Juros altos continuam a penalizar o mercado imobiliário. No primeiro semestre o investimento abrandou 8% e o número de transações no mercado residencial caiu 19%.
A investigação acredita que foi montado um alegado esquema de circulação de capitais e devolução dos mesmos aos vendedores. Deste modo terá sido lesada a Altice Internacional e o Estado português
Manuel Reis Campos revela que, até 26 de abril, só foram pagas 11% das verbas. À Renascença, o responsável diz, ainda, que o setor da construção necessita de 80 mil trabalhadores para executar as obras do PRR.
Fundo Monetário Internacional sublinha que, "desde a pandemia, a divergência entre os preços das casas e os rendimentos, e entre os preços das casas e as rendas, aumentou ainda mais".
No dia em que termina a consulta pública do programa "Mais Habitação", que decorreu no último mês, a Renascença olha para o mercado de arrendamento de quartos. Os preços médios no ano passado rondavam os 450 euros, mas agora uma pesquisa nos principais agregadores de ofertas tornam difícil encontrar um quarto por menos de 600/700 euros.
Entre as medidas anunciadas por António Costa, o programa "Mais Habitação" contempla o arrendamento compulsivo de imóveis devolutos por parte do Estado. Estima-se que haja 730 mil casas ao abandono em Portugal.
Preço das casas disparou em média 38% desde 2019. O Porto é onde o valor mais subiu. Já o rendimento disponível em Portugal cresceu menos quatro vezes, no mesmo período, e ficou pelos 9%. Os preços das habitações não estão ajustados ao poder de compra dos portugueses, sobretudo para a classe média.
Ricardo Sousa, CEO da Century 21, explica que o valor das casas não deverá subir e que a relação entre proprietário e comprador "já está mais equilibrada com preços mais realistas para concluir a transação". Avança também que as casas já estão mais tempo no mercado. Para arrefecer o mercado, há ainda a acrescentar a subida das taxas de juro.