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Politécnicos temem pelo futuro devido a limite de vagas no superior

04 jun, 2013 • Fátima Casanova

Presidentes dos politécnicos acusam ainda a tutela de avançar com propostas fora de tempo, uma vez que as instituições de ensino já divulgaram as ofertas de cursos. Ministro Nuno Crato quer impedir que cursos com menos de 10 alunos abram vagas.

Os politécnicos dizem que o Ministério da Educação e Ciência está a pôr em causa o futuro destas instituições com a proposta de redução de vagas. É a reacção do conselho coordenador dos institutos superiores politécnicos, uma semana depois de conhecida a intenção do Governo de querer impedir que cursos com menos de 10 alunos abram vagas.

Em comunicado, o conselho coordenador dos institutos superiores politécnicos (CCISP) acusa ainda a tutela de avançar com propostas fora de tempo, uma vez que as instituições de ensino já divulgaram as ofertas de cursos, inclusivamente nesta altura já decorrem as provas de acesso dos regimes especiais.

Por isso, consideram inaceitável que o Ministério de Nuno Crato venha agora eliminar vagas de cursos entretanto divulgados.

Neste parecer já remetido à tutela, os politécnicos lamentam que a proposta de despacho que regulamenta a fixação de vagas no superior assente exclusivamente em critérios de natureza estatística, ignorando outras variáveis como, por exemplo, a qualidade dos cursos ministrados.

Contactado pela Renascença, fonte do Ministério da Educação e Ciência diz que, para já, não faz comentários a esta posição dos presidentes dos politécnicos. Quanto aos reitores das universidades ainda não se pronunciaram.

O presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP), António Rendas, disse à Renascença que só haverá uma reacção depois de o Ministério disponibilizar os estudos relativos à empregabilidade, que justificam o encerramento de vários cursos.

Na semana passada, o Governo enviou aos politécnicos e às universidades a proposta de despacho com as regras para a fixação das vagas no ensino superior no próximo ano lectivo, em que estabelece um limiar mínimo de dez estudantes inscritos em cada licenciatura nos dois últimos anos lectivos, colocando em causa a abertura de dezenas de cursos superiores.