"Apagai o ódio, acalmai a vingança, ensinai-nos o perdão; libertai-nos da guerra, preservai o mundo da ameaça nuclear; (...) mostrai aos povos o caminho da fraternidade", foram alguns dos apelos deixados naquela oração, na qual é ainda pedido à Virgem: "enquanto o rumor das armas não se cala", que a vossa oração nos predisponha para a paz; As vossas mãos maternas acariciem quantos sofrem e fogem sob o peso das bombas".
O texto do pontífice apela, ainda, à compaixão dos homens, que "estimule a abrir as portas e cuidar da humanidade ferida e descartada".
"O povo ucraniano e o povo russo, que Vos veneram com amor, recorrem a Vós, enquanto o vosso Coração palpita por eles e por todos os povos ceifados pela guerra, a fome, a injustiça e a miséria. Por isso nós, ó Mãe de Deus e nossa, solenemente confiamos e consagramos ao vosso Imaculado Coração nós mesmos, a Igreja e a humanidade inteira, de modo especial a Rússia e a Ucrânia. Acolhei este nosso ato que realizamos com confiança e amor, fazei que cesse a guerra, providenciai ao mundo a paz", acrescentou a oração, acompanhada com atenção pelos milhares de peregrinos presentes no Santuário de Fátima.
Esta consagração foi feita mais de um mês após a ofensiva militar que a Rússia lançou na Ucrânia e que causou já, entre a população civil, mais de um milhar de mortos e mais de 1.700 feridos, e provocou a fuga de mais 10 milhões de pessoas, das quais 3,7 milhões foram para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.