Filarmónica de Viena traz maestro e repertório russos a Lisboa. “É uma declaração de liberdade”

Em tempos de guerra na Ucrânia, os músicos sublinham que “não têm medo” de tocar Tchaikovsky e Rimski-Korsakov, dirigidos por um maestro russo. “A música foi escrita muito antes de qualquer tipo de conflito”, lembram. A orquestra toca a 19 de março no Altice Arena, no 85.º aniversário da Renascença.

24 fev, 2023 - 10:00 • Inês Rocha , em Viena



Filarmónica de Viena traz maestro e repertório russos a Lisboa. “É uma declaração de liberdade”

Quando teve de decidir qual o maestro a convidar para o concerto de aniversário da Renascença, em Lisboa, em 2023, Michael Bladerer, contrabaixista e diretor da Orquestra Filarmónica de Viena, não teve dúvidas: o escolhido seria Tugan Sokhiev, o maestro russo que no início da guerra se demitiu das suas funções de diretor musical do Teatro Bolshoi em Moscovo e da Orquestra Nacional do Capitólio de Toulouse.

Meses antes, em fevereiro de 2022, o maestro russo sentira-se pressionado a tomar uma posição oficial sobre a invasão russa à Ucrânia. Vendo-se perante a “opção impossível" de escolher entre os seus "músicos russos e franceses adorados", optou por se afastar de ambos. Mas fez questão de sublinhar: “serei sempre contra qualquer conflito qualquer que seja a forma que tenha”.

“Que certas pessoas ponham em causa o meu desejo de paz e pensem que, enquanto músico, possa falar de qualquer outra coisa que não da paz no nosso planeta é chocante e ofensivo para mim", acrescentou.

Sokhiev acabou por ver pelo menos um concerto cancelado nos Estados Unidos, com a Filarmónica de Nova Iorque, em março de 2022, por a orquestra considerar que “não seria apropriado” o maestro aparecer nesta altura.

Michael Bladerer tinha noção de que a decisão de escolher Sokhiev para o concerto em Lisboa poderia levantar algumas questões, num contexto de guerra prolongada na Ucrânia, mas decidiu assumi-la. Até para enviar uma mensagem ao mundo.

“Não temos medo devido a esta guerra na Ucrânia”, diz à Renascença. “Alguns jornalistas perguntam-nos: tocariam música russa? Claro que sim”, afirma.

“A música russa é uma parte muito importante da cultura musical no mundo. Por isso, não se pode decidir agora não tocar música russa. Há demasiados compositores russos importantes, não só Tchaikovsky”.

Por isso, na hora de escolher o repertório, Bladerer não se coibiu de selecionar obras de compositores russos. No concerto que terá lugar no Altice Arena, a 19 de março, a orquestra irá tocar a “Sinfonia Nr. 4 em Fá Menor, op.36” de Tchaikovsky e “Scheherazade, op.35”, uma suite sinfónica baseada no livro Mil e Uma Noites, composta em 1888 pelo russo Rimski-Korsakov.

“Penso que é muito importante tocar o programa certo com o maestro certo”, justifica o contrabaixista. “Nunca forçaria um maestro a fazer um programa que talvez não seja o ideal e penso que é muito importante tocar o programa certo com o maestro certo”. “Para o Tugan este programa é o ideal”, assegura.

Bladerer recorda o concerto que o maestro russo deu com a Filarmónica em Viena, em abril de 2022. “Ele fez um trabalho fantástico. A orquestra adorou-o. Infelizmente, não tínhamos qualquer planeamento para os três anos seguintes com ele. Por isso, aproveitei a primeira oportunidade. Foi este concerto em Lisboa. Perguntei-lhe se estaria disponível e ele disse que sim, foi maravilhoso”.


 Tugan Sokhiev dirige a Filarmónica de Berlim em 2019. Foto: Clemens Bilan/EPA
Tugan Sokhiev dirige a Filarmónica de Berlim em 2019. Foto: Clemens Bilan/EPA

Uma orquestra democrática

Encontramo-nos com alguns dos músicos da Filarmónica de Viena no escritório da orquestra nos bastidores do famoso Musikverein, a icónica sala onde todos os anos é transmitido para todo o mundo o Concerto de Ano Novo de Viena.

Este espaço, forrado a troféus, é o local de trabalho dos responsáveis da orquestra, eleitos democraticamente pelos 148 músicos.

Ao contrário da maioria das orquestras, que se organizam segundo um modelo empresarial – os músicos são funcionários e pagos pela administração da orquestra – a Filarmónica de Viena é auto-administrada pelo coletivo de músicos.

“Somos independentes, o que significa que tomamos as nossas próprias decisões: quando tocamos, onde, qual o maestro, qual o repertório”, explica o presidente Daniel Froschauer.

A orquestra elege 12 representantes, que tomam as decisões do dia-a-dia, mas as decisões importantes são tomadas pela assembleia dos músicos, que dividem também entre si as receitas dos concertos.

Tomar decisões neste modelo é mais difícil. “Temos uma democracia, o que é muito difícil. Não se obtêm 148 opiniões, obtêm-se milhares de opiniões sobre as mesmas questões. O que nos une é tocar grande música com grandes maestros”.

Daniel Froschauer é primeiro violino e já vai no segundo mandato como presidente da orquestra. Está no cargo desde 2017. Em conversa com a Renascença, o músico manifestou entusiasmo com a perspetiva de a Filarmónica regressar a Lisboa, tantos anos depois.

“Estivemos lá em 1955 com Karl Bohm, em 1969 com Claudio Abbado, e depois, em 2001, com Seiji Ozawa”, recorda.

Depois de mais de dois anos a tocar para salas vazias, o violinista passou a dar mais valor à interação com o público. “Estamos ansiosos por ter esta interação com o público, e especialmente agora que os nossos sentidos estão tão apurados para sentir uma plateia”, diz.

Também a harpista Ann Lenaerts se mostra entusiasmada com a ida a Lisboa. Ann já esteve em Lisboa com outros grupos e foi isso que trouxe de Portugal: “o calor do público”.

“Voltar a Lisboa depois de tantos anos é mesmo especial. É um destino maravilhoso para todos nós. E estamos ansiosos por tocar para um público acolhedor”.


Escolha do repertório “é uma declaração de liberdade"

Quando o questionamos sobre a escolha do maestro e do repertório para este concerto, em contexto de guerra na Ucrânia, Daniel Froschauer mostrou algum desconforto em falar do tema.

“Está a decorrer uma guerra viciosa. Eu gostaria que pudéssemos separar a música da política. É uma questão delicada em que não me quero meter definitivamente”, disse o violinista.

“Vamos estar em Lisboa para trazer grande música ao nosso público, que partilhamos com um grande maestro. Esse é o nosso principal objetivo. A música foi escrita muito antes de qualquer tipo de conflito”.

Froschauer lembrou outras épocas em que a música trouxe liberdade às populações. “Se pensarmos na nossa própria história, quando Beethoven compôs Fidelio, a Áustria estava ocupada pelos franceses”. Mesmo assim, o compositor alemão a viver em Viena “escreveu música que criava uma sensação de liberdade”.

O violinista lembra as palavras escritas pelo compositor no último movimento da Nona Sinfonia de Beethoven: “All men shall be brothers” (que todos os homens sejam irmãos).

“Estes são os nossos valores, e é isto que queremos partilhar com o nosso público”. É uma declaração política? “É uma declaração de liberdade. É uma declaração de que somos todos iguais”, afirma o responsável da orquestra.

Apesar de tudo, o seu companheiro de direção, Michael Bladerer , traça uma linha vermelha em relação a este tema – a Filarmónica de Viena prefere não abrir as portas a artistas demasiado próximos de um sistema “pouco amigável”.

“Temos também a nossa história e sabemos muito bem com a questão nazi que os compositores e maestros não estavam autorizados a atuar alguns anos depois de 1945. E quando a orquestra foi à América com Wilhelm Furtwängler, houve protestos e tudo isso".

Podemos estabelecer comparações entre Furtwängler em relação à Alemanha e Sokhiev, no que diz respeito à Rússia: apesar de nunca ter apoiado o regime de Hitler e sempre se ter recusado a fazer a saudação nazi, o maestro alemão foi “cancelado” diversas vezes por ter dirigido a Orquestra Filarmónica de Berlim nesse período (e ter participado em eventos do regime, sendo bem tratado pelas mais altas figuras do partido).

Também Sokhiev, como já referimos, viu um concerto cancelado nos Estados Unidos por não ter tomado uma posição política sobre a guerra.

“Isto é uma coisa para os historiadores”, diz-nos Bladerer.

“Mas nós, nesta situação, apoiamos artistas russos que não estão em qualquer contacto com o regime”.



Filarmónica de Viena, ensaio para concerto de Ano Novo de 2017. Foto: Florian Wieser/EPA
Filarmónica de Viena, ensaio para concerto de Ano Novo de 2017. Foto: Florian Wieser/EPA

Para tocar na “Liga nos Campeões”, é preciso ensaiar. Mesmo em pandemia

A chegada da pandemia fez com que, pela primeira vez desde a sua fundação, em 1842, a Orquestra Filarmónica de Viena tivesse de parar de tocar.

“Nunca tivemos esta situação, nunca. Até durante a Segunda Guerra Mundial a orquestra tocou, até talvez ao último mês, quando Viena foi bombardeada - aí foi uma situação muito estranha”, e a orquestra parou mas brevemente, conta Michael Bladerer.

“Mas agora no século XXI, de um segundo para o outro, foi-nos dito que não nos era possível tocar”.

Depois de algum tempo sem ensaios, Bladerer e Froschauer, numa caminhada pelo centro de Viena, decidiram telefonar ao chanceler austríaco - na altura, Sebastian Kurz.

“Descrevemo-nos como uma equipa de futebol a jogar na Liga dos Campeões e dissemos que quando, por exemplo, o Real Madrid ou o AC Milan querem ganhar a competição, têm de treinar juntos”.

“Assim, uma orquestra que quer jogar na Liga dos Campeões tem de jogar em conjunto”, disseram ao governante.

“Ele compreendeu e, após algumas semanas, foi-nos permitido tocar”. Por isso, a Filarmónica de Viena foi a primeira orquestra do mundo a regressar aos palcos durante a pandemia.


Ex-chanceler austríaco, Sebastian Kurz (ao centro), assiste ao "Summer Night Concert" da Filarmónica de Viena em junho de 2021, acompanhado do primeiro-ministro da Macedónia do Norte (à esquerda) e do primeiro-ministro de Montenegro (à direita). Foto: Christian Bruna/EPA
Ex-chanceler austríaco, Sebastian Kurz (ao centro), assiste ao "Summer Night Concert" da Filarmónica de Viena em junho de 2021, acompanhado do primeiro-ministro da Macedónia do Norte (à esquerda) e do primeiro-ministro de Montenegro (à direita). Foto: Christian Bruna/EPA

A defesa do "som vienense"

Uma das lutas travadas pela orquestra durante a pandemia teve a ver com a distribuição dos músicos em palco. O contrabaixista lembra que as autoridades pediam que tocassem com mais de dois metros de distância entre os músicos, para prevenir transmissões de coronavírus, mas a orquestra recusou.

“Somos famosos pelo nosso som, e o nosso som é realmente muito especial. E qual é o segredo do som? Bem, um dos segredos é que tocamos como tocamos, é também a distância que temos em relação ao vizinho", revela.

Outro dos segredos para o “som vienense”, revelou-nos Daniel Froschauer, é o facto de a Filarmónica ser também uma orquestra habituada a acompanhar óperas. Os músicos da Filarmónica de Viena trabalham também na orquestra da Ópera Estatal de Viena - é lá que são selecionados para a Filarmónica.

“Como orquestra de ópera somos obrigados a ouvir sempre os cantores para os acompanhar. E noto que se há um grande cantor em palco, a orquestra soa diferente porque quer corresponder ao som do cantor”.

Em orquestra, a dinâmica é a mesma. “Quando tocamos concertos como Johann Strauss, por exemplo, ele escreve frequentemente as melodias para os primeiros violinos, fazemos o papel do cantor. Os nossos colegas são treinados para nos acompanhar, da mesma forma que acompanhamos os cantores na ópera”.

“Posso dizer que é como uma grande orquestra de câmara”. O mais importante, por isso, é os músicos ouvirem-se – por isso, tocarem afastados estava fora de questão.

Tocar para uma plateia vazia e a ausência de "equilíbrio" trazida pela pandemia

A Filarmónica de Viena foi a primeira do mundo a fazer uma digressão ao estrangeiro após o início da pandemia. Logo em novembro de 2020, os músicos foram ao Japão, mas a regra era ficar no quarto, em quarentena. Não podiam sair "um metro fora do hotel”.

Para os músicos, a pandemia foi tempo de reflexão. Quando tiveram de tocar para salas vazias, deram-se conta da importância de uma plateia.

"Não tinha notado a importância que o público tem para mim, como artista, até esta situação. Era normal tocar para um público, mas quando tínhamos aqueles concertos fantasma, só para a televisão, o concerto terminava e era um silêncio... Como num funeral. Não havia aplausos, nada”.

Michael Bladerer recorda um concerto particularmente difícil neste aspeto. “O maior desafio talvez tenha sido o concerto de Ano Novo sem audiência. Porque, depois de uma polka, haver silêncio é uma situação muito estranha a que não estávamos habituados. Depois de uma boa valsa pode-se ficar em silêncio, mas a polka acaba sempre como um ´pam pam pam’, ´Bravo´!”

Durante as digressões em pandemia, os músicos encontraram públicos particularmente sedentos de música. A harpista Ann Lenaerts deixa uma reflexão: num mundo de tantos desequilíbrios, a música traz-nos mais equilíbrio.

“Tenho a sensação de que estamos a viver uma época muito inquietante. De alguma forma tivemos a crise da Covid-19, temos uma guerra, temos uma crise energética. Há tantas coisas que se sentem desequilibradas. Por isso penso que as pessoas procuram ainda mais beleza nas suas vidas e algo que as conforte. E talvez pareça cliché, mas penso que as pessoas precisam realmente do sentimento de unidade para estarem juntas numa experiência de música. E sim, penso definitivamente que precisamos de música e cultura nas nossas vidas”.

Filarmónica de Viena toca "The Firebird" de Igor Stravinsky, dirigida pelo maestro russo Valery Gergiev no Suntory Hall,no dia 12 de Novembro de 2020. Foto: Suntory Hall
Filarmónica de Viena toca "The Firebird" de Igor Stravinsky, dirigida pelo maestro russo Valery Gergiev no Suntory Hall,no dia 12 de Novembro de 2020. Foto: Suntory Hall

Destruir a imagem “conservadora” com formação

Ao longo da sua história, a Filarmónica de Viena foi protagonista de algumas polémicas, por se mostrar pouco aberta à diversidade. Por exemplo, em relação à admissão de mulheres: só em 1997 é que essa integração começou a acontecer. Até aí, apenas as mulheres harpistas tinham o direito de tocar com a orquestra – mas não como membros oficiais, e tinham salários mais baixos.

A integração foi lenta. Em 2013, a orquestra tinha apenas seis instrumentistas do sexo feminino.

Também na admissão de músicos de outras nacionalidades, a abertura demorou a acontecer. A orquestra defendia que a “uniformidade étnica” lhe dava uma “superioridade estética” – ao ponto de um candidato japonês ter sido recusado, depois de ter ganho uma audição cega. A justificação dada por um ex-diretor da orquestra, nas memórias que escreveu em 1970: a cara do músico não correspondia ao perfil da peça “Pizzicato-Polka”, de Johan Strauss, que a orquestra iria tocar no concerto de Ano Novo.

Nos últimos anos, a Filarmónica tem mostrado sinais de mudança. Um desses sinais é a fundação, em 2018, da Academia da Filarmónica de Viena.

A escola recebe jovens músicos dos 18 aos 27 anos, vindos de todo o mundo, e ensina-os a tocar ao estilo vienense.

Michael Bladerer, responsável pelo projeto, diz que o grupo tem noção da imagem “conservadora” que tem e quer mostrar mais abertura.

"É um projeto muito importante. É claro que gostamos de olhar para trás porque temos uma história maravilhosa, mas é mais importante olhar para a outra direção, o futuro é o mais importante”, diz o contrabaixista.

“Neste momento, temos 13 jovens na Academia vindos de de quatro continentes diferentes” – América do Norte, América do Sul, Ásia e Europa. “Estamos abertos a isso. Queremos mostrar-lhes a nossa tradição, o nosso estilo, e dar-lhes a possibilidade de aprenderem. E eles conseguem adaptar-se muito rapidamente”.

A academia não dá entrada direta na orquestra – primeiro, os músicos têm de passar pela audição cega e ter o aval dos restantes músicos. Mas a passagem pela academia dá-lhes maiores chances de vencer a audição. Foi o que aconteceu com um violinista norte-americano, que frequentava a academia e acabou por ganhar a audição para a orquestra.

“Conseguimos que jovens fantásticos conheçam e, se arriscarem, talvez possam permanecer na orquestra, se houver uma posição livre e se ganharem a audição. Estamos muito confiantes quanto a isso”.

“Isto é um sinal para nós de que estamos abertos. Claro que a imagem da orquestra é muito conservadora, e estamos cientes disso. Mas a verdade é que agora estamos abertos também a mulheres. Temos também, penso eu, 20 ou 25 mulheres instrumentistas e maestrinas também. Portanto, isto já não é um problema”.


Harpista Ann Lenaerts toca harpa durante ensaio para o tradicional Concerto de Ano Novo em Viena, com a Orquestra Filarmónica de Viena. Foto: Lisi Niesner/Reuters
Harpista Ann Lenaerts toca harpa durante ensaio para o tradicional Concerto de Ano Novo em Viena, com a Orquestra Filarmónica de Viena. Foto: Lisi Niesner/Reuters

A emoção de tocar num concerto de Ano Novo no Musikverein

Ann Lenaerts é uma das mulheres instrumentistas que entrou na orquestra nos últimos anos. Mais precisamente há 12. Para isso, a harpista belga teve de passar pela difícil audição cega na Ópera Estatal de Viena – e por outra audição interna três anos mais tarde.

Ann considera que o processo é o mais justo possível. “Penso que é ótimo que uma grande parte da orquestra participe no processo. Todos os solistas estão a julgar a audição e não veem o candidato. Portanto, julgam realmente com base no que ouvem”.

A harpista vê-se agora também do outro lado da tela, a julgar candidatos. “Penso que é um processo realmente interessante selecionar quem se junta à orquestra para conseguirmos o som certo”.

Juntar-se à Filarmónica de Viena foi o concretizar de um sonho para a instrumentista. Em particular, participar no icónico concerto de Ano Novo no Musikverein.

“Lembro-me absolutamente do meu primeiro concerto de Ano Novo. Lembro-me também do primeiro ensaio que tive no Musikverein, porque até aí só tinha visto a orquestra na televisão, neste belo Golden Hall”.

“E lembro-me do meu primeiro ensaio a entrar no espaço e a perceber: uau, até ensaiamos aqui neste edifício histórico”.

“E, claro, o concerto de Ano Novo por si só é espantoso porque nos apercebemos naquele momento que tantas pessoas estão a seguir o concerto ao vivo, mesmo pessoas que talvez não tenham uma grande ligação com música clássica ao longo do ano, mas sentem-se ligadas a nós neste dia”.

Essa é a conquista “mais bonita”, considera a harpista.

Os 89 músicos da Orquestra Filarmónica de Viena tocam a 19 de março no Altice Arena, por ocasião do 85.º aniversário da Renascença. Os bilhetes estão esgotados.


Artigos Relacionados