De 140 passarão a ser 215 os doentes elegíveis para tratamento com os medicamentos Kaftrio e Kalydeco, uma subida próxima dos 50%. "Graças a este maior acesso à inovação terapêutica, estas pessoas poderão beneficiar de mais anos e melhor qualidade de vida", lê-se no comunicado da Autoridade do Medicamento.
Os deputados quiseram saber, entre outras questões, se os médicos são impedidos pelo Conselho de Administração de prescrever o novo medicamento inovador Kaftrio por razões orçamentais e se isso interfere nos critérios de elegibilidade dos doentes para receber a terapêutica, algo que foi perentoriamente negado por ambos os inquiridos.
A fibrose quística é uma doença degenerativa e hereditária grave, cujo principal efeito é a perda de capacidade respiratória dos doentes. Em Portugal existem cerca de 375 casos identificados de fibrose quística.
A jovem de 24 anos será uma de cinco doentes que vão receber o novo tratamento, mas o diretor clínico do Hospital de Santa Maria garante que a decisão não tem a ver com a exposição mediática do caso de Constança Braddell.
A Associação Nacional de Fibrose Quística (ANFQ) lamenta o excesso de tempo que os organismos do Estado, Infarmed e hospitais, levam para ajudar os doentes com um tratamento que lhes dá pelo menos mais 15 anos de sobrevida. Os últimos dois medicamentos para fibrose quística, alerta, demoraram cinco anos a serem aprovados. Muitos doentes não recebem tratamento em tempo útil.
Constança Braddell tem fibrose quística e escreveu numa publicação nas redes sociais que há um medicamento que lhe pode dar uma vida com qualidade, mas ainda não é comercializado em Portugal. Culpa as autoridades de saúde e autoridades do medicamento por vedarem uma solução que “lhe prolonga a vida”.