28 mar, 2014 • Eunice Lourenço
A maioria dos directores dos órgãos de informação que noticiaram esta quinta-feira as alterações em estudo para as pensões assinou um comunicado em que rejeitam as acusações do ministro da Presidência e reafirmam que as noticias tiveram origem no Ministério das Finanças, mais concretamente num “membro do Governo”.
No comunicado, assinado por sete directores, lê-se que “terça-feira, os jornalistas de vários órgãos de comunicação social foram convidados para um encontro informal no Ministério das Finanças”, cujo tema seria a convergência de pensões.
“Durante o encontro, foi referido que os temas abordados e discutidos poderiam ser noticiados, mas sem serem atribuídos a nenhum responsável, apenas a fonte do Ministério das Finanças”, continua o comunicado. Os directores explicam que foi feito um acordo “em colectivo e na presença de todos, com o membro do Governo que convidou os jornalistas”.
Segundo esse acordo, os temas discutidos no encontro podiam começar a ser divulgados à meia-noite, sendo apenas atribuídos a “fonte do Ministério das finanças”. E assim foi, com o assunto a acabar por fazer manchete na maioria dos jornais que tinham sido convidados para o encontro.
Temas e assuntos que o primeiro-ministro começou por dizer que não passavam de “especulação” e que o ministro da Presidência chegou a considerar “manipulação” da informação prestada. Ambos acabaram por desautorizar a “fonte das Finanças” citada nas notícias e que o comunicado confirma ser um “membro do Governo”, mas sem o identificar.
Ora são precisamente as declarações de Marques Guedes, porta-voz do Governo, que os directores rejeitam.
“Os órgãos de comunicação social presentes na reunião rejeitam por isso as afirmações a propósito deste tema do porta-voz do Governo, o ministro Marques Guedes, e reafirmam que cumpriram todas as regras da profissão, bem como o acordo feito, em colectivo e na presença de todos, com o membro do Governo que convidou os jornalistas”, conclui o comunicado assinado pelos directores de informação da Lusa (Fernando Paula Brito), do Diário de Notícias (João Marcelino), do Jornal de Notícias (Manuel Tavares), do Dinheiro Vivo (André Macedo), do Diário Económico (António Costa), do Público (Bárbara Reis), do Correio da Manhã (Octávio Ribeiro). Dos jornais que fizeram manchete com o assunto, só o Jornal de Negócios, dirigido por Helena Garrido, não assina este comunicado.