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Patriarca de Lisboa não vai ser cardeal este ano

12 jan, 2014

Papa anuncia novos cardeais e passará a ter como conselheiros homens de partes do mundo que raramente ou nunca foram representadas no Colégio. Consistório marcado para 22 de Fevereiro.

O Papa anunciou, este domingo, a lista de 19 cardeais que vai criar no próximo Consistório. O Patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, não figura na lista, provavelmente porque, apesar de ser costume nomear o Patriarca no primeiro Consistório após a sua tomada de posse, também existe o hábito de não existirem dois cardeais eleitores da mesma diocese. D. José Polícarpo ainda será cardeal eleitor até completar 80 anos. 

 A lista inclui responsáveis da Cúria Romana e várias dioceses, oriundos de 12 países, entre os quais três arcebispos eméritos. O Consistório está marcado para 22 de Fevereiro.

"Como já foi anunciado anteriormente, a 22 de Fevereiro, Festa da Cátedra de São Pedro, terei a alegria de realizar um Consistório, no qual vou nomear 16 novos cardeais que representam a relação íntima entre a Igreja de Roma e as outras igrejas espalhadas para o mundo", começou por anunciar o Papa.

"No dia seguinte, presidirá a uma celebração solene co-celebrada com os novos cardeais, enquanto a 20 e 21 de Fevereiro vai realizar-se um Consistório com todos os cardeais para reflectir sobre o tema da família", acrescentou.

Como já era esperado, foram nomeados D. Pietro Parolin, arcebispo titular de Acquapendente e Secretário de Estado; D. Lorenzo Baldisseri, arcebispo titular de Diocleziana e Secretário-Geral do Sínodo dos Bispos; o Bispo Gerhard Ludwig Műller, arcebispo emérito de Regensburg e prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé e o arcebispo Beniamino Stella, arcebispo titular de Midila e prefeito da Congregação para o Clero.

Foram também nomeados o arcebispo Vincent Nichols, arcebispo de Westminster (Grã-Bretanha), D. Leopoldo José Brenes Solórzano, arcebispo de Manágua (Nicarágua), o Bispo Gérald Cyprien Lacroix Arcebispo de Québec (Canadá),  D. Jean-Pierre Kutwa , Arcebispo de Abidjan (Costa do Marfim), D. Orani João Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro (Brasil),  D. Gualtiero Bassetti, arcebispo de Perugia (Itália), o Bispo Mario Aurelio Poli, arcebispo de Buenos Aires (Argentina), D. Andrew Yeom Soo Jung , arcebispo de Seul (Coreia), D. Ricardo Ezzati Andrell, arcebispo de Santiago de Chile (Chile), D. Philippe Nakellentuba Ouedraogo , Arcebispo de Ouagadougou (Burkina Faso), D. Orlando B. Quevedo, arcebispo de Cotabato (Filipinas) e o Bispo Chibly Langlois, Bispo de Les Cayes (Haiti).

Com a nomeação do arcebispo de Westminster, Vincent Nichols, a Grã-Bretanha volta a ter um cardeal eleitor.

Juntam-se aos membros do Colégio de Cardeais três arcebispos eméritos, sem voto num eventual conclave, "que se distinguiram pelo seu serviço à Santa Sé e da Igreja": o arcebispo Loris Francesco Capovilla, arcebispo titular de Mesembria e antigo secretário do Papa João XXIII; D. Fernando Sebastián Aguilar, arcebispo emérito de Pamplona e o arcebispo Edward Kelvin Felix, arcebispo emérito de Castries.

Com estas escolhas, o Papa marca uma quebra com a tradição e parece colocar um ponto final no eurocentrismo das nomeações cardinalícias. O Papa passará a ter como conselheiros homens de partes do mundo que raramente ou nunca foram representadas no Colégio.

Veneza e Bruxelas ficam de fora, tal como o novo arcebispo-maior da Igreja greco-catolica da Ucrânia, cujo antecessor também já não é eleitor, e que chefia a maior igreja oriental da comunhão católica.