Albertina defendeu a casa como pôde. Bombeiros chegaram no limite
Seguimos novamente para sul, em direção ao centro do município, e desviamos para a aldeia de Vila Nova de Fusos. Um carro carbonizado distingue-se entre casas que, aparentemente, não apresentam danos.
— Está a fotografar o quê?, pergunta-nos uma mulher idosa do cimo de uma varanda.
— Este carro aqui ao lado. Sabe de quem é?
— É de um homem que mora lá para cima. Devia era ver como estão as traseiras da minha casa, afirma, com a voz a começar a embargar.
Com claras dificuldades de movimento, Albertina de Jesus Duarte pede que aguardemos enquanto desce as escadas. Quando abre o portão do rés-do-chão, avista-se ao fundo o que a fachada intacta não deixava adivinhar.
Um espaço coberto pelas chapas de zinco que sobreviveram abriga objetos parcialmente queimados. Há instrumentos de trabalho e um veículo agrícola, um galinheiro, vários pipos e bidões, antigos currais.
Albertina estava sozinha em casa. O marido está internado há duas semanas e ainda não arranjou coragem para lhe contar o que aconteceu.