11 mai, 2014
O ex-líder do PSD Marcelo Rebelo de Sousa defendeu no sábado o voto obrigatório, mas lembrou que se trata de uma matéria em que tem de haver consenso e que com "este PS" tal não será fácil alcançar.
"Hoje em matéria de abstenção eu acho que era preciso ter a coragem - pode parecer politicamente incorrecto - mas, dizer o seguinte: o voto tem que ser obrigatório", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, durante um debate na Universidade Política de Lisboa da JSD, em Lisboa.
Questionando até onde é que será preciso a abstenção subir para que as pessoas tenham a convicção da necessidade do voto obrigatório, o comentador recordou que numa matéria fundamental como essa são necessários "consensos de regime".
"Com este PS não é fácil ter consensos de revisão, nem em matérias fundamentais", acrescentou. Por outro lado, os "partidos de contestação" também iriam todos protestar, "porque eles ganham com a abstenção".
"O 'PC' vai atirar-se ao ar com defesa da democracia, o BE, uma parte do PS", admitiu.
Antes, o antigo líder social-democrata tinha também lançado algumas farpas ao secretário-geral do PS, considerando que António José Seguro "não tem substância". "Olhamos através dele e vemos a parede que está atrás, é tão leve, tão leve, tão leve que se vê a parede que está atrás", ironizou.
Marcelo Rebelo de Sousa deixou também algumas críticas ao Governo, sublinhando que "o ponto mais crítico em relação à maioria tem sido a falta de cuidado na gestão política e na gestão de comunicação".
"A gestão neste momento dos sucessos económicos é uma prioridade para o Governo e para a maioria, a especulação sobre os cenários antes e depois das legislativas é uma não-prioridade para a maioria", argumentou, considerando ainda que os "cenários" devem ser deixados para os comentadores e que ninguém responsável no PSD deve fazer especulação.