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Alemanha cria homenagem a vítimas de eutanásia nazi

10 jul, 2013

Durante os anos do III Reich, foram mortas até 400 mil pessoas, consideradas “indignas” de viver. As vítimas incluíam idosos, deficientes e doentes.

A Alemanha vai edificar um monumento de homenagem às centenas de milhares de pessoas que morreram às mãos da campanha de eutanásia do regime nazi.

Durante vários anos o Governo procedeu à liquidação de pessoas consideradas “indignas” de viver, através da eutanásia, apresentada como um gesto de compaixão que ajudaria o esforço de guerra e a purificação da raça ariana.

Oficialmente foram mortas cerca de 70 mil pessoas, incluindo crianças, nomeadamente deficientes, idosos ou pessoas doentes. Mas os historiadores calculam que o número real de vítimas pode ter chegado aos 400 mil.

Durante os anos do programa de eutanásia um dos poucos que ousou criticar publicamente a prática foi o bispo de Munster, August Von Galen. Se aplicarmos o princípio de que se pode ‘matar’ seres humanos improdutivos, então ai de nós quando formos velhos e frágeis! Se podemos matar os improdutivos, então ai dos inválidos que esgotaram, sacrificaram e perderam a sua força e a sua saúde no processo produtivo... Pobres, doentes, improdutivos, e daí? Acaso eles perderam o direito à vida? Vocês e eu temos o direito a viver apenas enquanto formos produtivos?”, afirmou, durante uma homilia em 1941, levando a um dos poucos casos de protestos públicos contra medidas do regime durante a sua vigência.

Para que estas vítimas não caiam no esquecimento, Berlim vai passar a contar com um monumento de vidro azul com 30 metros de comprimento, que se situará perto das já existentes homenagens aos judeus e aos ciganos mortos pelos nazis.

A homenagem alemã surge numa altura em que vários países que rodeiam o país já legalizaram a eutanásia, incluindo o Luxemburgo, Suíça e Holanda. O Presidente francês François Hollande já manifestou a intenção de legalizar a prática também no seu país.