Obama estende uma mão cautelosa ao Irão
24 set, 2013
Desde a eleição de Hassan Rouhani o discurso de Teerão mudou radicalmente, adoptando um tom muito mais conciliatório.
O Presidente Barack Obama falou, esta terça-feira, à Assembleia Geral das Nações Unidas, deixando sinais cautelosos de que pode haver uma aproximação diplomática à República Islâmica do Irão. Desde a eleição de Hassan Rouhani o discurso de Teerão mudou radicalmente, adoptando um tom muito mais conciliatório.
O Presidente Barack Obama falou, esta terça-feira, à Assembleia Geral das Nações Unidas, deixando sinais cautelosos de que pode haver uma aproximação diplomática à República Islâmica do Irão.
“Os obstáculos podem ser demasiado grandes”, disse Obama, referindo-se a 34 anos de suspeição mútua, ao rapto de cidadãos americanos por parte do Irão ou de grupos patrocinados pelo pelo país, ao apoio a grupos terroristas e promessas de irradicação de Israel, um aliado próximo dos Estados Unidos.
“Mas acredito firmemente que o caminho diplomático deve ser testado”, concluiu Obama.
A eleição de Hassan Rouhani, um moderado, para a presidência do Irão, permitiu uma rápida mudança de tom da retórica iraniana. Rouhani tem apelado claramente a uma aproximação aos Estados Unidos, negando qualquer desejo de produzir armas nucleares e mesmo enviando saudações aos judeus do mundo por ocasião do ano novo judaico.
A questão nuclear é uma das chaves para este entendimento. Obama afirmou que os Estados Unidos respeitam o direito do Irão a ter acesso a tecnologia nuclear, mas não referiu o enriquecimento de urânio. O presidente americano disse também que não procura a alteração do regime iraniano.
Numa afirmação que foi entendida também como o estender da mão a Teerão, Obama referiu as vítimas iranianas de ataques químicos durante a sua guerra com o Iraque.
Falando da situação na Síria, um dos temas que está a dominar esta assembleia geral das Nações Unidas, e criticando a utilização de armas químicas, Obama diz que as imagens da Síria evocam outras: “de soldados a sofrer nas trincheiras, de judeus massacrados nas câmaras de gás, de iranianos envenenados às dezenas de milhares”.
Ainda sobre a Síria, Obama elogiou o facto de se ter chegado a um entendimento para a entrega das armas químicas que o regime ainda possui, mas mostrou-se também céptico e falou da necessidade de uma intervenção caso este plano falhe.
"Sabemos que há muitos que estão desiludidos com a nossa boa vontade em usar a força militar para depor Assad e acreditam que um falhanço pode mostrar a debilidade da vontade americana na região. Outros sugerem que a minha vontade de dirigir ainda que de forma limitada, uma acção militar para impedir o uso de armas químicas mostra que não aprendemos nada com o Iraque e que a américa continua a procurar controlar o médio oriente para satisfazer os seus próprios interesses. Admito que isto seja inevitável dado o papel da américa no mundo", afirmou Obama.
"Esta atitude contraditória tem impacto no apoio dos americanos ao envolvimento no Médio Oriente e permite aos líderes na região e à comunidade internacional evitar comprometerem-se com a resolução desses problemas", lamentou o Presidente americano.