Marcelo pede jovens solidários com as periferias. “O que estamos a fazer aqui se não pensarmos nos outros?”

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“Para Portugal é uma honra e um privilégio acolher a Jornada” Mundial da Juventude e um “enorme júbilo” receber no país jovens “de todos os continentes”, afirma o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, numa mensagem vídeo que gravou, em exclusivo, para a Renascença, direcionada aos peregrinos da JMJ Lisboa.

Lembrando que, ao longo de quase “nove séculos de história”, Portugal “tem tentado sempre ser uma plataforma permanente de culturas e de religiões, numa perspetiva que hoje é, para tantas e tantos, de ecumenismo universal”, Marcelo Rebelo de Sousa espera que a iniciativa ajude os jovens a fazerem-se “ao caminho”, como desafia o Papa Francisco com o próprio lema escolhido para a Jornada Mundial da Juventude: "Maria levantou-se e partiu apressadamente".

A JMJ, diz o Presidente da República, é aberta a “jovens crentes e não crentes, com as mais diversas posições na vida e com os percursos mais diferenciados”, e é um encontro “de cultura, de civilização, de solidariedade universal”. Deixa, por isso, um apelo à mobilização e à solidariedade de todos.

“Com a vossa alegria, com vosso entusiasmo, com as vossas capacidades, com a vossa, sobretudo, capacidade de ter esperança, com a vossa vontade de mudar o mundo: partam, ou continuem o vosso caminho, acelerando ao encontro dos outros. Dos outros de carne e osso, daqueles a quem uma palavra ou uma ação, pode significar uma mudança de vida. As tais ‘periferias’ de que fala o Papa Francisco.”

Marcelo pede aos jovens que sejam interventivos e lutem “pelos valores e pelos princípios, quaisquer que eles sejam, aqueles em que se acredita para construir o tal mundo muito melhor”, numa “perspetiva de longo prazo” e conscientes do que as mudanças que se vivem a vários níveis exigem.

“A vossa geração coincide com um tempo de grandes transformações, na ciência, na tecnologia, na cultura, na atividade do espírito, mas também na economia, nas finanças, na situação social de milhões, milhões e milhões de seres humanos. Corresponde também a um período de aceleração imparável da história, mudando a vida das pessoas”, afirma o presidente, que não esquece “as migrações”, causadas pela fome e pelos mais variados conflitos, a pandemia e a guerra na Ucrânia, “que sendo Europeia é uma guerra global”. Tudo para sublinhar que é urgente ser mais solidário.

“Tudo isto exige a reflexão sobre o sentido da solidariedade. O que estamos a fazer aqui se não pensarmos nos outros? Se não quisermos um desenvolvimento sustentável?”, que pense “desde já, na solidariedade, nos mais explorados, nos mais oprimidos, nos mais pobres e nos mais esquecidos”.

Marcelo Rebelo de Sousa espera “genuíno entusiasmo” dos jovens, e acredita que “de coração totalmente aberto, disponível em espírito de fraternidade” ajudarão a mudar o que “não é justo, não é igualitário, não é inclusivo, não é livre, nem é fraterno”.

E conclui. “Como vos pediu o Papa Francisco, sonhai grandes coisas, sonhai que convosco o mundo pode ser diferente”.

“Portugal acompanha-vos nesse sonho. O Presidente da República está convosco”, sublinha Marcelo Rebelo de Sousa.