O diretor do Museu, António Filipe Pimentel, também participou nesta apresentação e explicou à Renascença que, após este tesouro ter sido exposto no Palácio de Versailles, em 2012, todas estas peças deveriam ficar em permanência e para sempre no futuro Museu de Jerusalém.
No entanto, devido à Covid-19 e ao atraso das obras de reabilitação arqueológica do edifício, “há males que vêm por bem e surgiu esta oportunidade para apresentar as peças em Lisboa”, esclareceu.
Além das peças portuguesas, onde também se inclui um missal encadernado a prata, oferecido por D. Duarte Nuno, nos anos 30 do século XX, António Filipe Pimentel, destaca "as peças maravilhosas oferecidas, sobretudo, por Nápoles, Espanha, ou Áustria; estou a pensar, por exemplo, no baldaquino de ouro e lápis lázuli, oferecido por Nápoles, que é uma peça extraordinária”.
O especialista em história de arte e diretor do Museu Gulbenkian acrescenta que se trata de “um acervo incrível que, para além do seu aspeto religioso e estético, tem também um significado histórico e político porque, durante séculos, a Terra Santa funcionou como o grande teatro da diplomacia internacional, onde as grande potências rivalizavam em ofertas para terem repercussão nas cortes europeias. No fundo, é essa história que a exposição vai contar. Será uma exposição incrível”, concluiu António Pimentel.
A “Theatrum mundi: Doações Régias ao Santo Sepulcro” está agendada para novembro de 2023, no Museu Calouste Gulbenkian.