06 jun, 2013 • Rosário Silva
Mel, cogumelos, ervas comestíveis (aromáticas) e medronho são alguns dos recursos silvestres que estão a seduzir muitas famílias com explorações agro-florestais no Baixo Alentejo.
A agricultura tradicional já conheceu melhores dias e há que encontrar alternativas para manter o rendimento familiar. Os recursos silvestres são uma aposta que tem vindo a ser assumida como uma boa alternativa, uma vez que está a provar ser uma mais-valia económica que dá trabalho e produz riqueza.
Outra vertente prende-se com a fixação de pessoas.
A Associação de Defesa do Património de Mértola (ADPM) tem em curso um projecto para a valorização dos recursos silvestres do sul de Portugal e, em conjunto com os produtores locais, está a explorar novos mercados.
“Neste momento temos cerca de 10 empresas que já estão a exportar o seu produto para diferentes países”, diz à Renascença. a responsável pela ADPM Sandra Cascalheira, admitindo que estes produtos estão a exercer “uma grande capacidade de atracção para o território de novos produtores, jovens agricultores, algumas pessoas que já tinham uma relação com o território mas que estavam fora e que estão agora a regressar para desenvolver a sua actividade”.
Os recursos silvestres são vistos como produtos de excelência e qualidade, emergentes e com lugar garantido nalguns mercados estrangeiros. São, de resto, tema de um congresso internacional que decorre em Almodôvar, no qual estão a ser apresentadas e debatidas as potencialidades, gestão e valorização destes produtos da terra, em áreas como as actividades económicas ou a investigação.
São as próprias “pessoas que já estão a contribuir para a valorização do território e para o seu desenvolvimento socioeconómico”, refere Sandra Cascalheira.
E porque a teoria só se comprova com a prática, o melhor mesmo é degustar alguns destes produtos típicos das terras do Alentejo. A proposta é apreciá-los em Almodôvar, esta sexta-feira, numa mostra e venda de produtos de recursos silvestres.