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Entrevista

Nuno Lopes: "São Jorge' é uma metáfora do que a Europa nos fez"

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Nuno Lopes: "São Jorge' é uma metáfora do que a Europa nos fez"

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19 set, 2016 - 10:03 • Catarina Santos (entrevista e edição vídeo) e Joana Bourgard (imagem entrevista)

Foi ao palco de Veneza apontar o dedo à "Europa de smoking" que ignorou os efeitos da austeridade. O filme que o consagrou como melhor actor não teria sido feito se outro realizador não tivesse desistido do subsídio do ICA. Em entrevista à Renascença, Nuno Lopes fala do prémio, da carreira e dos "milagres" que o cinema português tem feito.

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Fazer "São Jorge" chocou Nuno Lopes. "Nós somos uns burgueses"
Fazer "São Jorge" chocou Nuno Lopes. "Nós somos uns burgueses"

Diz que era inconcebível estar perante a nata da Europa e não apontar o dedo a quem vê as pessoas como “números numa folha de Excel”. Distinguido com o prémio de melhor actor na Secção Horizontes do Festival de Veneza, Nuno Lopes, conta à Renascença como mergulhou nos bairros mais pobres dos arredores de Lisboa, descreve-se como "uma pessoa naturalmente obsessiva" e revolta-se quando ouve associar ao cinema português a ideia de "subsidiodependência".


Mais à frente: Os milagres do cinema português e a "subsidiodependência"



Fazes o papel de um lutador de boxe, mas não é dos teus punhos que vem a real violência do filme.

O boxe é o lado menos violento da vida do Jorge. Eu e o Marco começámos a estudar o boxe num sentido de ser a história de um homem que luta pela vida, que luta por dinheiro. Mas depois a crise entrou-nos pelo filme adentro. A crise era tão forte, nessa altura, em Portugal que mesmo que nós quiséssemos fazer um filme de boxe normal, seria impossível não falar da crise. A verdadeira violência do filme aparece quando descobrimos o lado das cobranças difíceis e percebemos que, aí sim, tínhamos uma história interessante para contar: a história de um tipo que tem dívidas e que, para as pagar, torna-se um cobrador de dívidas das pessoas que são iguais a ele, que estão na mesma situação que ele.

O filme foi-vos acontecendo. Como fizeram essa abordagem aos bairros?

Começou há cinco anos. Fui discutindo as coisas com o Marco [Martins, realizador], acho que visitámos todos os bairros sociais de Lisboa – não só porque estávamos à procura de um "décor", mas porque é um mundo que nos é distante. Nós somos uns burgueses de classe média que, comparados com estas pessoas, vivem muito bem no centro de Lisboa. Foi muito importante conhecermos este outro mundo. Eu conhecia parte porque vivi a minha vida toda na Amadora, mas não conhecia os resultados desta crise. E isso sente-se muito nos bairros. Nisso, o filme é profundamente político.

Lembro-me perfeitamente de estar a ir a caminho dos bairros e de ouvir na rádio os políticos a dizer que nós vivíamos acima das nossas possibilidades. E chegar lá e ver pessoas a trabalhar na sucata fez-nos abrir a cabeça para uma realidade que nós – e a maior parte das pessoas – não sabemos que existe. Quando nós dizemos que o bairro da Jamaica fica no Seixal, a 20 minutos de Lisboa, ninguém acredita. Perguntam sempre "onde é que vocês encontraram isto?". É aqui. É aqui ao lado.

Como é que as pessoas dos bairros recebem uma equipa a fazer perguntas e a dizer que os quer retratar?

Depende muito. Começávamos por procurar alguém que trabalhasse como assistente social, alguém de confiança do bairro, que fizesse a ponte entre nós e essas pessoas. Na Jamaica foi muito fácil, porque o bairro é como se fosse uma família. São prédios que foram ocupados por pessoas, quase todas da mesma origem... A Bela Vista é uma experiência social totalmente errada, na minha opinião, onde se juntaram vários bairros, com várias raças, de sítios que se davam mal.

Não se trata assim as pessoas e estás a criar um barril de pólvora, porque estás a obrigar pessoas a viverem juntas que não têm nada a ver umas com as outras. Portanto, no bairro da Bela Vista foi muito mais difícil entrar. Havia uma desconfiança maior, até porque o bairro saiu muitas vezes nos media pelas más razões... Mas passado um tempo conseguimos. O objectivo é tentar ganhar a confiança das pessoas e depois dar-lhes voz. Foi o que fizemos no filme.

Nunca sabemos como reagiremos em situações extremas, como a que o Jorge vive no filme. Como é que preparas isto?

O Jorge, apesar de tudo, tem um gancho muito fácil para um actor e para o público: acho que todos temos consciência de que, pelo nosso filho, faremos sempre tudo. Apesar de eu não ter filhos, imagino o que seria se tivesse. É a coisa mais importante da tua vida, portanto estás disposto a tudo para aquela pessoa viver bem. Tem esse pressuposto, que é muito forte e que também nos dá muita liberdade criativa, em termos de escrita de guião, porque não ficas a pensar "ele nunca poderia fazer isto". É pelo filho, portanto ele poderia fazer tudo. Isso acaba por ser muito libertador para quem está a construir um personagem, porque não há limites.

A dada altura, o miúdo que faz de teu filho fica muito transtornado porque vê o pai numa luta de boxe. Diz, cabisbaixo, "ele estava-te a bater". E a reacção do pai é dizer "Então e o boxe não é mesmo assim?". Foi também essa atitude de alguma resignação que encontraste naquelas pessoas, perante o que lhes estava a acontecer?

Sim, sim. Aliás, eu acho que o Jorge, a minha personagem, tem muito isso. É um tipo que, provavelmente, se tivesse nascido noutro sítio, com outras condições de vida, nunca seria lutador de boxe. Nunca. Acho que ele tem uma ingenuidade e uma esperança que não existem em mais ninguém, naquele bairro fictício do filme. E acho que as pessoas têm esse tipo de defesas.

Há uma espécie de fatalidade inerente. E acho que o filme, de certa maneira, acaba por ser uma metáfora daquilo que a Europa nos estava a fazer a nós. Também nos estava a cobrar as dívidas através de ameaças e de intimidação. Tentámos que isso existisse no filme. Há uma espécie de fantasma que está por trás que é quase uma tragédia, é quase uma fatalidade a que a personagem tenta sobreviver, tenta sobreviver, mas nunca consegue, porque há algo maior que o impede de emergir. Tem a ver com o lado duro da vida, com aquele inferno onde ele está.

Nuno Lopes foi a Veneza apontar o dedo à "Europa de smoking"
Nuno Lopes foi a Veneza apontar o dedo à "Europa de smoking"

Tendo esta percepção do lado mais cru da crise, que o filme te deu, quando sabes que ganhas um prémio e que vais ter de subir a um palco, decides imediatamente que vais fazer aquele discurso?

É impossível passares por uma experiência destas, conheceres aquelas pessoas, e depois estares finalmente num festival de classe A, com toda a gente sentada à tua frente de "smoking", a ficarem no melhor hotel de Veneza, com uma vida incrível, estares perante a Europa toda, e falares só da tua família e de quão difícil foi fazer a personagem. Seria impensável para mim ter outro tipo de discurso que não o que tive.

Qual foi a receptividade às tuas palavras, do outro lado?

Foi o único discurso político da noite e houve imensas pessoas que no final me vieram parabenizar. Estás em Veneza, tens barreiras de cimento no meio da rua por causa do que aconteceu em Nice, há o problema dos refugiados que está ali ao lado... Mesmo num festival de classe A sentes o estado em que está a Europa neste momento. Passar por uma cerimónia com esta importância e com esta visibilidade e não se falar disso seria grave.

No fim do discurso, admites que defender uma Europa que não olhe as pessoas como meros dados estatísticos é uma utopia e assumes-te como um sonhador profissional. Porquê?

O nosso filme tenta expor isto, mas infelizmente não podemos fazer nada, além de expor. Não somos nós que tomamos as decisões. O que eu acho que é utópico é: até que ponto os políticos são sensíveis a este tipo de questão? Eu adorava que este filme fosse visto pelos parlamentares europeus, mas não sei até que ponto eles ficariam verdadeiramente sensibilizados com o filme. Acho que alguns sim, espero que sim, e nesse sentido sou utópico. Tenho esperança. Mas só tenho esperança. Na verdade, sei que é difícil. Por isso achei que tinha que dar essa nota no discurso. Eu sei que isto parece uma utopia, porque mesmo para mim parece uma utopia, mas na verdade tenho esperança. Senão não fazia este filme.

Melhor actor em Veneza. Nuno Lopes dedica prémio a quem lutou contra o “dragão da austeridade”
O discurso de Nuno Lopes em Veneza. O actor dedicou o prémio aos moradores dos bairros sociais, gente que "lutou contra o dragão da austeridade"

Como é que as pessoas dos bairros da Bela Vista e da Jamaica, a quem dedicaste o prémio, receberam a notícia?

Receberam muito bem. Ainda não consegui falar com todos, mas ficaram muito contentes. Sobretudo porque se sentem muito marginalizados. A maior parte das pessoas não sabe onde é a Jamaica, nunca ouviram falar; ouviram falar da Bela Vista pelas piores razões... Dizia-me um deles, no outro dia, que nunca tinha visto o nome do bairro dele associado a uma coisa boa. Nesse sentido, acho que foi importante para eles.

Eles já viram o filme?

Ainda não. Vamos fazer uma sessão especial na Jamaica, na altura da estreia. Nestas coisas de criação com figuras reais, com actores amadores, há sempre uma certa sensação de vampirismo. De chegar lá, sugar o que as pessoas têm de melhor, e depois… [sopra para o ar e desenha o efeito de bomba de fumo].

Mas tentamos sempre que existam lastros da nossa relação. No filme, os trabalhadores da fábrica são os mesmos com os quais eu e o Marco encenámos uma peça nos Estaleiros de Viana – que foi muito importante, na verdade, para a criação do "São Jorge".

Há uma tentativa de não perder esta relação e de não nos sentirmos absolutamente vampiros. Tento, sempre que posso, estar com o David, o meu filho no filme... Apesar de sabermos que faz parte. A seguir, se formos fazer um filme sobre pescadores, não vamos poder ir para a Bela Vista, temos que ir para uma zona piscatória.

Disseste que sempre querias ter interpretado um lutador de boxe. Há mais personagens que queiras muito fazer?

Não... Tinha esta desde muito pequenino, porque era fã. O meu filme favorito é o "Belarmino", o "Raging Bull" [“Touro Enraivecido”] é outro dos favoritos... Normalmente os boxeurs são pessoas pobres e essa ideia de alguém pobre que luta pela vida, cuja profissão é lutar por dinheiro, sempre me comoveu muito. Não te sei explicar muito bem porquê. E depois tenho ombros largos, portanto achei que era uma possibilidade [risos].

Ainda assim, obrigou-te a inchar bastante... [Nuno engordou 20 Kg e treinou boxe intensivamente durante seis meses]

Ainda assim, obrigou-me a inchar... [risos]

Olhamos para a tua carreira e ficamos com a sensação de que gostas de extremos. Começámos por te conhecer num registo cómico, depois fizeste coisas mesmo muito sérias... E pelo meio ainda és DJ.

Isso é o que me agrada nesta profissão. O que eu acho graça, em ser actor, é esta ideia de mudar, não só de personagem mas também de género. Se eu só fizesse teatro sério, só tragédias, ia-me sentir um trabalhador das 9h às 17h. Agrada-me essa ideia de ir explorando e ir abarcando novas linguagens.

Mas parece que nunca há um meio-termo. Ou nos estás a fazer rir às gargalhadas ou nos estás a deprimir tremendamente...

Sim, sou um bocadinho de extremos. Sou uma pessoa naturalmente obsessiva. Essa é provavelmente a minha característica principal, até como actor. Há um lado obsessivo - de que felizmente o Marco [Martins] gosta – em mim. Ele também é muito parecido, nesse sentido de ir ao fundo em cada trabalho. Eu sou uma pessoa de extremos, sim. O que às vezes dificulta muito a minha vida pessoal, mas, ou estou a fundo nalguma coisa, ou prefiro não estar.

Até quando nos pões a dançar?

Sim, gosto de fazer a festa. Mesmo como DJ tenho essa característica. Não sou um DJ que toca porque quer dar a conhecer às pessoas um tipo de música que elas nunca ouviram, mesmo que não seja propriamente divertido. Eu gosto desse tipo de DJs, mas não é o meu caso. Eu gosto que as pessoas dancem. Gosto que dancem a fundo.

Olhando para a tua carreira agora, onde é que estás?

Acho que cheguei a um momento no meu percurso em que estou mais interessado em fazer coisas como o "São Jorge", que sejam ideias minhas. Isto causa um problema, porque normalmente as pessoas são muito preconceituosas no meu meio. Quando começas a encenar, ou a dirigir, ou a fazer parte de um grupo, as outras pessoas partem do princípio de que já não estás interessado em trabalhar noutro género. E não é verdade. Estarei sempre disponível e quero aceitar desafios com pessoas com quem nunca tenha trabalhado e desafios que não tenham nada a ver com o meu género de coisas.

Já fiz aquela encenação nos Estaleiros de Viana com o Marco e apetece-me começar a encenar ou a dirigir sozinho. Esse é um objectivo.

Nuno Lopes. "Sou uma pessoa naturalmente obsessiva"
"Sou uma pessoa naturalmente obsessiva"

Olhando para o cinema português, que ponto de situação fazes? De cada vez que há um prémio – e tem havido muitos nos últimos anos – fica-se com a sensação de que afinal até está tudo a correr muito bem...

É uma falsa perspectiva. Nós temos das cinematografias mais interessantes do mundo. É completamente distinta. Nós fazemos 12 ou 13 filmes por ano e temos cineastas com visões completamente diferentes do mundo. Só este ano, eu tive um filme em Berlim [“Posto Avançado do Progresso”, de Hugo Vieira da Silva] e outro em Veneza; o "Cartas da Guerra" esteve na competição em Berlim; o João Pedro Rodrigues ganhou o prémio de realização [no Festival de Locarno, com “O Ornitólogo”]; o "São Jorge" ganhou agora este prémio em Veneza... Isto são milagres. Num país que tem 12 filmes por ano, é um milagre absoluto, quando estamos a competir com França, por exemplo, que faz 140.

Temos criadores realmente muito interessantes, só que isso não disfarça o problema, porque continuamos a ter dificuldades. O "São Jorge" só foi feito porque o Pedro Costa ganhou outro subsídio, passou para outra selecção e nós passamos a entrar nos subsídios. Se o Pedro Costa não tivesse desistido do primeiro lugar do concurso, o São Jorge não tinha sido feito. E estávamos com menos um filme, que até foi premiado agora em Veneza, que é uma coisa que se deseja em todo o mundo.

Há um problema. Apesar de tudo, os concursos ainda são esquisitos, ainda falta dinheiro. Na altura da crise, então, tivemos um ano com o cinema parado [em 2012]. Isso vai demorar décadas a ultrapassar.

"São Jorge" só foi feito porque outro realizador desistiu do subsídio do ICA
"São Jorge" só foi feito porque outro realizador desistiu do subsídio do ICA

Mas, precisamente nesse mesmo ano, ganhámos prémios extremamente importantes. Só em Berlim, João Salaviza ganhou o Urso de Ouro, com "Rafa", e Miguel Gomes ganhou o prémio da crítica e o prémio Alfred Bauer, com "Tabu".

Sim, mas o facto de pararmos um ano significa que há quatro primeiras obras que não foram feitas. No ano seguinte são outras quatro. Portanto, esses realizadores só se vão achar daqui a dez anos ou, se calhar, não se vão achar nunca. Se calhar perdemos quatro realizadores para sempre. E isso é muito grave num país que não tem muitos e que ainda por cima tem esta qualidade, que é mundialmente reconhecida.

E esta ideia de que se tem que olhar para a cultura como algo que tem que dar lucro... Enquanto não ultrapassarmos isso não vamos conseguir evoluir. O Orçamento do Estado para a cultura é ridículo em Portugal, não chega a 1%. É triste, é sobretudo triste.

Achas que os prémios têm sido usados, de certa forma, para camuflar essa realidade?

Serve no discurso dos políticos para camuflar. É como dizer que fizemos um filme sem subsídio, os actores não ganharam nada e o filme está bom. Olha que fixe! Isso não resolve o problema. Claro que podemos todos trabalhar de borla, porque a cultura tem a sorte de as pessoas amarem o que fazem. Eu faço filmes e faço teatro porque sou incapaz de não o fazer. Se trabalhasse num escritório, faria na mesma teatro, tenho a certeza absoluta. Mas não era actor profissional, era um tipo que trabalha num escritório e que nos intervalos vai fazendo umas coisas parecidas.

Nós não temos nenhum tipo de educação cultural. Os livros que damos na escola são ridículos para aquela idade. É como levares um miúdo a ir ver um Rothko: é impossível gostar de um Rothko à primeira. Podes achar bonito, mas tem de haver uma aprendizagem sobre a pintura.

Acho que o caminho que se faz na escola está todo errado. Ler tem de ser uma actividade de que tu gostas e não uma coisa que te é imposta, com um livro de que é impossível tu gostares com aquela idade. Não cresces a associar a leitura ou a ida ao teatro ou a ida ao cinema como algo que seja prazeroso. Isso é muito mal feito e gera esta distância entre o público e o cinema português, por exemplo.

Há uma palavra que provavelmente nunca vai deixar de estar associada ao cinema: subsidiodependência. No filme, há diálogos em que se reproduz o mesmo tipo de ideias feitas em relação aos ciganos, ao RSI... Como é que o Nuno Lopes chega lá, ao bairro, e explica por que é que o cinema precisa de subsídios?

Não é preciso explicar quando estás lá, porque as pessoas olham e vêem que atrás da câmara está uma equipa com 60 pessoas e tu percebes que aquelas pessoas têm que ganhar dinheiro e têm que sobreviver, porque não fazem aquilo por prazer, só. O cinema é uma arte cara. Não é possível fazer filmes como é possível pintar.

Ainda por cima, o subsídio do cinema vem de uma pequena percentagem de dinheiro da publicidade [a taxa de exibição, que incide sobre a publicidade exibida nas salas de cinema, em televisão e em meios audiovisuais, e a taxa de subscrição cobrada às operadoras de televisão]. E muitas vezes é retirado para outras coisas. Essa ideia da subsidiodependência é ridícula, porque o dinheiro nem sequer vem dos contribuintes, ao contrário do que a maior parte das pessoas pensa.

É muito fácil explicar isto às pessoas, porque quando chegas lá percebem. Tiveram de trazer estas pessoas para aqui – é preciso alugar pelo menos dez carros; tivemos de filmar num "décor" – é preciso tirar as pessoas daquela casa e pagar-lhes para elas nos darem a casa e filmarmos lá. É impossível fazer cinema barato. Quer dizer, dá, mas é como pintar um quadro só com azul. A quantidade de coisas que estás a perder... São muitas.

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  • Carlos
    27 set, 2016 Lisboa 14:31
    Será que este queria que os contribuintes europeus financiassem filmes que ninguém vê?
  • TONHO
    21 set, 2016 Lx 21:24
    Eu nao chamei nomes a ninguem, OK? Só aos politicos, por isso não percebi a boca das rotundas e dos campos de futebol, como é obvio está mal. Tb não quero mal a ninguem, por mim voces podiam ser todos ricos. Vocês tal como eu estão zangados com quem geriu mal o pais durante seculos mas eu nao tenho culpa dos vossos problemas pessoais. Eu não estou a falar de situações especiais, se for deficiente, velho ou doente é obvio que não pode trabalhar. Eu so disse como se faz para ganhar dinheiro, mas pelos vistos voces preferem acreditar que andam todos a roubar...Mas se é assim acham mesmo que os ladroes vos vão dar bons empregos ao pé de casa só porque vocês acham que é justo? Deixem-se de utopias e vejam a realidade. Para vocês o governo tem um monte de dinheiro e depois distribui consoante as necessidades das pessoas, não é? E como 800 não da para ter uma vida "digna" deviam dar 1000, não era? Pois meus caros o mundo não funciona assim. Os alemães ganham muito porque fabricam Mercedes e BMW, nos ganhamos pouco porque fazemos rolhas de cortiça, percebem a diferença? Primeiro tem de se ganhar o dinheiro e as nossas empresas só fazem tretas que valem pouco, não podem pagar os mesmos ordenados. Agora se fores licenciado é estupido ficar ca a fazer rolhas quando podes ir fazer BMW. Porque é que voces ou os vossos pais ou avos vieram para o litoral? Porque na terrinha só ha agricultura que nao da nada, é igual, não percebo o escandalo.
  • ao toinhi
    21 set, 2016 rqtparta 17:27
    Só mais uma "estuda, trabalha, emigra, poupa" mais uma vez provas a tua burrice. Toda a gente poderá ser precisa em todos os trabalhos e nem todos têm que ter curso de doutor, como nem todos têm a mesma chance de ir para a universidade, ou então toda a gente tinha que ser doutor e só estes é que podem ter dignidade de viver, como és um grande parvo. Sabes, isto é discriminação, sabias? Quanto ainda tu dizeres estuda. Quantos é que são formados e não têm trabalho, ou então são mal pagos? Trabalha? As pessoas não têm trabalho é porque não querem? Quais as condições? Outro vomito. Emigra? Então se vai todos emigrar o que vai ser deste país? Depois recompensas com refugiados, é? MUUUUUU
  • P- toinnho
    21 set, 2016 rqtparta 14:51
    Sair do euro era mesmo o que se deveria fazer, ou nunca deveríamos era ter entrado. Os países já sobreviveram sem o euro. Vivemos com o escudo e não vivíamos pior, ganhava-se pouco mas o dinheiro rendia mais, não se pagava por um pão galego 250 escudos, como se paga hoje por 1 euro e 25, como outros produtos que subiram duas ou três vezes mais... além do mais ganha-se hoje quase pelo escudo, havia trabalhos, as pessoas podiam planear o seu futuro, muita gente vivia com mais dignidade, apesar de haver pobres, mas hoje em dia quantas vezes duplicou os pobres, isto foi uma viragem como do dia para a noite, passamos a estar dependentes, foram dinheiros para subsídios a torto e a direito, sem controlo, na altura o cavaco, este medíocre que se aproveitou também para encher os bolsos, as ações...O que ganhva não dava para as despesas, os que ganham 500 euros é que andam a gastar acima das possibilidades, não é tonho? Quando dizes que se fossemos para o escudo comprávamos mais caro e ganhávamos menos? Pois foi exatamente o que aconteceu com a moeda do euro, mas a tua falta de senso não vê isto. Não sei porque estou a perder o meu tempo com gente como tu, mas revolta-me ver gente como tu que ainda só vê a culpa em quem não tem culpa. Vai-te encher de moscas....Quanta a estradas e rotundas e campos de futebol e tantas outras tretas, deves te contentar muito com isto, mas as pessoas precisam é de trabalho e ganhar para lhes permitir viver com dignidade, as pessoa não comem betão...
  • P/tonho
    21 set, 2016 rqtpta 13:17
    Tu nem mereces uma palavra, falar contigo e com uma avestruz é a mesma coisa. Emigra, diz ele! Depois recompensas a falta de jovens com refugiados, africanos e sirios, destes do crime... Palmas para o idiota!!!
  • Oh Tonho
    21 set, 2016 rqtpta 10:46
    Para já eu não ganho 500 euros, só apenas me referi a este caso, mas quem ganha 600, 700 ou 800 mesmo assim vê-se muito à rasca para ter uma vida digna com este nível de vida? Portugal entrou neste euro pelas promessas que fizeram que todos iam ter emprego e ter uma vida estável e com dignidade, mas o pior de tudo foram os burros que acreditaram.Sempre foi assim e será, os mais fortes dominam sempre os mais fracos, é o que tem acontecido nesta europa. E outra,não é só portugal. E os outros? Para que queres estar numa união europeia se não tens poder de competitividade, para ser mais pobre que os outros e desigual e para estar dependente? É nisto que vês vantagens, ou será por receberes também subsídios e encheres a mula? O que eu ganho é pelo meu trabalho, porque não sou escravo e tenho direito ao meu salário, esta europa nunca me deu nada, mas muitos têm mamado à custa dela, foi subsídios para lavradores, empresários que se aproveitaram para comprarem ferraris e depois fecharem as portas, acabou-se com a agricultura porque vem tudo de fora, com as pescas e tantas m--das Quer dizer, mas voltando ao principio, para ti todos têm a felicidade de emigrar e as pessoas têm que poupar com 500 euros? Mas que iluminado que tu és! Portugal tem culpa? Claro que tem! Como todos os políticos medíocres, corruptos, bancos, empresários sem formação e sem escrúpulos e tanta mda a juntar ao monte. Ou são os trablhdores q ganham o seu salário e que têm direito à sua dignidade é que têm culpa?
  • TONHO
    20 set, 2016 lx 22:46
    A alternatva é saires do Euro e aí pessoas como tu que aceitam trabalhar por 500€ só para não ter que emigrar (que horror) e que fazem baixar os salarios de todos, vão passar a receber em escudos o equivalente a 300€ e os bens que tu dizes que sao caros vão ser ainda mais caros pois vem tudo de fora! Para de pedir subsidios e perdoes e de por a culpa nos outros, tens de ser tu a tratar da tua vida (estuda, trabalha, emigra, poupa). Os empresarios não vao subir salarios enquanto houver desemprego e os alemaes e os chineses não vao por os tais bens mais baratos so para te agradar, ha outros que compram, ou tu achas que todo o mundo tem a tua crise? O pais desigual existe e foi criado por tugas corruptos (politicos) que fizeram uma divida publica gigantesca que continua a aumentar em vez de canalizar os fundos para a criacao de riqueza. O estado esta paralizado pois paga mais de juros da divida do que com a saude, por exemplo e em vez de aprender a trabalhar com menos aumenta os impostos. Primeiro cria-se riqueza, depois distribui-se, é assim e sempre será. E isto nao tem nada a ver com esquerda e direita, ha 1000 anos nao havia partidos, eramos todos agricultores, e os problemas eram os mesmos, uns acumulavam, outros esbanjavam, outros apanhavam os restos, outros iam caçar, outros vendiam o corpo para pagar as dividas, etc.
  • Oh tonho burrro
    20 set, 2016 rqtpta 12:48
    Esta culpa não é da europa também?! Pois tu deves ser daqueles que tem andado a mamar à custa dela, para a defenderes tanto. Não me digas que só vês vantagens nesta europa?! Ou então tu és um cego ou tens palas nos olhos e ainda o que enxergas para a frente é com cataratas. Tens um país dos mais desiguais nesta europa, dos mais pobres, dos menos competitivos, um país sem dignidade, cheio de miséria. Cheio de desemprego, cheio de frustração, sem trabalhos, só se for para ir varrer caminhos por conta da Junta de freguesia. Ainda há dias apareceu numa noticia que só metade das empresas queriam contratar, as que contratam querem explorar e ainda mamam subsídios do estado, a nível da moeda única um desastre, pois não se ganha para comer neste país mas temos que pagar por bens e serviços como se fossemos um país rico e de salários elevados, só se for o teu ou dos gestores...Esta europa não vale nada. Nem os brasileiros e refugiados se querem vir para este país, já foi o tempo em que braslieiros ucranianos vinham para cá tirar trabalho aos de cá para virem ganhar o salário minimo, por isso as bestas dos empresários começaram a desvalorizar os trabalhadores e agora o que querem é escravos para trabalharem 10 a 12 horas e se calhar por menos que o salário minimo. Este país está cheio de rastejantes desta europa e tu és um deles, por isso é o país da mda que se tem. O autor tem toda a razão. e este Manel, outro igual a ti, tens muito trabalho para oferecer? Não tens para ti ....
  • rosinda
    20 set, 2016 palmela 02:49
    uma coisa que mete especie e o tony carreira conseguido passar a frente do tony silva.
  • rosinda
    20 set, 2016 palmela 02:40
    senhor bastos a capa de o jornal avante diz que os trabalhadores rodoviarios lutam em defesa do serviço publico!Nao percebo porque razao os comboios fazem parcerias com empresas privadas !Cada vez entendo menos disto.

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