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Governo diz que greves na CP já custaram 2,2 milhões em 2013

12 fev, 2013

Sindicatos dizem que são sempre os trabalhadores e os utentes a sofrer com as medidas de contenção de custos e que o caminho-de-ferro não pode ser visto só com base em números.

Em dia de greve na CP o Secretário de Estado dos Transportes calcula que entre perdas de receita e custos crescidos, o prejuízo dos dois dias inteiros de paragem, desde o início do ano, incluindo o de hoje, ultrapasse os dois milhões de euros.

Em declarações à Renascença Sergio Monteiro diz temer o pior no final do ano se a situação continuar, ou seja, que o esforço de consolidação a empresa possa não garantir o equilíbrio operacional.

“Obviamente que estas situações põem em maior dificuldade a situação financeira das empresas. Só desder o início do ano as duas greves de dia inteiro, o de 1 de Janeiro e de hoje a 12 de Fevereiro, a perda de receita e acréscimo de custo é de 2,2 milhões de euros. Obviamente, tememos o pior para o final do ano, caso a situação se mantenha”´

O secretário de Estado diz que o pior cenário pode passar pelo desequilíbrio financeiro da empresa, apesar de todos os esforços de utentes e do Governo: “Que o esforço que os utentes têm feito, aceitando pagar um pouco mais pelos bilhetes em nome da continuidade do serviço e as reduções de custos que o Governo tem levado a cabo através das orientações que dá à administração, possam não ser suficientes para manter o equilíbrio operacional dentro das empresas de transportes”.

Em resposta a estas declarações José Manuel Oliveira, coordenador dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações diz que os trabalhadores estão cansados de serem sempre os mesmos a serem prejudicados.

“É evidente que se o senhor secretário de Estado está muito preocupado com as contas. Nós também estamos, queremos uma empresa que preste um serviço social com segurança e qualidade. Verificamos que o que se tem feito ao longo dos últimos tempos é bater sempre nos mesmos. Não nos interessa ter apenas um encontro com o secretário de Estado, queremos reuniões com o Governo, com conteúdo e que possam responder àquilo que são os desejos e aspirações dos trabalhadores e que se encontrem soluções e que se encontrem soluções boas para os trabalhadores e para a empresa.”

Para José Manuel Oliveira é um erro olhar para a CP só com base nos números: “Entendemos que de facto não se deve olhar para o caminho-de-ferro só na base dos números, mas tendo em conta o serviço que ele presta à sociedade. Tem de ser um serviço de qualidade, seguro, um serviço que atraia cada vez mais pessoas para o transporte público, seguramente com ganhos indirectos muito grandes para o país e para a sociedade”.