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Putin e Papa falam da Síria mas não abordam questões ecuménicas

26 nov, 2013 • Filipe d’Avillez

O Presidente russo tem feito uma aproximação ao Cristianismo, defendendo os valores cristãos contra a “decadência ocidental” e colocando-se como protector das minorias cristãs perseguidas.  

Putin e Papa falam da Síria mas não abordam questões ecuménicas
Vladimir Putin, o presidente da Federação Russa, esteve terça-feira à noite em Roma, onde se encontrou com o Papa Francisco.

A questão da Síria esteve no centro das atenções da conversa, com ambos a expressar, por via de intérpretes, a sua preocupação pelo país.

Putin agradeceu ao Papa a carta que lhe escreveu em Setembro, quando o G20 se encontrou em Moscovo, em que pedia aos líderes para colocarem de lado a procura “fútil de uma solução militar para o problema”.

Na altura a carta deu força à Rússia, que estava a tentar evitar uma intervenção internacional liderada pelos Estados Unidos, o que acabou por conseguir.

O encontro entre Putin e o Papa Francisco é especialmente interessante uma vez que ao longo dos últimos anos o Presidente russo tem feito uma aproximação ao Cristianismo, nomeadamente através da renascida Igreja Ortodoxa Russa, defendendo os valores cristãos contra a “decadência ocidental” e colocando-se como protector das minorias cristãs perseguidas, como por exemplo no Médio Oriente e especificamente na Síria.

A Igreja Ortodoxa da Rússia é a maior, de longe, das igrejas ortodoxas e ao longo dos últimos anos tem havido alguns avanços ecuménicos nas relações entre Roma e Moscovo. Contudo, os russos continuam a adiar um encontro entre o Patriarca de Moscovo e o Papa, que tem sido tentado desde João Paulo II.

No encontro de terça-feira Vladimir Putin fez chegar ao Papa saudações da parte do Patriarca Cirilo, de Moscovo, mas segundo o Gabinete de Imprensa da Santa Sé, não foram discutidos assuntos ecuménicos.