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PCP apresenta proposta de renegociação da dívida

06 nov, 2012

Comunistas querem investir mil milhões em criação de emprego e de riqueza e sugerem que Cavaco Silva abandone o seu “silêncio de chumbo” para apoiar o plano.

PCP apresenta proposta de renegociação da dívida
O secretário-geral do PCP apresentou esta manhã uma proposta que defende a renegociação da dívida portuguesa, em nome do interesse nacional.

Jerónimo de Sousa diz que em vez de entregar sete mil milhões de euros aos credores, o Estado deve ficar com mil milhões para a recuperação económica.

“Agarrando nesses mil milhões de euros que seriam disponibilizados com a renegociação da dívida, investir para a criar empregos, ajudar as pequenas e médias empresas, criando simultaneamente mais riqueza, dando resposta posterior ao pagamento da dívida, que é legítima”, diz.

Jerónimo de Sousa admite que não vai ser fácil convencer o governo a aceitar esta proposta que vai ser apresentada em sede de debate do orçamento do Estado.

O secretário-geral do PCP garante no entanto que não se trata de demagogia politica: “Não estou a dizer que seja fácil, mas é crucial, incontornável, porque se não o fizermos, mais cedo ou mais tarde, virão os credores impor não uma renegociação mas uma imposição draconiana deixando o devedor, que somos nós, numa situação insustentável.”

“Não se trata de um exercício de demagogia política, mas sim do ponto de vista de defesa do interesse nacional esta nossa proposta tem possibilidades, obviamente com outra política e outro Governo, de ser parte integrante desse Portugal com futuro que defendemos”, garante Jerónimo de Sousa.

O líder dos comunistas portugueses pediu hoje a intervenção do Presidente da Republica na defesa da sua proposta: “O secretário-geral do PCP diz que Cavaco Silva tem preferido manter um ‘silêncio de chumbo’, mas que podia agora contribuir com o seu apoio: “O senhor Presidente da República, com a sua formação de economista, com certeza deverá ver virtualidades e grandes possibilidades para resolver os problemas que temos, o problema da dívida. A questão é saber se tem vontade de o fazer.”

“Este silêncio de chumbo, que ele entenderá como posição mais avisada para não destabilizar a situação política e social, mas o Presidente da República, à luz das suas prerrogativas constitucionais, bem poderia dar uma contribuição, designadamente para a concretização de uma proposta desta natureza”, concluiu Jerónimo de Sousa.