03 dez, 2011
O sector do turismo garante que o país vai perder muito com a introdução de portagens nas SCUT.
O presidente do turismo do Algarve, António Pina, revela que “um dos bons espaços de onde nós recebemos turistas é da Andaluzia”. António Pina garante que vêm pela restauração, pela praia e pela hotelaria. “Nós só estamos a pôr pedras num caminho que já é estreito”, refere.
As queixas do presidente do turismo do Algarve não se prendem só com as portagens. “Se acrescentarmos o IVA na restauração e, no caso concreto do Algarve, o IVA no golfe estamos a caminhar alegremente para o precipício”, remata António Pina.
No mesmo tom alinha Pedro Machado, do Turismo do Centro. “Nós somos atravessados por três linhas de aplicação de SCUT – A29, A25 e A23. Temos no mercado espanhol o nosso principal mercado e não ver fácil convencer os turistas espanhóis para um destino que lhe aumenta o custo no transporte, que lhe aumenta o custo percentual na restauração”, garante.
Diplomas publicados, mas protestos continuam
A A25 foi palco de nova marcha lenta ao final do dia, ente Viseu e Mangualde.
“Creio que foi uma grande marcha lenta”, afirma Francisco Almeida, da Comissão de Utentes, sobre o protesto que contou com o apoio de empresas transportadoras.
“Isto é um grande crime que estão a fazer à nossa região, à economia desta região, às empresas, ao emprego, às pessoas que vivem e trabalham nesta região”, refere Francisco Almeida, acrescentando que “há aqui empresas que pagam hoje 50 mil euros por mês de portagens. Com as portagens na A25, A23 e A24 vão passar para 250 mil euros. É dinheiro!”
Terminada a marcha lenta, Francisco Almeida garante que vão juntar-se “um dia destes e encontrar novas formas de acção, luta e protesto”.
Preços acima do esperado
A Sul, no Algarve, a indignação faz-se ouvir perante os preços estabelecidos para a Via do Infante – mais de 11 cêntimos por quilómetro.
João Vasconcelos, da comissão de utentes da Via do Infante, acredita que “deve ser o preço mais alto de qualquer auto-estrada do país”.
O autarca de Vila Real de Santo António, Luís Gomes, critica também o facto dos preços ainda não terem sido afixados, numa altura em que “as pessoas vão ter de fazer contas à vida”.
O Movimento Anti-portagens na Via do Infante entregou, entretanto, esta sexta-feira uma providencia cautelar a pedir a suspensão do decreto que prevê o pagamento de portagens.