"As autoridades gregas têm tentado acelerar os processos, mas em média leva nove meses até que um processo de requerimento de asilo esteja terminado”, explica Anastasia, ressalvando que “depende muito de cada situação, dos procedimentos que são feitos. Pode ser mais rápido, pode ser muito mais demorado”, assegura.
O tempo de espera, a falta de liberdade e de uma vida normal. Augusto diz que quem aqui chega, não encontra o que espera.
“As pessoas vêm com essa bagagem, vêm em busca de apoio, em busca de serem acolhidas e ajudadas e na verdade o que elas encontram aqui é o oposto”, critica.
Este médico considera, por isso, que a vinda a Lesbos de pessoas como o Papa é importante, até porque, reconhece, do lado do poder político, os refugiados e migrantes muitas vezes são esquecidos e incentivados a não vir.
“Politicamente existe o esforço para evitar que essas pessoas venham para cá, para a Grécia, para a União Europeia. E quando elas chegam, ao invés de dar um acolhimento humano e adequado, colocam as pessoas nessas condições de vida que não são dignas”, reforça.
Também Anastasia considera que “a comunidade internacional, a Europa no seu todo e a comunidade internacional no geral, devia reconsiderar a forma como abordamos um assunto que está para ficar, não só na Europa, mas a nível internacional. As migrações não são uma coisa nova, existem há anos, desde sempre diria, e vai aumentar nos próximos anos devido às alterações climáticas”, prevê.