13 dez, 2022 - 19:18 • Diogo Camilo
A chuva que caiu esta terça-feira em diversas zonas do país, com especial incidência na Área Metropolitana de Lisboa, promete ficar para a história. Só até às 17h00 de hoje, caiu mais água em Lisboa do que em qualquer mês deste ano. A probabilidade de chuva para o resto do dia é quase nula, mas os máximos de precipitação num dia não estão longe de ser alcançados.
Segundo resumos horários do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), a estação meteorológica da Tapada da Ajuda registou uma precipitação até às 17h00 de 101,8 litros por metro quadrado (l/m2 ou mm).
Comparando este valor ao território, caíram na Ajuda esta terça-feira cerca de 320 milhões de litros de água, o que daria para encher mais de 128 piscinas olímpicas ou 64 milhões de garrafões de cinco litros só com a água que caiu na freguesia onde vivem apenas cerca de 15 mil pessoas.
Noutras estações meteorológicas da capital, os números foram ainda maiores: no Instituto Geofísico Dom Luís foi registada uma precipitação de 109,7 mm, enquanto em Gago Coutinho a precipitação foi de 110,6 mm.
Estes valores ficam acima dos registados na passada quarta-feira, quando a precipitação não ultrapassou os 85 mm.
O período de tempo em que foi registada uma maior queda de água foi entre as 4h00 e as 7h00 da madrugada, em que caíram mais de 65 litros de chuva por metro quadrado.
Por comparação com o resto do ano, o mês com mais chuva em Lisboa tinha sido outubro, com cerca de 103 litros por metro quadrado registados na estação de Gago Coutinho - valor menor que os 110,6 mm registados só no dia de hoje.
Os valores desta terça-feira ficam também próximos dos extremos absolutos de chuva num dia, registados a 18 de fevereiro de 2008, quando, na estação da Tapada da Ajuda, foi captada uma precipitação de 122,5 mm.
Noutras zonas do país, a precipitação não foi tão intensa: em Elvas, onde foram registados estragos, a chuva não passou dos 45 mm.
Com o fim da chuva, o IPMA alterou entretanto o seu alerta de precipitação para Lisboa e outros distritos, que ficaram agora a verde. No entanto, o nível laranja da Proteção Civil permanece para todos os distritos do continente, com exceção de Bragança.