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Papa despediu-se do cardeal Bertone

15 out, 2013 • Ecclesia

Francisco deixou elogios à “lealdade” do secretário de Estado cessante e à sua “coragem” face às adversidades.  

Papa despediu-se do cardeal Bertone
O Papa Francisco despediu-se hoje do secretário de Estado cessante do Vaticano, o Cardeal Tarcisio Bertone, destacando a sua “lealdade” e dedicação à Igreja.

“A atitude de fidelidade incondicional e de absoluta lealdade a Pedro [o Papa] é característica distintiva do seu mandato como secretário de Estado, tanto em relação a Bento XVI como em relação a mim, nestes meses”, disse, numa carta escrita por ocasião da cerimónia de despedida que decorreu na Biblioteca da Secretaria de Estado.

Francisco mostrou-se “profundamente grato” pelo serviço do cardeal Bertone, que desde Setembro de 2006 assumia o cargo de secretário de Estado, o mais directo colaborador do Papa no governo da Igreja.

A intervenção, perante colaboradores e funcionários da Secretaria de Estado do Vaticano, deixou mais agradecimentos pela “coragem e paciência” com que o Cardeal italiano viveu “as contrariedades” que teve de enfrentar.

“Foram muitas”, afirmou o Papa.

Durante o tempo em que assumiu o cargo, o antigo secretário de Estado foi alvo de críticas por causa da sua falta de experiência diplomática e viu rebentar o caso ‘vatileaks’, com a divulgação de documentos reservados de Bento XVI.

O agora Papa emérito manteve a confiança no seu braço direito e rejeitou o pedido de renúncia ao cargo que o Cardeal Tarcisio Bertone apresentou ao completar os 75 anos de idade, como determina o Direito Canónico.

“Caro Cardeal Bertone, neste momento apraz-me pensar que, ainda que não tenham faltado os espinhos, a Virgem auxiliadora não fez faltar a sua ajuda e não a fará faltar no futuro”, declarou o Papa.

“Com a iniciativa e o amor ao Papa que caracterizam os filhos de São João Bosco [salesianos], desenvolveu sempre com dedicação a sua missão de liderança nas relações internacionais da Santa Sé, tão importante no ministério do Bispo de Roma”, escreveu.

Francisco falou numa missão “delicada e desafiante”, que ficou explícita em “sete anos de trabalho intenso, vividos com grande generosidade e espírito de serviço”.