A ministra da Justiça considerou esta quinta-feira que "qualquer pessoa que ponha em causa uma instituição deve imediatamente apresentar o seu pedido de demissão ou de suspensão de funções". "O tempo da impunidade acabou", disse.
Paula Teixeira da Cruz falava à Lusa sobre o eventual afastamento do cargo da secretária-geral do Ministério da Justiça (MJ), Maria Antónia Anes, e do presidente do Instituto dos Registos e Notariado, António Figueiredo,
detidos esta quinta-feira no âmbito de uma investigação sobre a atribuição de vistos "gold". Também o director nacional do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, Manuel Jarmela Palos, foi detido.
"Qualquer pessoa que ponha em causa uma instituição deve imediatamente apresentar o seu pedido de demissão ou o seu pedido de suspensão de funções em função daquilo que é a imagem das instituições e da instituição que dirige. Portanto, seguirei a minha linha, como sempre segui", afirmou a ministra.
"Ninguém está acima da lei"
Paula Teixeira da Cruz lamentou que existam situações destas, mas realçou que não terá "contemplação".
A ministra reiterou que "ninguém está acima da lei e que o tempo da impunidade acabou", sendo nessa "lógica que encara a situação".
Quanto às capacidades da PJ em termos operacionais para realizar investigações da criminalidade mais complexa e sofisticada, Paula Teixeira da Cruz afirmou que a Polícia Judiciária viu “aumentado o seu orçamento em matéria de funcionamento”.
Contudo, em termos de investigação, frisou que não interfere “com aquilo que são poderes e separação de poderes”.
A PJ deteve esta quinta-feira 11 pessoas suspeitas de corrupção, branqueamento de capitais, tráfico de influência e peculato, no âmbito de uma investigação sobre atribuição de vistos "gold".
O que são os vistos gold?