Vila Real vai ter três novos padres

29 jun, 2022 - 11:50 • Olímpia Mairos

São os padres do centenário e vão ser ordenados no domingo por D. António Augusto Azevedo, bispo da diocese.

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Na sé, em Vila Real, vão ser ordenados, este domingo, às 17h00, três sacerdotes para a diocese vilarealense.

Na celebração, presidida por D. António Augusto Azevedo, Daniel Pinto Coelho, João Paulo Cunha Silvino e Miguel Ângelo Águeda dos Santos vão ser ordenados presbíteros.

As ordenações sacerdotais numa diocese são sempre motivo de grande alegria e festa, mas, este ano, em que se assinala o centenário da criação da diocese, revestem-se ainda de um significado especial.

Para Daniel Coelho, 27 anos, natural da paróquia de Póvoa de Agrações, no concelho de Chaves, arciprestado do Alto Tâmega, que apesar de ter ingressada no seminário aos 12 anos, a vocação ao sacerdócio surgiu aos 19 anos.

“Seguir este caminho não me passava pela cabeça. Apesar da semente já estar semeada há algum tempo, só surgiu com 19 anos, num momento de dificuldade da vida, em que senti a presença do chamamento de Deus, ao colocar no meu caminho as pessoas certas, porque Deus não nos abandona nos momentos difíceis, age no momento que Ele entende””, revela à Renascença.

Depois de um grande período de formação, tanto no Seminário Maior do Porto como na UCP do Porto, Daniel entende que “o período de formação terá de ser contínuo, para uma melhor evangelização, como também dar resposta às exigências da missão e caminho que Deus e o seu Povo assim o pedem”.

Acredita que ser ordenado presbítero, “mesmo sendo um contexto de uma população muito envelhecida e com identidade rural, é uma missão muito exigente e desafiadora”.

E ser ordenado em ano jubilar é, para Daniel, “uma enorme responsabilidade e exigência” e, ao mesmo tempo, motivo de “grande alegria e honra por fazer parte da história da diocese”.

O jovem que gosta de desporto, e em especial de futebol, e de contemplar a natureza, escolheu como lema de vida “Entrega ao Senhor o teu caminho; confia n’Ele e Ele atuará” e espera “não fugir do caminho” que Deus quer para ele.

“E quando enfrentar dificuldades, não me esquecer que Ele está comigo. Depois de forma mais pastoral, acolher e estar presente junto de todo e qualquer ser humano, tal como Jesus faria no meu lugar”, especifica.

João Paulo Silvino, 27 anos, natural da paróquia de Boticas, arciprestado do Alto Tâmega, conta que “a possibilidade de ser padre nunca apareceu num momento só”.

“É uma descoberta diária, um olhar para nós mesmos e sentir que somos chamados nas nossas decisões e ações”, diz.

O futuro sacerdote que entrou para o seminário aos 12 anos não tem hobbys específicos porque, diz, “devemos dar o nosso tempo a tudo o que nos rodeia. Não ter uma só coisa”.

Considera que “ser padre da diocese de Vila Real, é estar, antes de mais, com aqueles a quem podemos chamar nossas ‘gentes’. É um sentimento de alegria e de bem-estar”.

Quanto a ser ordenado em ano de centenário da criação da diocese, refere que “é gratificante e uma alegria”.

“Todavia, se chegamos a este centenário, devemos muito a outros. Somos os que são ordenados, mas não nos podemos esquecer aqueles que nos precederam e que deram tanto para com esta diocese. Para estar aqui tenho de olhar para trás e saber a importância deles”, realça.

“O centenário é um marco, com certeza, e ser ordenado nele é bom, mas, como disse, todos somos importantes para a edificação de uma igreja/sociedade mais humana e acolhedora”, acrescenta.

Escolheu como lema sacerdotal: “Eu respondi: «Aqui estou. Envia-me!»”. Diz que não tem “ideias de ser um bom ou mau padre”, mas “um pensamento” naquilo que pode “fazer”, no que pode “melhorar” todos os dias. “Isso, sim, é tentar compreender como posso ser na vida de sacerdote”.

Já Miguel Ângelo dos Santos, 26 anos, natural da paróquia de Alijó, arciprestado Douro II, que entrou no seminário aos 13 anos, refere que a possibilidade de ser sacerdote surgiu “quase como um desafio” lançado pelo pároco e por um amigo, que hoje é padre e que, na altura, estava no seminário.

“Fui conhecer o seminário e acabei por ficar. A partir daí fui percebendo, também através do belo testemunho de outros padres que é esta a minha vocação”, revela.

O jovem admite que o tempo de formação “nem sempre foi fácil” e confessa que sentiu “algumas dificuldades” ao longo do já longo período.

“Todavia, com a ajuda de Deus, aqui estou pronto para servir e para servir, em particular, a Diocese de Vila Real, como ‘orgulhoso’ vilarealense que sou”, conta.

Miguel gosta de jogar futebol e padel, passar tempo com os amigos, cantar e ouvir música e diz que “ser ordenado no centenário significa fazer parte integrante desta data marcante para a diocese”.

Na linha do lema sacerdotal que escolheu: “Faça-se em mim”, diz à Renascença que é isso mesmo que pretende.

“Que o Senhor faça em mim e através de mim aquilo que desejar fazer, porque só assim poderei vir a ser um bom padre. Assim quero que, à imagem de Maria, o Senhor faça em mim a sua vontade”, conclui.

A ordenação dos três novos sacerdotes da Diocese de Vila Real terá lugar no próximo domingo, às 17h00, na sé, em Vila Real, e será transmitida pelos canais da diocese no Facebook e YouTube.

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