Inflação

Portagens deverão subir mais de 10% em janeiro

11 nov, 2022 - 11:10 • Diogo Camilo

Inflação em outubro dita a subida das portagens nas autoestradas. Trajeto da A1 entre Lisboa e Porto ficará 2,30€ mais caro e uma viagem com carro a gasóleo pode custar quase mais 10 euros do que custava no início de 2022.

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As portagens nas autoestradas portuguesas podem aumentar mais de 10% a partir de janeiro próximo, com o trajeto da A1 entre Lisboa e Porto a ficar 2,30€ mais caro devido à atualização da taxa de inflação, divulgada esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Para a atualização dos preços, as concessionárias usam como referência o índice de preços ao consumidor (IPC) de outubro, excluindo a habitação. Assim, os preços das portagens poderão aumentar 10,44% a partir de 1 de janeiro de 2023, tendo em conta a estimativa confirmada esta sexta-feira.

Segundo contas feitas pela Renascença, o trajeto da A1 entre Lisboa e Porto passará a custar 24,50€ para a classe 1 de automóveis, uma subida de 2,30€, enquanto o trajeto da A2 passará a custar 21,90€, uma subida de 2,10€.

As portagens na A5, que liga Lisboa a Cascais e é uma das autoestradas com maior afluência no país, sofrerão um aumento de 20 cêntimos, para 1,95€.

Veja a lista dos preços das portagens atualizados à inflação:


Viagem na A1 pode ficar quase 10€ mais cara

Com as eventuais subidas nas portagens e o aumento dos preços dos combustíveis, uma viagem na A1 de Lisboa ao Porto pode ficar quase 10 euros mais cara em relação aos preços das portagens em janeiro de 2022.

No início deste ano, com as portagens a 22,20€ e o preço do combustível a ficar entre os 1,51 euros por litro para o gasóleo e os 1,69 euros por litro para a gasolina 95, uma viagem custava menos de 45€ para carros a gasóleo e 55€ para carros a gasolina.

Se os preços dos combustíveis continuarem os mesmos de agora, em que o gasóleo está fixado nos 1,88 euros por litro e a gasolina 95 nos 1,82 euros por litro, e com a subida de 10% nas portagens, uma viagem sairá a mais de 53 euros para carros a gasóleo e de 59,50€ para carros a gasolina.

Caso os preços dos combustíveis não aumentem mais até ao final do ano, as viagens ficarão mais de 8 euros mais caras para carros a gasóleo e quase 5 euros para carros a gasolina.

Concessionárias têm até terça para fazer proposta ao Governo

As concessionárias têm agora até 15 de novembro para entregar ao Governo a sua proposta para a revisão das portagens para entrada em vigor a 1 de janeiro do ano seguinte, com o Estado a ter 30 dias para se pronunciar sobre as subidas.

Em 2022, a evolução do IPC ditou uma subida de 1,83% das portagens, depois das taxas não terem sido alteradas em 2020 e 2021, após quatro anos consecutivos de subidas: em 2019 as portagens nas autoestradas aumentaram 0,98%, depois de aumentos de 1,42% em 2018, de 0,84% em 2017 e de 0,62% em 2016.

Já os preços das portagens nas duas pontes sobre o Tejo concessionadas à Lusoponte - a 25 de Abril e a Vasco da Gama - podem aumentar 9,3%, uma vez que o contrato da concessionária prevê que a atualização das taxas esteja indexada à taxa de variação homóloga do IPC de setembro.

Assim, a subida da inflação resultará num aumento de 20 cêntimos para o caso de carros na ponte 25 de Abril e de 25 cêntimos na Ponte Vasco da Gama.

Na ponte 25 de Abril, a entrada em Lisboa passará a custar 2,10€ para veículos de classe 1 a partir de janeiro, enquanto a subida na ponte Vasco da Gama será de 25 cêntimos, para os 3,15 €. Nas portagens, os aumentos são feitos de cinco em cinco cêntimos.

Esta semana, o PCP anunciou durante a audição do ministro das Infraestruturas e Habitação sobre o Orçamento do Estado para 2023 (OE 2023) que irá avançar com uma proposta concreta para travar o aumento das taxas de portagem, especificamente nas duas pontes sobre o Tejo, no próximo ano.

A proposta dos comunistas, que têm também defendido o fim das portagens nas antigas SCUT, é que o aumento no próximo ano nas outras vias "não pode ser superior ao aumento de 2022", adiantou Paula Santos.

Em julho, o presidente executivo da Brisa, António Pires de Lima, já tinha alertado para a possível subida de preços.

“As portagens estão diretamente relacionadas com a inflação, é o indicador de inflação em outubro que vai determinar o valor das portagens, portanto, deverão aumentar e com algum significado no próximo ano, a não ser que o Estado mostre abertura para encontrar mecanismos que compense a Brisa desse aumento e o possa diluir no tempo, ou incluí-lo no grupo de trabalho de renegociação da concessão”, afirmou em entrevista ao "Jornal de Negócios" e à Antena 1.

No entanto, o Governo não deu ainda qualquer indicação sobre se será ou não negociado um travão ao aumento das portagens.

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  • Manuel Ferraz
    13 nov, 2022 Vila Nova de Gaia 16:54
    Mas isto onde é que vai chegar? Os salários não sobem ao índice da inflação as portagens sobre 10% porquê? Mas será que ninguém põe travão nesta porcaria. Mas o que é isto.
  • Petervlg
    11 nov, 2022 Trofa 12:28
    é uma vergonha!

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