida humana de excepção.”
Com o filme pronto, acharam que fazia sentido mostrá-lo ao Papa, que tem pedido aos média que divulguem o trabalho da Igreja. “Eu escrevi-lhe uma carta a explicar-lhe aquilo que tinha feito, e aquilo que eu gostaria de poder continuar a fazer, que é mostrar a Igreja de uma forma inovadora, a católicos e não católicos, uma Igreja que trabalha e que é fraterna”, explica Inês Leitão.
O pedido foi aceite e a expectativa é agora muita. “Nós estaremos ali para o cumprimentar e para lhe dizer em breves palavras aquilo que fazemos, para lhe dar uma grande abraço, se ele permitir, e para lhe entregar em mãos ‘O Meu Bairro’, que era o que eu queria fazer.”
Inês é a argumentista, Daniela a realizadora, e este é já o segundo documentário que fazem sobre o trabalho da Igreja. O primeiro, "Mulheres de Deus", foi com as irmãs hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus. Desta vez quiseram inovar e pediram ao grupo “Mundo Complexo” que fizessem a banda sonora do filme, que ficou assim “um documentário religioso, mas com rap”.