No dia em que termina a consulta pública do programa "Mais Habitação", que decorreu no último mês, a Renascença olha para o mercado de arrendamento de quartos. Os preços médios no ano passado rondavam os 450 euros, mas agora uma pesquisa nos principais agregadores de ofertas tornam difícil encontrar um quarto por menos de 600/700 euros.
Entre as medidas anunciadas por António Costa, o programa "Mais Habitação" contempla o arrendamento compulsivo de imóveis devolutos por parte do Estado. Estima-se que haja 730 mil casas ao abandono em Portugal.
Preço das casas disparou em média 38% desde 2019. O Porto é onde o valor mais subiu. Já o rendimento disponível em Portugal cresceu menos quatro vezes, no mesmo período, e ficou pelos 9%. Os preços das habitações não estão ajustados ao poder de compra dos portugueses, sobretudo para a classe média.
Ricardo Sousa, CEO da Century 21, explica que o valor das casas não deverá subir e que a relação entre proprietário e comprador "já está mais equilibrada com preços mais realistas para concluir a transação". Avança também que as casas já estão mais tempo no mercado. Para arrefecer o mercado, há ainda a acrescentar a subida das taxas de juro.
No ano passado, o mercado imobiliário português assistiu à maior subida dos preços desde 1991, com uma variação de quase 19%. A disparidade entre a oferta reduzida e a elevada procura é apontada como uma das principais razões para os aumentos dos preços.
É necessário recuar a 1991 para encontrar uma taxa de variação homóloga no final do ano (18,8%) superior à registada em dezembro de 2022, indicam números da Confidencial Imobiliário. À Renascença, Paulo Caiado, Presidente da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), diz que aumento de quase 19% era “expectável”. E defende está relacionado com a mudança dos portugueses para concelhos com o metro quadrado mais barato.
Fundo Davidson Kempner adquire cadeia de hotéis que estava na carteira de várias instituições bancárias. O montante da operação não foi divulgado, mas rondará os 850 milhões.
Os dados do Instituto Nacional de Estatística dizem respeito ao mês de novembro. A Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal alerta para os prós e os contras deste novo cenário.
Os dados do Instituto Nacional de Estatística dizem respeito ao mês de novembro. A Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal alerta para os prós e os contras deste novo cenário.
O conceito já anda por aí e promete muito: uma vida mais comunitária, outra forma de pensar e desenhar uma casa. Em Portugal, há projetos de coliving que vão das residências para estudantes à habitação de luxo, passando pelo setor cooperativo. Em Palmela, a Cooperativa das Formas está a tentar erigir uma comunidade sem senhorios e sem especulação. Mas de que forma pode afetar o mercado imobiliário? “O processo de gentrificação que aí vem vai ser sobretudo a partir da classe média, que não vai ter capacidade para pagar a sua casa”, aponta o arquiteto Tiago Mota Saraiva.