As fotografias que ficaram na retina de 2022

Perto de completar 365 dias, o ano de 2022 certamente deixará a sua marca indelével na história da humanidade. O regresso da guerra à Europa, a morte da Rainha Isabel II, os protestos no Irão ou ainda a "última dança" de Messi são alguns dos capítulos contados através das objetivas de todo o mundo.

21 dez, 2022 - 20:00 • Pedro Valente Lima



Foto: Gleb Garanich/Reuters
Foto: Gleb Garanich/Reuters

Com a mão estendida sobre a janela de um dos comboios, que transportaram centenas de milhares de refugiados ucranianos, um pai despede-se dos filhos na estação central de Kiev.

A guerra na Ucrânia começara uma semana antes, a 24 de fevereiro. Quase dez meses depois e com o Natal à porta, a Rússia continua sem dar tréguas.


Foto: Reuters/Stringer
Foto: Reuters/Stringer

Um soldado ucraniano chama a atenção da câmara nas proximidades da frente de combate, em Dontesk. A região tem sido uma das mais afetadas pela guerra na Ucrânia, especialmente dada a força do movimento separatista na zona leste do país.

Depois dos duvidosos referendos de adesão à Federação Russa, realizados no final de setembro, Donetsk foi anexada por Moscovo.


Foto: Reuters/Carlos Osorio
Foto: Reuters/Carlos Osorio

No Canadá, o ano arrancou com protestos contra a vacinação e restrições da Covid-19. Em meados de janeiro, as autoridades começaram a exigir certificado de vacinação aos camionistas que atravassem a fronteira com os Estados Unidos.

Descontentes com a decisão, os motoristas juntaram-se naquele que ficaria conhecido como o "Comboio da Liberdade". Camiões bloqueavam estradas e acessos de várias cidades no país, como Toronto, Québec e Winnipeg.

Os protestos intensificaram-se, sobretudo, na capital. Otava ficou paralisada durante um mês.


Foto: Brian Snyder/Reuters
Foto: Brian Snyder/Reuters

Na cerimónia dos Óscares, Will Smith subiu duas vezes ao palco, mas apenas recebeu um galardão. Isto porque, da primeira vez que se levantou da cadeira, foi para dar um estalo a Chris Rock.

O apresentador e comediante tinha feito uma piada à custa da aparência de Jada Smith, mulher de Will. Embora se tenha rido no início, o ator acabaria por demonstrar o seu desagrado de uma forma mais violenta.


Foto: Paulo Cunha/Lusa
Foto: Paulo Cunha/Lusa

Em Portugal, o ano ficou marcado pelo maior incêndio do país nos últimos quatro anos. Na Serra da Estrela, arderam cerca de 29 mil hectares de floresta, o que equivale a um quarto do parque natural da região.

Uma das imagens que terá ficado na retina dos portugueses será, certamente, a de um homem a carregar uma ovelha às costas, enquanto escapava às chamas em Caranguejeira, Leiria.


Foto: Jon Nazca/Reuters
Foto: Jon Nazca/Reuters

Em 2022, Portugal e o resto da Europa assistiram a cenários críticos de seca extrema. Aliás, terá sido a pior seca dos últimos 500 anos no continente europeu.

Passando a fronteira, em Espanha, o cenário não era muito diferente do português. O caudal de vários rios reduziu drasticamente e as barragens ressentiram a falta de água, como foi o caso de La Vinuela, perto de Málaga.


Foto: Tolga Akmen/EPA
Foto: Tolga Akmen/EPA

Poucos meses depois de celebrar o Jubileu de Platina, morreu a Rainha Isabel II. Aos 96 anos, a monarca protagonizou o reinado mais longo de sempre da história do Reino Unido.

O filho mais velho, Carlos III, ascendeu ao trono ainda em setembro, tornando-se o mais velho herdeiro a ser coroado rei de Inglaterra.


Foto: Reuters/Akhtar Soomro
Foto: Reuters/Akhtar Soomro

O clima de monções inundou o Paquistão, afetando as vidas de mais de 33 milhões de pessoas. No total, as cheias causaram mais de mil mortes.

Nas proximidades da cidade de Sehwan, os carros davam lugar às pequenas embarcações em plena autoestrada.


Foto: Reuters/Murad Sezer
Foto: Reuters/Murad Sezer

A morte de Mahsa Amini, sob custódia da "polícia da moralidade", foi a gota de água no Irão, suficiente para despertar uma vaga de protestos sem precedentes nos últimos 40 anos.

As manifestações não só pediam maior liberdade e igualdade para as mulheres iranianas, como contestavam o regime autoritário de Ali Khamenei, o líder supremo do país.

Ao queimar 'hijabs' e cortando o cabelo, mulheres de todo o mundo uniam-se em solidariedade para com Mahsa Amini e as mulheres iranianas.


Foto: NASA
Foto: NASA

O telescópio James Webb iniciou a sua jornada espacial no final de 2021, mas só em julho deste ano começou a divulgar as imagens que tem capturado ao longo da sua viagem pelo Universo.

A 'objetiva de infravermelhos' já captou imagens como a dos "Pilares da Criação", um conjunto de nuvens densas e frias de gás hidrogénio, a 6.500 anos-luz do nosso planeta, capazes de deixar qualquer terráqueo boquiaberto.


Foto: Reuters/Ueslei Marcelino
Foto: Reuters/Ueslei Marcelino

Este ano foi um ponto de viragem para o Brasil. Em outubro, mais de 156 milhões de eleitores foram chamados às urnas para eleger o chefe de Estado do país.

Não foi à primeira, mas à segunda volta Lula da Silva venceu as eleições e será Presidente do Brasil pela segunda vez, depois de dois mandatos entre 2003 e 2011.

O ainda chefe de Estado, Jair Bolsonaro, digeriu mal a derrota, ao ponto de não ter apresentado qualquer tipo de reação ou declaração sobre os resultados durante dois dias.


Foto: Reuters/Henry Nicholls
Foto: Reuters/Henry Nicholls

Na Europa, o ativismo pelo clima adotou uma nova dimensão nos últimos meses - especialmente na arte de atirar comida a pinturas de museus.

As demonstrações espalharam-se por todo o continente, em diversos graus de criatividade, mas foi no Reino Unido que se registaram as investidas mais impactantes.

Contra os recurso aos combustíveis fósseis, a associação Just Stop Oil protagonizou várias paralisações em cidades britânicas. Em Londres, os protestos testavam a paciência dos habitantes.


Foto: Tolga Bozoglu/Lusa
Foto: Tolga Bozoglu/Lusa

A "última dança" de Lionel Messi em Mundiais não podia ter sido de outra forma. O astro argentino finalmente tocou o olimpo do futebol, ao conquistar o Campeonato do Mundo com a sua seleção, a terceira da história da Argentina.

Numa final histórica frente à França, que contou com três golos para cada lado ao fim de 120 minutos, foi nos penáltis que a equipa albiceleste levou mais de 45 milhões de argentinos à euforia.

Se as comparações com Maradona eram inevitáveis, a similaridade da fotografia com a de "El Pibe" na conquista do Mundial de 1986 não deixa dúvidas: Messi imortalizou-se como um dos melhores de sempre.


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