29 jul, 2023 - 21:00 • Teresa Paula Costa
A dinâmica dos Dias nas Dioceses que trouxe ao país milhares de jovens nos dias que antecedem a realização da JMJ é "um tónico" que vai fazer bem à Igreja, disse neste sábado o bispo da diocese de Leiria-Fátima e Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa.
A alegria e “as oportunidades novas que dá a nossa juventude, nas nossas cidades é uma experiência que a gente não vai esquecer assim tão depressa e que acho que vai fazer bem a igreja como um tónico de Juventude, de esperança, e de alegria”, afirmou D. José Ornelas.
O bispo falava aos jornalistas no final da missa campal que juntou no jardim da Almuinha Grande, em Leiria, mais de 8 mil jovens de vários países, famílias de acolhimento e populares que não quiseram perder o evento.
Embora reconhecendo que “foi o culminar de uma grande canseira”, o prelado salientou que “pôs muita gente a mexer, não só os organizadores, mas também as famílias, os comités locais das paróquias e vigariarias e as dioceses.
“É altura de ver a alegria que isto traz” e celebrar na concentração em Lisboa, com o Papa, acrescentou D. José Ornelas.
Já de manhã, na missa campal, o bispo tinha exortado os jovens a assumir o seu papel na construção de um “mundo novo”.
“Não fiquemos no sofá do nosso egoísmo e comodismo, levantemo-nos, como Maria, para assumir o nosso papel, para servir, para cuidar, para renovar a nossa família, a Igreja, o mundo” e “estejamos especialmente próximos daqueles que têm mais necessidade de um abraço amigo e solidário, de um coração como o Coração de Jesus”, pediu o bispo de Leiria-Fátima.
Um apelo que estendeu à Igreja.
“Jesus quer que a Sua Igreja seja mãe carinhosa, no cuidado dos mais desprotegidos”, salientou D. José Ornelas. A Igreja “tem de ser um hospital de campanha, especialista em cuidar das fragilidades: da fragilidade do planeta em que vivemos, das crianças vítimas da fome e da guerra, dos que buscam caminhos para fugir à miséria, à fome e à injustiça, dos anciãos na sua solidão”.
Para que isso aconteça, a Jornada Mundial da Juventude pode dar uma ajuda.
“Hoje, neste parque, não há cidadãos e estrangeiros: aqui todos somos irmãos e irmãs, para além da nacionalidade, cultura ou língua. A JMJ é um Pentecostes de mundo novo”.
Considerando que o encontro mundial de jovens com o Papa “é também expressão da nossa vontade e do nosso compromisso de rejeitar todas as formas de racismo, de exclusão, de exploração, abuso”, D. José Ornelas foi mais longe ao afirmar que “a JMJ é experiência de ser, em Jesus, uma mesma família, um laboratório do futuro, sonho de mundo novo, mais capaz de cuidar do planeta, mais fraterno, mais solidário, mais em paz”.
Para o bispo, “a primeira e a mais importante atitude para viver estas jornadas” é “escutar a voz de Deus”, que “fala ao nosso coração (mesmo sem telemóvel)”.
“Esta JMJ é um tempo privilegiado para escutar a voz de Deus. Na festa, no canto, na dança, nos novos conhecimentos e amizades, mas sobretudo no silêncio do coração”, acrescentou o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa.
Os jovens que encheram o jardim da Almuinha Grande vieram de vários países dos quatro continentes.
A missa foi presidida por D. José Ornelas, acompanhado de 30 bispos e 300 sacerdotes de várias nacionalidades.