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Ministro vaiado em Setúbal. Dezenas de professores pedem demissão de Crato

24 set, 2013

Nuno Crato ignorou os protestos, mas, no interior da escola, falou aos jornalistas sobre a falta de professores que se mantém em diversas escolas e sobre a polémica em torno das aulas de inglês.

Ministro vaiado em Setúbal. Dezenas de professores pedem demissão de Crato
O Ministro da Educação e Ciência foi vaiado por dezenas de professores concentrados junto à Escola Secundária Sebastião da Gama que protestarem contra a instabilidade e precariedade na carreira docente.

"Estamos aqui em protesto contra a precariedade e instabilidade no emprego. Há milhares de professores provisórios que, devido à reorganização curricular e a outras alterações nos currículos, ficaram sem emprego", disse à Lusa João Trigo, professor do Agrupamento de Escolas Sebastião da Gama.

"Também temos um problema grave com cerca de 2.000 professores do quadro que ainda estão com horário zero, o que significa que poderão requalificados, a designação utilizada pelo Governo mas que na prática significa o despedimento puro e simples", acrescentou.

Nuno Crato ignorou os protestos dos professores que pediam a sua demissão, mas, no interior da escola, falou aos jornalistas sobre a falta de professores que se mantém em diversas escolas e sobre a polémica em torno das aulas de inglês.

"Este ano teve vários concursos: tivemos o concurso quadrienal de professores, em que todos os professores participam, que levou à recolocação de muitos professores", disse o governante.

De acordo com o ministro, este concurso, com regras novas e que levou à recolocação de muitos professores, "só podia ser feito depois de haver estimativas muito precisas sobre as turmas".

Sobre a polémica em torno da introdução das aulas de inglês no 1º ciclo do ensino básico, Nuno Crato garantiu que não há contradição nenhuma por ter acabado com a obrigatoriedade da oferta do inglês nas Actividades de Enriquecimento Curricular (AEC) no 1.º ciclo e agora propor que seja uma disciplina obrigatória.

"O inglês que se ensina nas AEC é sempre facultativo, porque há alunos que participam e outros que não participam. Há regiões, como o Algarve, em que um quarto dos alunos não está nessas actividades”, lembrou o governante acrescentando que "o enriquecimento curricular - que é positivo e importante -, não se pode comparar com aquilo que se passa no currículo obrigatório. É algo sempre facultativo e que tem padrões de qualidade diversos”.