Eles andam aí? Balões-espiões que são óvnis, óvnis que são balões-espiões

Entre 4 e 12 de fevereiro, foram abatidos quatro objetos voadores não identificados dentro do espaço aéreo partilhado pelos EUA e Canadá. Apenas a proveniência de um deles foi confirmada: era um balão-espião chinês. Em regra, relatos de avistamentos de óvnis aumentam em períodos de guerra, nota o investigador Joaquim Fernandes. Nos últimos anos, a ovniologia deixou de ser um tema tabu, transformou-se em matéria de investigação científica. Em 2021, o Centro de Investigação de Fenómenos Aeroespaciais registou 19 ocorrências em Portugal, todas com explicação. À Renascença, Estado-Maior da Força Aérea diz que “detalhes sobre as ocorrências não são passíveis de divulgação pública”.

28 fev, 2023 - 06:50 • Fábio Monteiro



Ilustração: Rodrigo Machado/RR
Ilustração: Rodrigo Machado/RR

Nem tudo o que aparece a voar a grandes altitudes é um balão-espião. Ou tem explicação.

A 2 de novembro de 1982, por volta das 10 horas da manhã, Júlio M. Guerra - comandante com quase duas décadas de serviço na Força Aérea portuguesa e antigo piloto da Portugália Airlines (empresa detida pela TAP desde 2007) - descolou da base da Ota ao comando de uma aeronave monomotor Chipmunk para um voo de treino.

A uma altitude de cerca de 3 mil metros (1500 pés), enquanto sobrevoava a zona entre Montes Juntos e Torres Vedras, o piloto português apercebeu-se de um objeto voador próximo de si a brilhar e com uma particularidade: não tinha asas.

Curioso, tendo em conta que aquele espaço aéreo estava interdito a outras aeronaves que não militares, Júlio decidiu investigar. E eis o que viu: “Uma bola brilhante, como que cromada.”

Assim que o piloto se tentou aproximar, o objeto voador não-identificado (óvni) começou a oscilar, a fazer elipses “numa velocidade louca”.

“Depois de ver estes movimentos algumas vezes, reportei à torre. Arranjei um pouco de coragem para dizer o que ia dizer. Reportei a dizer que estava ali com um objeto estranho à minha vista. Os meus colegas começaram a brincar e a dizer que era uma bola de futebol, que estava maluco. E eu disse: ‘Meus senhores, se é um balão, se é uma bola, isto anda aqui com uma velocidade do caneco’”, recorda.

Para esclarecer a situação, dois militares, que estavam ao comando de outra aeronave, na zona de Santarém, foram enviados para as coordenadas onde se encontrava Júlio Guerra. “Quando chegaram, já me doía o pescoço de estar com o maxilar encostado ao ombro para conseguir acompanhar o objeto.”

Os dois militares na segunda aeronave viram o mesmo que Júlio. Por comparação com o tamanho do Chipmunk, calcularam até que o objeto devia ter dois ou três metros de diâmetro.

Júlio fez então uma tentativa ver o objeto ainda de mais de perto. O militar completara há pouco tempo o curso de piloto de jatos. “Lanço-me para frente. Quando estou nessa linha, para o intercetar, o objeto fica parado por cima de mim. Faz um aerobrake (método de estabilização no ar dos helicópteros), não se via nada, nem vapores, nem fumaça. Depois, sai disparado dali.”

Os três pilotos regressaram à base, registaram a “anomalia”. “Aterrámos, muito calmos. A sensação que tenho é que nem ligámos nada ao acontecimento, muito sinceramente. Fomos preencher o relatório de anomalia. Eu preenchi e pronto.”

“Logicamente, aquilo depois foi arquivado. Mas existiu o relatório, fomos ouvidos. E não se passou mais nada.” Logicamente, a história de Júlio não ficou por aqui.


Balão-espião chinês. Foto: Chase Doak/Reuters
Balão-espião chinês. Foto: Chase Doak/Reuters

Olhar para o céu

Durante muitas décadas, o avistamento e testemunho de encontros com objetos voadores não-identificados foi objeto de teorias da conspiração e fantasias cinematográficas. E quem se interessasse por este fenómeno era, muitas vezes, rotulado como um “maluquinho dos óvnis”, mesmo que o seu objetivo fossem estudos académicos.

Foi preciso esperar, por isso, até à viragem do milénio, para a perceção pública em torno dos óvnis mudar. Em 2004, em segredo, o Ministério da Defesa norte-americano passou a investigar e a compilar dados sobre avistamentos de forma sistemática. Criou até uma repartição secreta para esse fim: o Programa Avançado de Identificação de Ameaças Aeroespaciais.

A existência e finalidade deste programa apenas veio a público em 2017, por via de uma notícia do jornal “The New York Times”. Praticamente em simultâneo, surgiram mais e novos relatos de pilotos; abriu-se uma porta.

O próprio Pentágono divulgou vídeos de avistamentos; uma mudança de paradigma ajudou a dissolver a imagem de que apenas pessoas crédulas, de imaginação fértil, podiam imaginar que algo mais podia existir e viver no espaço.

Em junho de 2021, o Pentágono revelou o seu primeiro grande relatório com dados sobre o avistamento de óvnis. Ficou-se assim a saber que, entre 2004 e 2021, os pilotos da Força Aérea norte-americana relataram 144 encontros com óvnis, 80 dos quais foram captados por vários sensores, sem explicação.

Nas palavras de Joaquim Fernandes, cofundador do Centro Transdisciplinar de Estudos da Consciência da Universidade Fernando Pessoa e autor do livro “Ficheiros Secretos à Portuguesa - Avistamentos de ÓVNIS, fenómenos ‘impossíveis’ e outros casos à espera de explicação”, o relatório do Pentágono “abriu uma nova janela de oportunidade para a ciência organizada, enquanto instituição responsável pelo conhecimento global, de participar na análise deste problema”.

Os pilotos “descreviam objetos brilhantes, maioritariamente esféricos, que mudavam de cor, mudavam inclusive de forma, o que é um detalhe não menos importante. Não tinham asas nem sistemas de propulsão. Executavam manobras complicadíssimas, que à luz da tecnologia contemporânea, que conheçamos, não era possível reproduzir”, lembra.

Cerca de um ano depois da divulgação do relatório, o Pentágono criou o Gabinete de Resolução de Anomalias de Todos os Domínios (All-domain Anomaly Resolution Office (AARO), em inglês), com o propósito de examinar a questão da existência de vida extraterrestre, mas também o risco de segurança representado por tantos encontros com objetos voadores de origem militar (humana).

E assim chegamos a 2023 e aos acontecimentos do último mês.


Marinha norte-americana encontra destroços de balão de espionagem na costa da Carolina do Sul. Foto: US Navy/Reuters
Marinha norte-americana encontra destroços de balão de espionagem na costa da Carolina do Sul. Foto: US Navy/Reuters

Discos ou balões?

Entre 4 e 12 de fevereiro, foram abatidos quatro óvnis dentro do espaço aéreo partilhado pelos EUA e Canadá na América do Norte. O primeiro, que deu origem a um pequeno incidente geopolítico, era um balão-espião chinês. Quanto à natureza dos restantes objetos, até hoje a Casa Branca não prestou mais esclarecimentos.

Os outros três óvnis eram diferentes do balão-espião chinês: tinham forma cilíndrica e eram mais pequenos. Seriam drones miliares? Outro modelo de balão-espião? Porventura, balões meteorológicos fora de rota?

Entre especialistas e analistas, uma das hipóteses levantadas foi que estes objetos eram de origem extraterrestre. Mesmo o Pentágono não descartou totalmente essa ideia.

Publicamente, o general da Força Aérea norte-americana Glen VanHerck afirmou: “Nenhuma possibilidade foi ainda excluída.” Por sua vez, Ronald Moultrie, subsecretário de Defesa para Inteligência e Segurança, disse: “Não encontramos nada que nos leve a crer que algum dos objetos detetados seja de origem alienígena.”

Algum dia teremos respostas? O piloto Júlio Guerra confessa não ter esperanças.

“Se os outros [óvnis] foram abatidos e [os EUA] não disseram nada, é porque não lhes interessa dizer”, comenta, ressalvando em todo o caso, que o mais provável é que fossem balões-espiões, dada a conjuntura internacional do momento presente.

O investigador Joaquim Fernandes segue o mesmo trilho: salvo raras exceções, “os cientistas estão sempre sujeitos ao interesse militar ou estratégico”, nota.

“Se formos pensar que alguma vida inteligente anda por aí a passear em volta da Terra, que não tem nada a ver com a nossa civilização, então essa cultura teria mais do que capacidade para não ser intercetada ou detetada. Estamos a falar de objetos mais ou menos mundanos, mais ou menos ao alcance das nossas tecnologias de interceção”, diz ainda.

Os novos interessados no fenómeno dos óvnis não “querem acreditar”, conforme se dizia na famosa série televisiva “Ficheiros Secretos”. Eles querem provas, querem investigar.

Investigadores (portugueses)

Vítor Moreira tinha 14 ou 15 anos. O português, que trabalha como técnico de medicina no trabalho, não consegue precisar se corria o ano de 1975 ou 76. O que tem como certo é que um dia, ainda adolescente, ao pegar num jornal regional do Porto, deparou-se com uma notícia sobre um congresso em torno de objetos voadores não-identificados no México. E isso marcou-o.

“A partir daí foi um interesse fantástico de tentar aprofundar esse fenómeno a nível nacional, que informação era possível disponibilizar. Foi um interesse que nunca mais parou”, conta à Renascença.

O presidente do Centro de Investigação de Fenómenos Aeroespaciais (CIFA), organização fundada em julho de 2021, transmite o entusiasmo de um agnóstico, que quer muito saber a verdade, do que existe além no espaço, mas também a seriedade de alguém que já teve de justificar, múltiplas vezes, o seu interesse particular.

“A nossa orientação não é pela crença, é pelo estudo científico. Tentamos comprovar pelos métodos científicos que os dados que são recolhidos possam ser ou não devidamente explicados. Isso é a nossa grande essência”, frisa.

O CIFA, que conta com pouco mais de 30 membros, entre os quais especialistas de vários campos académicos (biólogos, físicos, entre outros), acredita que os óvnis “são um assunto que deve ser estudado”. Aliás, para fugir ao estigma que os óvnis carregam, Vítor prefere falar em Fenómenos Aeroespaciais Desconhecidos (FAD).

“Ainda somos considerados um bocadinho, passo o termo, os maluquinhos dos óvnis. Noutras décadas a investigação era em parte amadora, mais de incentivo pessoal, até mesmo colegial. Agora existe um espírito muito mais aberto. A informação de que dispomos é muito mais aprofundada”, nota.

Em 2021, o CIFA recebeu 19 relatos de Fenómenos Aeroespaciais Desconhecidos (FAD) e para todos foi possível encontrar justificação. Já no ano passado, foram 25 testemunhos, “mas todos devidamente explicados”.

“Quando surgem dúvidas, no que tem a ver com artefactos aéreos, nós contactamos com entidades oficiais. Pedimos a sua opinião, a sua colaboração, que geralmente é dada. Isso é o que é mais importante no meio de tudo isto. Não haver dúvidas. O estudo da óvnilogia tem de passar por essa orientação”, conta.

Muitos dos relatos de óvnis partem de profissionais do meio aéreo, nomeadamente pilotos. “Não há outros interesses do que pura e simplesmente relatar uma ocorrência. Só por aí, penso que o assunto tem de ser levado muito a sério. Falamos de profissões que são extremamente exigentes no seu desempenho, quando acontece alguma coisa, são obrigados a declarar”, diz.

Nem por acaso, o primeiro avistamento de um óvni de que há registo aconteceu num período de conflito. E foi feito, claro, por um piloto.


Engenho que sobrevoava os céus norte-americanos foi destruído no passado sábado pela força aérea dos EUA. Washington fala numa "violação inaceitável da soberania", enquanto Pequim confessa uma "forte insatisfação" e diz ter o direito a "retaliar".

O espaço em tempos de guerra

Se “eles” – a existirem – podem andar por aí há muito tempo a observar-nos, a atenção recíproca da espécie humana é, tudo indica, ainda muito recente. O primeiro registo oficial da observação de um Fenómeno Aeroespacial Desconhecido (FAD), por exemplo, data do período após a Segunda Guerra Mundial - mais precisamente de 24 de junho de 1947.

Nesse dia, o piloto norte-americano Kenneth Arnold, enquanto sobrevoava o monte Rainier, no estado de Washington, avistou nove objetos “semelhantes a discos”, a voarem em formação, e a moverem-se a grande velocidade. A título oficial, nunca foi encontrada nenhuma explicação para este episódio – apesar de existirem várias teses.

Os objetos “voavam, como eu muitas vezes observei gansos a voar, numa espécie de correnteza em linha diagonal, como se estivessem ligados uns aos outros. Pareciam manter um rumo definitivo, mas davam guinadas por entre os altos cumes da montanha”, escreveu Arnold, num depoimento que consta do “Projeto Livro Azul” de Brad Steiger – tomo que inspirou o filme clássico de ficção-científica “Encontros Imediatos de Terceiro Grau”, do realizador Steven Spielberg, de 1977.

Nas semanas que sucederam ao relato do piloto, que rapidamente chegou aos jornais, brotaram dezenas de novos avistamentos de objetos voadores não-identificados nos EUA. Aliás, é de notar: até ao testemunho de Arnold, a expressão “discos voadores” nem sequer existia.

Em 1947, menos de quinze dias depois do avistamento de Arnold, a tripulação de um voo da United Airlines viu nove objetos voadores enquanto sobrevoavam o estado do Idaho. Pouco depois, em Roswell, deu-se outro episódio singular - e que apresenta, nem por acaso, elementos em comum com os acontecimentos deste último mês.

A 8 de julho, fragmentos de um balão-sonda do Projeto Mogul – projeto de espionagem dos EUA, que utilizava dirigíveis que voavam a grandes altitudes, para detetar possíveis explosões nucleares em solo soviético – caíram numa quinta próxima da cidade de Roswell, no estado do Novo México, nos EUA. Esta explicação da Força Aérea norte-americana, porém, só foi dada em 1994 – ou seja, 47 anos depois do incidente. (O relatório de investigação do Pentágono ao caso de Roswell está disponível na internet.)

Na época, o primeiro comunicado de imprensa da base aérea militar local de Roswell afirmou que os fragmentos eram de um “disco voador”. De seguida, para conter teorias da conspiração, foi dito que era um balão meteorológico comum. Mas então a desconfiança (e esperança de alguns óvnilogistas) já se havia encrustado no imaginário popular.

À Renascença, Joaquim Fernandes, cofundador do Centro Transdisciplinar de Estudos da Consciência da Universidade Fernando Pessoa, nota que o “contexto atual é bastante semelhante ao pós-guerra, ao pós-Segunda Guerra Mundial”.

O ano de 1947 – o mesmo em que começou o dito período da Guerra Fria - foi também aquele em que, pela primeira vez, os EUA, lançaram um estudo sobre avistamentos de objetos voadores não-identificados por parte dos pilotos da Força Aérea, que ficou conhecido como projeto Sign.

Com a guerra na Ucrânia a decorrer, vivemos “um contexto de guerra, de suspeita, e em que os grandes poderes tentam prevenir-se. No caso especial norte-americano, eles estão interessados, além de fazer avanços na ciência, da problemática de vida extraterrestre, o que na sua defesa, na defesa do seu espaço aéreo. Penso que é um aspeto fundamental nesta temática”, diz o especialista.


Desenho do objeto observador pelo piloto Júlio Guerra. Ilustração: Júlio Guerra
Desenho do objeto observador pelo piloto Júlio Guerra. Ilustração: Júlio Guerra

O legado português

Portugal não é o país mais inibido no que toca ao relato e registo de objetos de objetos voadores não-identificados. Durante os anos 80, a já extinta Comissão Nacional de Investigação do Fenómeno ÓVNI (CNIFO), numa parceria com a Força Aérea portuguesa, investigou e levou a sério este tipo de episódios.

O caso de Júlio Guerra, por exemplo, foi avaliado por uma equipa de vários cientistas e dado como sem explicação. “Foi um psicólogo à base fazer exames, testes psicotécnicos”, recorda o piloto português.

O general Tomás Conceição da Silva, antigo chefe do Estado-Maior da Força Aérea e diretor do Instituto da Defesa Nacional, falecido em 2021, “facultou o acesso a dados e à base militar da Ota” para investigação CNIFO, liderada pelo investigador Joaquim Fernandes. Então, “havia um questionário específico para os pilotos que observassem algo de anómalo para preencherem. E depois nós [investigadores], através do EMFA, fazíamos o escrutínio”.

Tal abertura ao fenómeno, pelo menos em parte, pode ser justificada pelo facto de também o ex-chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas general José Lemos Ferreira, falecido em 2020, ter presenciado e testemunhado um desses episódios sem explicação.

A 4 de setembro de 1957, no comando de uma esquadra de quatro aviões F-84, num treino de navegação noturna, entre Portugal e Espanha, Lemos Ferreira e os restantes pilotos encontraram “uma fonte luminosa esférica que de verde passou sucessivamente a amarelo”, que “chegou a passar por debaixo e por detrás da formação”.

O caso do general Lemos Ferreira consta do “Projeto Livro Azul”, lembra o antigo comandante Júlio Guerra. Por isso mesmo, quando testemunhou o que viveu, em 1982, nunca se sentiu posto em causa, foi “levado a sério”. “Houve essa abertura do Chefe de Estado-Maior.” E mais: ao seu lado Júlio tinha duas testemunhas.

“Se fosse sozinho faria o mesmo, mas com certeza que aceitação dentro das Forças Armadas e cá fora não seria a mesma. Mas com duas testemunhas… só tinha de expor o que é verdadeiro e correto”, diz.

Questionado pela Renascença quanto à monitorização deste tipo de acontecimentos, o Estado-Maior da Força Aérea fez saber que “monitoriza em permanência o espaço aéreo de interesse nacional com a finalidade de proceder à identificação de todos os objetos que cruzam aquele espaço”.

O EMFA não avançou números relativamente a objetos voadores não-identificados.

Mas disse: o sistema de vigilância do espaço aéreo português integra “o dispositivo NATO e, como tal, perante qualquer incidência se iniciam procedimentos definidos pela Aliança Atlântica. Tendo em consideração a Defesa nacional, detalhes sobre as ocorrências não são passíveis de divulgação pública”.


Foto: Reuters / NASA
Foto: Reuters / NASA

Eles andam aí?

Em quase duas décadas de investigação, o Pentágono (ou qualquer entidade) não encontrou provas de vida alienígena na Terra. Existe, contudo, um histórico de fenómenos e episódios sem explicação que tem vindo a aumentar.

O piloto Júlio Guerra acredita que há algo mais que a espécie humana por aí, mas admite que é complicado para a “civilização” admitir tal possibilidade. Este encontro com uma outra espécie poderia provocar o “pânico total”.

“Nós só nos conhecemos a nós próprios. Conhecemos outros animais irracionais. Agora humanos, com pensamento, só nos conhecemos a nós”, diz.

Ao mesmo tempo, há cada vez mais cientistas a olhar para o céu em busca de respostas. A espantarem-se com o que presenciam.

Como admite o investigador Joaquim Fernandes: “Ainda há dias, da minha janela, vi uma traçozinho, uma espécie de charuto luminoso, muito fininho, que se destacava muito das nuvens negras que estavam por trás. O que era aquilo? Não faço a mínima ideia.”