23 jan, 2013
Um dos autores do relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI) para a refundação do Estado português foi demitido esta quarta-feira da direcção da Fundação Ideas, que pertence ao Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), por suspeita de desvio de verbas.
Carlos Mulas é agora obrigado a rescindir contrato com a fundação e a devolver mais de 50 mil euros pagos a uma suposta Amy Martin, uma colunista que escrevia artigos para a instituição e que, na verdade, não existe.
A direcção da fundação investigou o caso e constatou que eram pagos três mil euros por cada artigo, pagamentos de que Carlos Mulas é o único responsável. O PSOE não exclui agora avançar para uma acção judicial na sequência desta notícia de fraude, avançada pelo jornal espanhol "El Mundo".
Num artigo publicado pelo próprio no site da Fundação Ideas, intitulado "Colaboração e confrontação: Os sindicatos e a social-democracia em Espanha", Carlos Mulas termina com um agradecimento a Amy Martin, a suposta colunista que agora a fundação confirma nunca ter existido.
Carlos Mulas, economista e assessor económico do ex-chefe de Governo espanhol José Luis Rodriguez Zapatero, manifestou-se publicamente contra os cortes no Estado no Reino Unido e em Espanha, mas foi um dos autores do relatório do FMI que propõe cortes de quatro mil milhões de euros no Estado português.
Na lista de recomendações do FMI para Portugal está a redução de funcionários públicos, o corte nos salários, na educação, na saúde e nas forças de segurança.