04 mar, 2013 • João Pedro Vitória
Faltam bens essenciais na ilha do Corvo, nos Açores, que está há quase duas semanas sem abastecimento por via marítima, mas ainda não há fome na ilha, diz o presidente da Câmara local. Ainda assim, Manuel Rita diz à Renascença que embora ainda haja reserva de combustíveis, já não há produtos frescos nas mercearias.
“Frescos, fruta, iogurtes, congelados, já falta no Corvo porque já são 14 dias em que o barco não passa. Vamos ver quando é que isso se repõe. Espero que seja em breve. No comércio as prateleiras estão mesmo vazias”, lamenta Manuel Rita.
A culpa é do mau tempo, mas a autarquia do Corvo responsabiliza também a empresa que assegura o transporte marítimo entre as ilhas do Grupo Ocidental dos Açores. O autarca, corvino com mais de 60 anos, diz que o navio podia ter abastecido a ilha há uma semana.
Ilha tem sido "mal servida"
“O concurso está a acabar e ainda bem que está, o Corvo tem sido muito mal servido por causa da Margem Ocidental. Não era enquanto o fundador da empresa estava à frente daquilo, mas faleceu há uns anos e daí para cá tem-se degradado sempre os transportes marítimos entre as Flores e o Corvo. Se há alguma razão para estarmos tanto tempo sem barco, a culpa é da [empresa] Margem Ocidental”, critica Manuel Rita.
O autarca do Corvo diz que o navio podia ter viajado para o Corvo há uma semana, porque a meteorologia era favorável, mas isso não aconteceu.
O Governo Regional açoriano garante que vai tentar que um voo da SATA entregue as mercadorias necessárias à ilha do Corvo ainda esta segunda-feira. O presidente da Câmara tem esperança que o tempo melhore, porque a intensidade do vento a ainda não permite aterragens no pequeno aeroporto do Corvo.