As medidas apresentadas pelo Governo de apoio às empresas "vão na direção certa", mas falta perceber se a dose é adequada ou é preciso mais, afirma Mário Jorge Machado.
Várias empresas do setor da indústria queixam-se da insuficiência dos apoios. Presidente da Associação de Têxtil e Vestuário alerta que estes estes acomodam apenas "uma muito pequena parte do incremento do custo".
Trabalhadores da empresa de confeções de Alcains manifestaram a intenção de continuar a trabalhar a partir do dia 18, mas deixaram claro que, para isso, precisam de condições, nomeadamente, matéria-prima para as encomendas que ficaram na linha.
Já há interessados em adquirir a Dielmar, empresa de confeção, sediada em Alcains, que ainda há dez dias entrou em insolvência. Sinais de que algo estava mal no reino de Alcains eram muitos, mas ninguém esperava a notícia tão cedo. Durante a pandemia, com as linhas de produção vazias, a empresa deixou expirar o seguro de saúde dos trabalhadores e o serviço de medicina no trabalho. Esta segunda-feira à tarde, em frente à Câmara de Castelo Branco, os 300 funcionários no limbo do desemprego vão manifestar-se.
Estudo aponta sete "prioridades estratégicas" para o futuro do setor em Portugal: capitalização, diferenciação, sustentabilidade, digitalização, cooperação na cadeia de valor, capacitação dos recursos humanos e internacionalização.
A economia quer arrancar, mas o travão de mão continua acionado. Faltam matérias-primas em vários setores da indústria portuguesa e o preço de algumas aumentou de forma “abismal”. “Não é possível travar a globalização”, mas é preciso reduzir a dependência de outros mercados, defende Luís Miguel Ribeiro, presidente da Associação Empresarial de Portugal. Nos últimos meses, os principais fabricantes de automóveis nacionais foram obrigados a encerrar linhas de produção por falta de chips. “Ser-se competitivo no futuro será bem mais difícil do que ser competitivo nos últimos anos”, avisa José Souto, presidente da Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel.