Padre que reabilita toxicodependentes diz que "homem é mais do que uma ficha médica"
31 mar, 2015 • Aura Miguel
A Associação Vale de Acór dedica-se há 21 anos a recuperar toxicodependentes. Em todos eles, pobres ou ricos, há uma coisa em comum: "querem fugir à dor e ao sofrimento", diz o fundador da associação, Pedro Quintela.
A Associação Vale de Acór dedica-se há 21 anos a recuperar toxicodependentes. Em todos eles, pobres ou ricos, há uma coisa em comum: "querem fugir à dor e ao sofrimento", diz o fundador da associação, Pedro Quintela, no programa "Terça à Noite" da Renascença.
É um padre com uma vasta experiência de acompanhamento de casos difíceis, de gente esmagada pelo consumo de drogas e outras atribulações da vida. Pedro Quintela fundou há 21 anos a Associação Vale de Acór, em Almada. Diz que o ambiente de uma comunidade é regenerativo: "O homem ultrapassa muito o que diz o boletim clínico do próprio homem."
A Associação Vale de Acór é uma instituição particular de solidariedade social, sem fins lucrativos, que trabalha desde 1994 no âmbito da recuperação de dependentes.
"Todos temos dentro de nós uma capacidade regeneradora", diz o padre da diocese de Setúbal em entrevista ao programa "Terça à Noite", da Renascença.
O método da Associação Vale de Acór aposta na logoterapia. Quintela explica porquê: "O que nos cura não é mexer muito no passado, como as correntes freudianas; não é a pretensão sobre o presente, como dizem outras correntes. Aquilo que me pode libertar do que está a acontecer de negativo e destrutivo, é encontrar para a vida um significado, um sentido".
O padre sublinha a urgente necessidade de olhar para a pessoa no seu todo, sem a reduzir aos seus problemas ou erros. Recorda o caso do Joaquim, que "veio de um hospital público para morrer, com uma patologia irreversível e que hoje ainda lá está".
"Mais importante do que a tragédia pessoal é a absoluta consciência destas pessoas de que precisam de salvação", afirma.