"Pensar ao contrário". 15 técnicas para enfrentar os problemas

Pensar ao contrário é a resposta de Berthold Gunster aos imprevistos da vida. O autor ensina a transformar problemas em oportunidades, com “uma espécie de jiu-jitsu psicológico”, dividido por 15 técnicas, que preparam qualquer um a reagir.

"Não sabia ao que ia quando entrei na sala, apenas que era um workshop dado por atores e a participação não era opcional. Vários anos depois, aquela tarde com 'os Improváveis' e alguns colegas de trabalho ainda hoje me serve de referência, quando a vida sai do guião."

“Pensar ao Contrário” (Lua de Papel), de Berthold Gunster, é um regresso a essa tarde e a alguns dos exercícios realizados. "Como o primeiro, em que fomos convidados a contar uma história em equipa, com cada um a acrescentar uma frase, mas tinha de começar sempre da mesma forma: SIM, e…"

Esta é a base de “Omdenken”, a filosofia de Gunster, que em holandês significa “pensar ao contrário”. No fundo, é trocar o “sim, mas…” pelo “sim, e…” (mesmo quando já tínhamos uma história na cabeça, mas somos forçados a continuar aquela que o colega acaba de nos entregar). É substituir os constrangimentos e problemas por soluções e oportunidades. É dar respostas “criativas, otimistas e eficazes, na vida pessoal ou profissional”.

Este é um livro para ler numa tarde ou ir lendo. É uma nova abordagem, um “upgrade” ou apenas um lembrete do que já sabemos, mas não aplicamos no dia a dia.

Depois de aceitar os problemas, o autor mostra como podem ser desconstruídos, como devemos lidar com a “bagagem de mão”: transformar o problema num facto e o facto numa oportunidade.

Só então o leitor tem luz verde para viajar pelas 15 respostas possíveis, 15 técnicas explicadas com muitas histórias, imagens, exemplos e ciência: aceitação, espera, amplificação, respeito, perseverança, concentração, repensar, eliminar, importar, colaborar, aliciar, ostentar, inversão de papéis, rutura e reversão.

Além de explicar cada técnica individualmente, o autor descreve o efeito, recomenda quando deve ser aplicada e de que forma. Elas estão divididas em quatro blocos:

• Amor: são quatro estratégias que têm por base o lado bom das pessoas, as oportunidades positivas da situação e a esperança de um desfecho natural. “Os elementos principais destas estratégias são aceitação, reconciliação e paciência”;

• Trabalho: partem da ideia de que resolver um problema é muitas vezes uma questão de perseverança. Implica “aprender por tentativa e erro, com muita prática, persistência e determinação”;

• Batalha: parte do princípio de que a realidade é, por vezes, hostil e desonestidade, manipulação e cobiça são características humanas reais, com as quais temos de lidar. “elementos-chave destas estratégias são a manipulação, a tentação e a colaboração”;

• Jogo: tem por base a ideia de que quem faz as regras é geralmente quem ganha. A forma mais rápida de dar a volta a um problema pode ser alterar as regras do jogo. Estratégias: “enfatizam a criatividade, a inteligência e o humor”.

São 15 técnicas para qualquer situação, desde a apresentação de um problema à imprensa, à resolução e mediação de conflitos, até à mais banal decisão do quotidiano.

Os palcos inspiraram o fundador de “Omdenken”, Berthold Gunster estudou na Academia de Teatro de Utrecht, foi encenador e dramaturgo durante largos anos.

Hoje tem 13 livros publicados sobre esta forma de pensar e viver, sucessos de vendas, e desde 2001 disponibiliza formação e workshops. Além de uma página oficial, em holandês e inglês (https://www.omdenken.nl/zakelijk/flip-thinking) tem ainda publicações em várias redes sociais, com vários podcast e webinar publicados.

Este “Pensar ao Contrário” foi lançado em 2008, chega agora a Portugal pela Lua de Papel, com uma edição revista mas com a mesma filosofia: “um livro esperançoso, positivo e descontraído, repleto de exemplos inspiradores de como, de forma algo paradoxal, podemos por vezes tornar a vida melhor e mais agradável, não negando nem evitando os problemas”.

“Pensar ao contrário começa sempre por encararmos a realidade”, conclui Gunster.