15 fev, 2015
A polícia dinamarquesa matou a tiro o suspeito dos dois tiroteios que aconteceram em Copenhaga no sábado e na madrugada de domingo, que fizeram dois mortos e cinco feridos.
Depois do suspeito ter fugido a pé do segundo local, a polícia organizou uma operação de caça ao homem com o apoio de helicópteros e veículos militares até às 5h00 quando localizaram o suspeito e abateram-no a tiro.
“Assumimos que é o mesmo culpado responsável pelos dois acidentes quem foi morto pela polícia”, disse Torben Molgaard, inspector da polícia, aos jornalistas.
A primeira-ministra descreveu o primeiro tiroteio – de características semelhantes ao do "Charlie Hebdo" em Janeiro – como um ataque terrorista.
“Temos a certeza que foi um ataque de motivos políticos e por isso, um ataque terrorista”, considerou Helle Thorning-Schmid.
O primeiro tiroteio aconteceu no sábado, em Copenhaga, perto de um centro cultural onde estava o artista sueco Lars Vilks, conhecido pelos seus cartoons controversos alusivos a Maomé e ao Islão, no âmbito de um debate sobre arte, blasfémia e liberdade de expressão.
O artista, que provocou grande controvérsia quando, em 2007, publicou um desenho em que retratava Maomé com corpo de cão, considera ter sido ele o alvo do ataque.
“Que outro motivo pode haver? É possível que [o atirador] se tinha inspirado no Charlie Hebdo”, disse à agência Associated Press.
Na madrugada de domingo foi registado um novo tiroteio numa sinagoga da capital dinamarquesa. Uma pessoa morreu e dois polícias ficaram feridos.
O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, disse que os ataques na Dinamarca foram “outro ataque terrorista brutal para atingir os nossos valores fundamentais da liberdade, incluindo a liberdade de expressão.”
Também a Arábia Saudita condenou o que chamou de “feios incidentes terroristas e criminais”, que resultaram “na morte e no ferimento de inocentes”.
Em Portugal os ataques foram recebidos com pesar e considerados "particularmente chocantes porque atentam contra a liberdade de pensamento e de expressão" e contra um local de fé, referiu o Ministério dos Negócios Estrangeiros em comunicado.
[Notícia actualizada às 14h25]