O debate sobre aos gastos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ 2023), que irá ocorrer em Lisboa, na semana de 1 a 6 de agosto, ainda não acabou. Mas, ao mesmo tempo, a obra avança.
Parte da estrutura daquela que será a nova ponte sob o rio Trancão já foi erigida. Por estes dias, qualquer curioso que passe pelo Parque Tejo consegue ver também: há camiões a transportar as vigas para o local onde ficará o palco principal, apesar de o desenho e o preço final ainda estar a ser alvo de discussão.
Aqueles que moram ou trabalham nas redondezas, não são alheios à controvérsia que corre no país. Há muitos críticos do investimento, que defendem que o Governo e a Igreja Católica deviam ter sido mais “poupadinhos”, “comedidos com o dinheiro dos contribuintes”, mas também existem apologistas do projeto.
Sahaj Dave, de 43 anos, está animado com a construção. O cidadão indiano, que mora em Portugal há quatro anos, tem quatro apartamentos em Lisboa, dois dos quais colados à zona principal que irá acolher a JMJ. Graças ao programa de Autorização de Residência para Atividade de Investimento – os chamados Vistos Gold -, possui passaporte português.
“Antes não existia vedação [do terreno]. Tinha sido cortada em alguns pontos. As pessoas costumavam deitar para lá entulho, lixo, estava em muito mau estado. Vinham cheiros de lá”, lembra Sahaj Dave, à Renascença.
Na perspetiva do investidor indiano - que é hindu, mas promete visitar o recinto da JMJ - o grande fruto do evento católico será as mudanças que irá legar no bairro. “Não sei o que pretendem fazer aqui, mas é um bom sítio. Podem desenvolver qualquer coisa aqui, como um espaço de desportos, jardim ou até um campo de golfe.”
A reabilitação do Parque Tejo levará à valorização dos apartamentos na zona, admite ainda Sahaj Dave. “Eu tinha um T1 aqui. Comprei-o por 280 mil e qualquer coisa, vendi-o por 250. Agora estão a vendê-lo por 350 mil. Vendi este T1 e comprei o T2 por 350 mil. E agora valorizou quase 100 mil euros.”