Há dois ou três portugueses, sobretudo raparigas, que militam no Estado Islâmico e que querem regressar a Portugal, revelou,
em entrevista à Renascença, o ministro dos Negócios Estrangeiros.
Segundo Rui Machete, estas as jovens fazem parte de um grupo de 12 a 15 portugueses que estão nas fileiras daquele movimento radical, consequência do que diz ser uma “crise de valores que hoje atravessamos e a falta de um ideal”.
Quem são os portugueses que decidiram juntar-se ao Estado Islâmico e porque o fizeram? A imprensa portuguesa encontrou uma adolescente suspeita de terrorismo e o seu marido, um bombista suicida e muitos outros.
Umm e Abdu já foram Ângela e Fábio. Agora casados, muçulmanos convertidos e defensores do califado islâmico, começaram a “Guerra Santa” na Internet, até ao dia em que se juntaram aos jihadistas - ele deixando os arredores de Lisboa e ela a Holanda, para onde os pais, alentejanos, tinham emigrado.
Ângela, de 19 anos, diz sentir-se em casa na Síria e não quer voltar a Portugal, segundo contou ao jornal holandês "De Telegraaf". O marido, sonhava jogar futebol profissional, mas, agora, está a ser monitorizado por suspeita de actividade terrorista e é um dos membros mais activos na guerra. A história de ambos foi contada pelo semanário Expresso, em Setembro. Seguiram-se entrevistas a outros meios.
Celso Costa (ou Abu Isa al-Andalus). Imagem: MEMRI
O mesmo jornal descobriu ainda os
irmãos Costa, de 26 e 30 anos, que, tal como
Fábio, cresceram na linha de Sintra, Santos, filho de emigrantes portugueses em França, e um jovem de Quarteira, de 28 anos. O algarvio terá sido ferido com gravidade e ainda não regressou ao combate. Os restantes mantêm-se activos.
Morte num ataque suicidaLusodescendente e amigo de Santos, Micael, de 22 anos, tem família em Trás-os-Montes. Estudava desporto numa universidade de Paris. Nunca tinha pegado numa arma antes de se juntar à jihad. Agora, aquilo que mais gosta de fazer na Síria é “treinar e matar”, disse ao Expresso.
Outro filho de um casal de portugueses,
Abu Osama Al-Faransi - o nome árabe que adoptou após a conversão - morreu no Iraque, num ataque suicida a 22 de Maio deste ano. Acima de tudo, estes portugueses acreditam nos ideais radicais defendidos pelo Estado Islâmico. Uma crença que conduz a sua vida, e a sua morte.
“Os média criam a ideia de que se vive no meio de uma guerra, mas não é tão inseguro como dizem. É verdade que às vezes cai uma bomba, mas não se sente medo. E se a bomba tiver escrito o nosso nome, tornamo-nos mártires”, disse Ângela ao “De Telegraaf".