No dia do ataque, Or estava numa despedida de solteiro em Ashdod, a 50 km. Carmel e o irmão do meio, Alon, estavam em casa dos pais, onde se deveriam reunir todos nesse fim-de-semana. Quando se apercebeu do que estava a acontecer no kibutz, Or tentou ligar à família e ninguém atendeu. Chegou a pensar que seria o único sobrevivente daquela casa.
“Quando os terroristas chegaram, perto das 10h30, o meu pai conseguiu trancar-se na casa-de-banho do quarto. Foi resgatado na noite de sábado. Mas ouviu e viu, da janela de trás, toda a sua família a ser levada”, conta Or Gat.
A mãe morreu e a irmã, que vivia em Telavive e estava de visita em casa dos pais, foi levada para Gaza, juntamente com a cunhada (libertada em novembro).
Numa entrevista ao jornal israelita Haaretz em janeiro, quando a irmã ainda estava viva, Or questionava a atuação das forças de segurança naquele dia. “Se não tinham percebido a magnitude do que estava a acontecer às 8h da manhã, o que aconteceu às 10h? E às 12h? Assim que foram mortas pessoas, deviam ter sido tomadas medias para prevenir mais mortes. É inaceitável que os que deveriam lidar com o choque estivessem em choque. Não há desculpa. Não é suposto que um médico desmaie quando vê sangue”, afirmou, revoltado.