03 mai, 2023 - 22:20 • Tomás Anjinho Chagas
“Um Longo Caminho até Lisboa”, é o título do livro que passa a estar nas bancas a partir desta quinta-feira, dia 4 de maio. A obra, escrita por Aura Miguel e com prefácio do Papa Francisco, transporta os leitores para as anteriores Jornadas Mundiais da Juventude e é uma espécie de manual para a JMJ23, que decorre em Lisboa.
Durante a apresentação, esta quarta-feira, no auditório da Renascença, sobraram elogios à carreira e ao livro da jornalista especializada em assuntos religiosos, que ao longo de várias décadas tem acompanhado os pontificados de João Paulo II, Bento XVI e agora do Papa Francisco.
“Nós somos gratos pelo caminho [do jornalismo] e por todo o trabalho que significa e significou a Aura Miguel para a Renascença. São marcas que se confundem”, afirma o Bispo Auxiliar de Lisboa e Presidente do Conselho de Gerência do Grupo Renascença, D. Américo Aguiar.
Em tom bem-disposto, no arranque da apresentação, D. Américo Aguiar descreveu em poucas palavras a relação entre a jornalista Aura Miguel e o Papa Francisco: “O Papa tem umas paixões prediletas, uma delas é a Aura Miguel”, disse perante o auditório que respondeu com risos. Aura Miguel respondeu entre sorrisos: “A outra é o D. Américo!”
Já José Luís Ramos Pinheiro, gerente do Grupo Renascença, balizou alguns dos princípios básicos no jornalismo: “Respeito profundo pela liberdade e a procura autêntica da verdade são, ou devem ser, marcas de água no jornalismo”, explicou o antigo diretor de informação da Renascença para concluir: “A Aura Miguel tem sido uma intérprete fiel desse espírito e dessa atitude. Com o olhar e a sensibilidade com que nos transportou a dezenas de viagens papais e jornadas mundiais da juventude, em múltiplas circunstâncias da Igreja, do país e do mundo”.
O livro é aberto com um prefácio de quatro páginas do Papa Francisco. O pedido, admite Aura Miguel, foi ousado: “A fasquia era alta, arrisquei pedir ao Papa umas palavrinhas. Já me contentava com umas linhas, mas a resposta surgiu desmesurada com quatro páginas maravilhosas”, e acredita que essa é a “melhor parte do livro”.
Apesar de ser o primeiro prefácio escrito pelo Papa Francisco para uma obra escrita por um português, Manuel Fúria, músico e compositor também presente na apresentação, diz que isso não o deixou surpreendido: “Eu não encontrei senão o reconhecimento da mais elementar justiça”.
Simão Lucas Pires, de 32 anos e professor de filosofia no Colégio São Tomás, elogia antes a capacidade de relatar sem estragar da autora: “Há correção, clareza, elegância, sentido da beleza. Mas sem estragar tudo com excesso de protagonismo”, adjetiva.
Opinião parecida tem Teresa Ramos Ascensão, que com 23 anos está a estagiar na área da advocacia e fundou a associação “SAL”, sem fins lucrativos. Já esteve em duas jornadas com o Papa Francisco e elogia a capacidade de o livro transportar as pessoas para lá.
“Para quem já esteve nas jornadas, ler o livro é conseguir ler algo que eu não conseguiria escrever. Ao ler-se o livro percebe-se a experiência que é ir às jornadas”, descreve a jurista.