09 set, 2024 - 12:05 • João Malheiro
Terminou este sábado a 81.ª edição do Festival de Veneza, onde ocorreu a estreia de muitos filmes que podem marcar o quarto trimestre de 2024.
Grandes cineastas apresentaram, pela primeira vez, os seus trabalhos mais recentes. Quem venceu as categorias em competição parte com algum favoritismo para os prémios do próximo ano, mas há quem tenha deixado marca em Veneza, mesmo sem qualquer prémio ganho.
A Renascença deixa uma lista de filmes que estiveram em destaque no festival italiano e que vale a pena ter em conta em futuras visitas à sala de Cinema.
O Leão de Ouro para Melhor Filme foi atribuído ao novo filme de Pedro Almodóvar.
É a primeira vez que o cineasta espanhol realiza uma obra falada em inglês e o risco foi compensado com uma aclamação da crítica em Veneza.
Tilda Swinton e Julianne Moore são as duas atrizes principais da produção, mantendo o foco de Almodóvar em protagonistas femininas.
O filme fala de duas amigas de infância que se reencontram muitos anos depois, com carreiras e percursos de vida distintos. O tema da eutanásia é uma peça fundamental da narrativa.
Foi o filme sensação entre grande parte do grupo de críticos presentes no festival e valeu o Leão de Prata (Melhor Realização) a Brady Corbet.
Trata-se de um épico histórico que retrata 30 anos na vida de um emigrante judeu que decide viver nos Estados Unidos, após o final da Segunda Guerra Mundial, e tentar alcançar o "sonho americano".
Adrien Brody assume o papel principal e foi alvo de muitos elogios por quem assistiu ao filme em Veneza. Felicity Jones, Guy Pearce, Joe Alwyn, Stacy Martin, Emma Laird e Jonathan Hyde são alguns dos grandes nomes que compõe o resto do elenco.
Com 3h30 de duração, "The Brutalist" pode ser um dos filmes de maior destaque nos últimos meses do ano.
A performance de Nicole Kidman no papel principal rendeu-lhe o galardão de Melhor Atriz em Veneza.
Escrito e realizado por Halina Reijn, "Babygirl" é um thriller erótico sobre uma CEO que começa uma relação romântica com um estagiário muito mais novo da sua empresa.
Harris Dickinson (que se destacou em "Triângulo da Tristeza") contracena com Kidman, fazendo a outra metade da dupla romântica.
O elenco conta ainda com Antonio Banderas, que interpreta o marido de Kidman, e a atriz em ascenção Sophie Wilde.
Vicent Lindon foi premiado com o prémio de Melhor Ator pela sua prestação neste drama francês sobre uma família dividida pela política.
A narrativa fala de um pai de dois filhos que vê o mais velho ficar cada vez mais distante, à medida que é radicalizado por ideias de extrema-direita.
O filme fala igualmente do luto que quer o protagonista, quer os seus dois filhos sentem, devido à morte da mãe.
A performance de Lindon foi muito elogiada pela crítica e acabou mesmo por lhe valer uma premiação.
Baseado no romance semibiográfico do mesmo nome, o filme é o mais recente trabalho de Luca Guadagnino, que ainda este ano teve grande sucesso com "Challengers".
O mesmo argumentista, Justin Kuritzkes, escreveu o guião que vê Daniel Craig no papel principal de um homem expulso do exército norte-americano, durante a Segunda Guerra Mundial, e viciado em droga que se apaixona por outro homem numa situação semelhante.
O filme conta também com Jason Scwartzman Omar Apollo e David Lowery.
Filmado em Itália, o filme foi muito elogiado pela sua cinematografia e pela interpretação de Daniel Craig, que pode ser um dos favoritos às nomeações das galas de prémios do próximo ano.
Como não podia deixar de ser, a sequela ao vencedor do Festival de Veneza, em 2019, dividiu opiniões.
Há quem diga que "Joker: Loucura a Dois" seja uma obra-prima e quem considere uma deceção.
A verdade é que o filme seria sempre arriscado representar o icónico vilão de banda desenhada através de um musical. A ajudar está Lady Gaga, a grande adição da sequela ao elenco que conta também com Catherine Keener, Brendan Gleeson, Zazie Beetz e Steve Coogan.
O filme vai estrear a 3 de outubro, em Portugal.