China avança 37 mortes por Covid-19 no último mês, mas há corrida aos cemitérios

Imagens de satélite mostram a construção de parques de estacionamento e multidões a despedirem-se de familiares em cemitérios. Na cidade de Chengdu, cada família tem apenas dois minutos para se despedir dos ente queridos antes da cremação.

11 jan, 2023 - 14:43 • Diogo Camilo



Imagens de satélite capturadas em várias cidades chinesas mostram multidões em crematórios e funerais, contrariando os registos de que a China apenas teve 37 mortes por Covid-19 desde que a política "covid zero" no país terminou e o número de casos explodiu.

Os planos vistos de cima foram registados no final de dezembro e início de janeiro pela Maxar, uma empresa norte-americana de tecnologia espacial, e mostram a construção de um novo parque de estacionamento num cemitério de Pequim, além de multidões e filas em cemitérios das cidades de Kunming, Nanjing, Chengdu, Tangshan e Huzhou.


Imagens de satélite de cemitério em Tangshan, na China, a 26 de janeiro de 2020. Foto: Maxar Technologies/Reuters
Imagens de satélite de cemitério em Tangshan, na China, a 26 de janeiro de 2020. Foto: Maxar Technologies/Reuters
Imagens de satélite de cemitério em Tangshan, na China, a 4 de janeiro de 2023. Foto: Maxar Technologies/Reuters
Imagens de satélite de cemitério em Tangshan, na China, a 4 de janeiro de 2023. Foto: Maxar Technologies/Reuters


A China abandonou a 7 de dezembro a sua política de “covid zero”, com restrições severas de combate ao vírus, e que motivaram protestos após três anos de isolamento autoimposto e contenção pandémica.

No entanto, desde este dia, só foram registadas 37 mortes em todos o país por Covid-19, apesar de terem sido confirmados mais de 150 mil casos, quase metade deles na última semana.


Imagens de satélite de cemitério em Chengdu, na China, a 18 de Dezembro de 2021. Foto: Maxar Technologies/Reuters
Imagens de satélite de cemitério em Chengdu, na China, a 18 de Dezembro de 2021. Foto: Maxar Technologies/Reuters
Imagens de satélite de cemitério em Chengdu, na China, a 21 de Dezembro de 2022. Foto: Maxar Technologies/Reuters
Imagens de satélite de cemitério em Chengdu, na China, a 21 de Dezembro de 2022. Foto: Maxar Technologies/Reuters


O Washington Post refere como exemplo que um cemitério em Chengdu deixou de oferecer serviços fúnebres, deixando apenas dois minutos a cada família para se despedir dos ente-queridos antes da cremação, enquanto em Xangai um lugar na fila para cremação custa cerca de 300 euros.

Cemitérios têm assistido a um recente aumento de atividade, comparado com os últimos meses, o que sugere que os registos oficiais não reflete os 37 óbitos que a China diz terem existido no último mês.


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