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Entrevista ao diretor do Observatório Astronómico do Vaticano

"Não sei se Deus criou outras criaturas inteligentes no universo. E isso é emocionante"

12 ago, 2024 - 22:21 • José Pedro Frazão

O jesuíta Guy Consolmagno lidera o Observatório do Vaticano que, entre outras dimensões, guarda 1000 fragmentos de meteoritos em Castel Gandolfo. Em entrevista à Renascença o 'astrónomo do Papa' reflete sobre a fé, a ciência e a ética e explica ainda o que pensa sobre objetos voadores não identificados.

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O norte-americano Guy Consolmagno doutorou-se em ciências planetárias pela Universidade do Arizona e estudou no MIT antes de ingressar nos Jesuítas. Pelo meio, passou por África antes de chegar ao Observatório Astronómico do Vaticano em 1993, dirigindo a instituição desde 2015. Um ano antes, Consolmagno recebeu a Medalha Carl Sagan da Sociedade Americana de Astronomia por trabalho de excelência na comunicação de ciências planetárias.

À beira de completar 72 anos, Consolmagno esteve em Lisboa para uma conferência na Brotéria, onde foi registada esta entrevista.

Ao pesquisar sobre a sua biografia, fiquei curioso sobre a sua passagem por África, que representou uma mudança na sua vida de cientista. Pode explicar?

Não sei bem explicar como fui parar a África e como isso me tornou um cientista. É uma história muito complicada. O meu antecessor, George Cohen, adorava citar a frase ' Deus escreve direito por linhas tortas' . E a minha vida parece de facto uma caminhada errante, mas eventualmente descobri onde pertencia.

Pensei pela primeira vez em ser padre jesuíta quando era muito jovem, mas pelas razões erradas. Eu estava sobretudo a tentar fugir dos outros rapazes barulhentos do meu dormitório de caloiros no Boston College, mas disseram-me que fugir das pessoas não era um bom motivo para ser jesuíta.

Acabei por ir para o MIT, porque tinham uma grande biblioteca de ficção científica e descobri que me apaixonei por meteoritos e pela ideia desses pedaços de rocha do espaço exterior. Estudei isso de forma intensiva durante cerca de 7 anos.

De repente, aos 30 anos, perguntei-me porque é que estava preocupado com a astronomia quando as pessoas morriam de fome no mundo. Por isso, abandonei a astronomia, pensava eu. Juntei-me ao Corpo de Paz dos EUA [Peace Corps, organização governamental de voluntariado] para fazer algo de bom pelo mundo. Decidi que em vez de tentar descobrir sozinho, iria simplesmente para onde quer que me mandassem. E a única coisa que me pediram foi ensinar astrofísica na Universidade de Nairobi, que era exatamente o oposto do que eu pensava. Eu estava a ensinar alunos que se tornariam professores de professores. A longo prazo, isso até foi bom para o país.

Mas, ao mesmo tempo, viajava pelo país onde os outros voluntários do Corpo da Paz estavam, numa parte muito remota do Quénia, levava um pequeno telescópio e dava palestras sobre astronomia. Todos queriam saber sobre o mais recente da NASA. E toda a gente queria olhar pelo meu telescópio. E de repente percebi que o que nos torna humanos é ter essa curiosidade por mais do que apenas saber o que há para o almoço.

Ter esta curiosidade sobre quem somos, como nos enquadramos neste universo, quão grande é este universo? E, finalmente, as grandes questões, porque é que existe 'algo' em vez de 'nada'?

Já era religioso na altura?

Não, de todo. Era leigo e não pensava em ingressar na vida religiosa. Eu namorava com uma pessoa e tinha este outro futuro planeado para mim. Também descobri que gostava muito de dar aulas, por isso pensei que poderia ser professor universitário numa pequena faculdade na América que não iria fazer investigação, mas principalmente ensinar. Consegui fazê-lo, com a experiência do Peace Corps.

E aconteceram duas coisas. Em primeiro lugar, descobri que adoro ensinar. Isso foi realmente maravilhoso. Também descobri que eu e a mulher com quem namorava não éramos feitos um para o outro. Tudo bem, era melhor descobrir isso mais cedo do que tarde.

E naquele momento pensei: o que posso fazer para ensinar e ainda assim defender algo maior do que eu? E percebi que os jesuítas não têm apenas padres, mas também têm irmãos. Por isso não teria de me preocupar em orientar pessoas com dificuldades, pois não sou realmente uma pessoa 'de pessoas'. Eu sou um 'nerd', o que sei é sobre pedras. Pensei em juntar-me aos jesuítas e eles nomear-me-iam para lecionar numa das muitas universidades jesuítas da América. Foi o que pensei que iria acontecer.

Mas claro que temos 3 votos quando nos tornamos jesuítas. Pobreza? Bem, eu fui estudante de pós-graduação, estava habituado a isso. Castidade? Era estudante de pós-graduação, estava habituado a isso.

Mas Obediência? Não estava habituado a isso, e em vez de ir para uma universidade jesuíta, ordenaram-me - sem me consultarem, sem discernimento - mandaram-me ir a Roma, viver na Residência de Verão do Papa, olhar para aquela paisagem 'horrível', comer aquela 'horrível' comida italiana, fazer qualquer investigação que quisesse. E, já agora, o Vaticano tinha uma coleção de 1.000 meteoritos, que foi exatamente o que me trouxe inicialmente para a ciência.

Como é que o Vaticano tem mil meteoritos?

De forma completamente acidental. Havia um nobre francês, o Marquês de Mauroy, que colecionava minerais e meteoritos como passatempo no final do século XIX. Ele achou que o Vaticano deveria ter um Museu de História Natural a par dos museus de Arte. Mas o Vaticano não tinha espaço para isso.

No entanto em 1929, o Vaticano e a Itália assinaram o acordo que formou a Cidade-Estado do Vaticano. A zona de Castel Gandolfo onde se encontrava a Residência de Verão do Papa e os seus jardins foi-lhes devolvida. De repente tinham espaço para os meteoritos e por isso a viúva do Marquês doou-os ao Vaticano.

Foram entregues ao Observatório do Vaticano, que não sabia o que fazer com eles. Por isso, na maioria das vezes, ficavam nas gavetas até eu ter aparecido.

Ainda recolhem materiais para o Vaticano?

Não temos a capacidade de sair e ir buscá-los nós próprios. Participei numa expedição de recolha de meteoritos na Antártida, mas não conseguimos ficar com eles. Estão na posse do Instituto Smithsonian e estão disponíveis para qualquer pessoa que precise de fazer investigação em meteorítica.

Usamos alguns dos meteoritos que o Marquês de Mauroy doou para trocar por meteoritos mais modernos. Portanto, a nossa coleção continua a crescer.

Quando é que refletiu pela primeira vez sobre a tão discutida e debatida relação entre ciência e religião?

Desde criança que sou fascinado pela ciência e apaixonado pela minha religião. Sempre que volto às minhas primeiras memórias, nunca houve um tempo em quando ambas as coisas não eram verdadeiras.

Nunca vi ou encontrei o tipo de conflito que as pessoas esperam.

As pessoas que pensam que há um conflito compreendem muito mal o que é a ciência. Acham que é um grande livro de factos, como ensinamos às crianças. E as pessoas têm uma compreensão errada da religião. Acham que é um grande livro de regras e é assim também que ensinamos às crianças.

Mas em ambos os casos, é uma relação de amor, onde continuamos apaixonados pelo universo e aprendendo coisas novas que não sabíamos antes, sabendo que nunca nos faltarão coisas novas para aprender. E a religião é aprender coisas novas sobre Deus. Nunca nos faltarão coisas para aprender.

Nunca vivi uma época em que um pedaço de ciência pareça contradizer um pedaço de religião. Não dialogam ao mesmo nível. Mas vejo sempre que uma parte da ciência contradiz outra parte diferente da ciência que eu pensava ter compreendido. E quando isso acontece, fico muito entusiasmado, porque significa que estou prestes a aprender algo novo que não compreendi realmente no início. E esse é um momento de prazer.

É um debate que é muito fomentado pela discussão sobre as origens do universo, onde geralmente ouvimos colocar a ciência de um lado e a religião ou a fé do outro lado.

Isso acontece com pessoas que entendem mal ambas as coisas. Em primeiro lugar, a nossa compreensão da origem do universo, do ponto de vista religioso, é que Deus cria e mantém o universo. Esta é a mensagem de Génesis 1 e não a que sustenta que o mundo é plano e que existe um firmamento e água acima e abaixo, da forma como é descrito. Isto não é nada de novo, era a forma como as pessoas pensavam nos tempos dos Babilónios, quando o Génesis foi escrito, que era simplesmente a melhor ciência da época. A novidade em Génesis é a de um Deus fora do tempo, que já existia antes da Criação, sendo responsável por esta.

Outra coisa interessante é que hoje, no ano de 2024, falamos sobre a teoria do Big Bang, quando o cientista que idealizou essa teoria foi George Lemaitre, que era um padre que tinha dois doutoramentos, um em matemática e outro em astrofísica.

Ele deixou bem claro que o Big Bang é apenas a nossa melhor descrição que temos hoje - e quem sabe o que pensaremos daqui a 1000 anos - e é diferente de Deus dizer "Que haja luz". Porque Deus cria o próprio espaço e o próprio tempo e o Big Bang é apenas a nossa melhor descrição de momento sobre o que acontece quando o espaço e o tempo existem. São coisas muito diferentes.

Desse ponto de vista, Deus também cria os fenómenos naturais e nós, humanos, tentamos evitar algumas consequências e impactos e até tentamos prever quando ocorrerão.

Os seres humanos têm livre-arbítrio. Deus lembra-se do que você vai fazer porque Deus está fora do tempo, mas você escolheu livremente o que fazer. Deus dá ao universo uma liberdade inata para evoluir. Pela vontade das criaturas do universo ou por mudanças aleatórias? Não sabemos, realmente não entendemos como funciona. Mas Deus estabelece o universo de tal forma que este tem a liberdade de ser o que é.

Deus não controla cada átomo de uma corda. Deus poderia fazê-lo, mas então seria um universo mecânico que estaria tão mal escrito como uma peça de televisão onde todos as personagens fazem tudo o que têm de fazer para que o enredo funcione, em vez de serem personagens vivas que de repente nos vão surpreender. Um universo sem surpresa é um universo sem amor.

Deus dá a este universo a capacidade de evoluir livremente para um estado onde possa, por sua vez, amar o Deus que o criou. Encontra os ecos disso nos Salmos. Encontra ecos disso no Profeta Baruc que fala sobre "as estrelas que brilham de alegria" (Baruc 3) amando Aquele que as criou.

Uma conservação a toda a linha do planeta é uma perspetiva radical de preservação da Criação?

O que é importante na conservação radical da Terra são duas coisas. Em primeiro lugar, tentar sempre fazer justiça ao Dom que nos foi dado nesta Criação. Em segundo lugar, reconhecer que isto não é o Éden e que não somos perfeitos. Somos falíveis. Iremos falhar e temos de aceitar o facto de que não existe um estado perfeito. Se eu fosse eleito amanhã com o poder de fazer com que todas as regras fossem tão 'verdes' como o mundo gostaria que fossem, não seria perfeito, porque eu não sou perfeito.

Estamos constantemente a aprender sobre as consequências não intencionais de coisas feitas pelos melhores motivos. Penso que essa é a lição da encíclica do Papa Francisco 'Laudato Si'. O cuidado da Criação não é simplesmente uma questão tecnológica, porque deve ser reconhecida a natureza pecadora humana. Temos de reconhecer que estamos em queda e que vamos precisar de fazer algo melhor de forma constante. E dentro da nossa sociedade existe um grande espaço para debater o melhor a fazer e quais as coisas que a longo prazo causarão menos danos. Porque não fazer nada, também não é uma opção.

Isso significa que, por vezes, vamos cometer erros. E não devemos desesperar por causa disso. Mas deveríamos antes ver isto como uma forma de aprendermos a ser melhores. E, sabe, acabaremos por cometer erros novos e mais interessantes no futuro, sabendo que, em última análise, Deus está connosco, que nos redimiu neste universo. Temos que aprender a cooperar com Deus.

Já alguém lhe perguntou se quando olha para as estrelas, tenta encontrar Deus. Prefiro questionar o seguinte: como vê a possibilidade de Deus criar outro planeta cujos vestígios pode eventualmente encontrar na sua investigação espacial?

Como lhe disse, um dos motivos pelos quais fui para o MIT foi para ler ficção científica. Por isso, fico encantado com a ideia de outros planetas, outras formas de vida. A minha tese foi uma das primeiras a preverem formas de vida nos oceanos em Europa, a lua de Júpiter.

E, no entanto, não sei. E é por isso que é emocionante. Não sei se Deus criou outras criaturas inteligentes no nosso universo. Sei que temos na nossa tradição a ideia dos Anjos, que são criaturas inteligentes numa relação com Deus, muito diferente do que a que têm os seres humanos. Deus tem muitas formas diferentes de interagir com o universo.

Diria que qualquer criatura que tenha a capacidade de saber que existe e que outras criaturas existem - a que chamaríamos de intelecto - e a liberdade de dizer que amará ou ignorará essas outras criaturas, essa capacidade de fazer o bem ou o mal a que chamamos de livre-arbítrio, é, segundo S.Tomás de Aquino, a imagem e semelhança de Deus. E não me interessa quantos tentáculos têm ou em que planeta estão a nadar.

Não resisto, no entanto, a citar uma anedota maravilhosa do cartoonista americano Walt Kelly escrita há 50 anos. Ele tinha duas personagens de desenhos animados muito filosóficas e uma delas dizia à outra: 'sabes, algumas pessoas dizem que há criaturas mais inteligentes no universo do que nós, seres humanos. E outras pessoas dizem que somos as criaturas mais inteligentes do universo. De qualquer forma, é um pensamento preocupante'.

Não sabemos, mas andamos à procura. Essa procura é importante?

É importante procurar, mas é importante investigar de forma adequada. Eu não decido com antecedência que há algo considero 'inteligência' e apenas procuro isso. Quero ver o que está no universo e palpita-me que a inteligência é uma daquelas coisas, como a beleza, que não consigo definir, mas que reconhecerei quando a vir.

Estou curioso para saber o que existe por aí. Encontrámos agora 5.000 sistemas com estrelas que têm planetas. E nenhum deles se parece com o nosso sistema solar. Todos eles estão ensinar-nos coisas que não sabíamos até descobrirmos. E o que pode ser mais emocionante do que isso?

Por isso, não me vou sentar aqui a dizer a Deus que só podemos ter seres humanos. Ou que o universo deve ter um zilião de outras criaturas inteligentes, ou então ficarei zangado com Deus. Não vou duvidar de Deus, vou descobrir o que Deus realmente fez.

Tenho uma curiosidade. O Vaticano tem relatórios sobre OVNIs como os da NASA?

Não temos nada escondido. Não sabemos nada mais do que toda a gente. Sou o diretor do Observatório do Vaticano. Se trabalhasse para mim e viesse dizer que tem um programa de investigação maravilhoso que pensa que poderia encontrar vida noutros planetas e talvez até vida inteligente, sendo um programa razoável e se pudéssemos pagá-lo, eu diria: vá em frente e faça-o.

Na verdade, faço parte do Conselho Consultivo Científico do Instituto SETI, na Califórnia [organização de exploração de vida inteligente extraterrestre] porque esta é ciência que vale a pena.

Mas se viesse ter comigo e dissesse que queria estudar OVNIs, eu diria para sair já daqui. E isto acontece porque todo o campo foi envenenado por excêntricos e pessoas a tentar 'vender' alguma coisa. Francamente, as pessoas estão a tentar 'vender' OVNIs como uma religião substituta.

A razão pela qual não acredito em OVNIs é o telemóvel que tenho no bolso. Nos últimos 20 anos, toda a gente teve acesso a estes dispositivos com câmaras maravilhosas e descobrimos coisas que nunca sabíamos que poderíamos provar, como gatos que tocam piano ou a brutalidade policial. Temos essas coisas agora filmadas. Não temos nenhum filme melhor de OVNIs. Por isso não estou convencido.

Mas, veja, posso estar enganado sobre os OVNIs. Posso estar enganado sobre a vida noutros planetas. Não sei. Só há um exemplar de mim próprio e há uma quantidade limitada de recursos, por isso dirigimo-nos aos locais que pensamos que serão mais frutíferos neste momento.

A ética na ciência é um grande tema global. Quais são os principais desafios neste domínio para os dias de hoje e nas próximas décadas?

A ética é sempre um assunto. Sempre que haja seres humanos, haverá problemas de ética e não há uma solução simples. Quando eu era um jesuíta a estudar filosofia, fiz questão de estudar o máximo que pude sobre ética, porque a ética na ciência é muito importante, pois a ciência é tão poderosa que pode fazer coisas realmente boas ou horríveis se for feita de forma errada.

E temos de aceitar que cometeremos erros, mesmo numa ciência tão passiva como a astronomia, onde tudo o que fazemos é olhar. Não estamos a mudar as estrelas. Estamos apenas a olhar para elas. Mas mesmo aí, na forma como utilizamos os recursos, no terreno onde construímos o nosso telescópio, na forma como publicamos os dados, na forma como decidimos quem recebe crédito e o que é importante - porque isso determina quem recebe o dinheiro para fazer a próxima pesquisa - todas estas são questões éticas e exigem que reconheçamos e definamos formas de tentar ser o mais ético possível.

Dou-lhe um exemplo. É muito comum que pessoas com grande reputação tenham vantagem quando se candidatam a um grande tempo de telescópio. O Telescópio Espacial James Webb tem agora um procedimento em que se quiser solicitar tempo de acesso, redige a sua proposta e envia-a para o comité do Telescópio James Webb dizendo qual é a ciência que quer fazer, que coisas que vai procurar e eles nunca veem o seu nome.

E, como resultado disso, um número notável de jovens cientistas desconhecidos têm passado algum tempo no telescópio James Webb. Eis um caso em que conseguimos encontrar um sistema eticamente mais bem distribuído, mais disponível para mais pessoas do que apenas a rede da 'velha guarda'.

Estava a pensar mais nas questões da inteligência artificial.

Os desafios em inteligência artificial estão nas pessoas que tentam vender em demasia o assunto. Acho que a inteligência artificial é uma coisa muito mal denominada.

Conheço pessoas na área. O meu colega de faculdade no MIT trabalhou em laboratórios de inteligência artificial há 50 anos, por isso isto não é novidade para mim. Os meus colegas engenheiros, sempre que isso é realmente útil, já não lhe chamam inteligência artificial.

Mas a questão mais profunda permanece. Temos esta ciência poderosa, seja ela inteligência artificial ou drogas ou computadores que pesquisam os nossos dados, que pode ser utilizada para o bem ou para o mal. Temos de reconhecer, como seres humanos, que é importante que não sejamos maus, como a Google costumava dizer num dos seus primeiros slogans.

Gostaria que eles próprios ainda ouvissem isso, porque a tentação pelo dinheiro, pelo poder e pela glória irá sempre distorcer a forma como nos comportamos. E não há solução simples, para lá de reconhecer que somos seres humanos em queda e que necessitamos constantemente de correção.

É por isso que a ciência funciona melhor como uma comunidade de pessoas que se julgam e dizem ' esperem lá, isso soa bem, mas e quanto a isto?'. É por isso que a ciência precisa da comunidade. É por isso que a religião também precisa da comunidade, apesar de todos os seus defeitos. Precisamos de uma Igreja para nos lembrar no final de contas todas as nossas ideias brilhantes talvez não o sejam como pensamos, e que a minha visão de Deus, talvez seja um pouco colorida por quem sou e pelo que procuro na minha vida.

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