JMJ2023

Guerra na Ucrânia. Jornadas Mundiais da Juventude mostram que “a paz é possível”

17 mar, 2022 - 06:05 • Tomás Anjinho Chagas

O padre Alexandre Mello, que veio do Vaticano e pertence ao Dicastério responsável pelas Jornadas Mundiais da Juventude, deposita a esperança da paz nos mais novos.

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“Muito obrigado pelo vosso sim”, diz o padre Alexandre Mello no final da homilia da missa celebrada especialmente para os voluntários. Estas pessoas já estão a trabalhar para a Jornada Mundial da Juventude 2023, que vai acontecer em Lisboa em agosto do próximo ano.

Alexandre Awi Mello é brasileiro, trabalha no Vaticano, no Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, responsável pela organização das Jornadas Mundiais da Juventude. “Já estamos a ver muita coisa a mexer. Muita paixão”, revela o sacerdote.

A missa decorreu na Igreja de Nossa Senhora dos Navegantes, no Parque das Nações. Esta vai ser a igreja que fica mais perto da zona onde o evento vai ter palco, no Parque do Tejo. O padre Alexandre Mello, virado para os jovens voluntários, pediu três “S´s”: sacrifício, solidariedade e serviço.

“O efeito da JMJ vocês só vão perceber no final da JMJ”, sublinha o sacerdote. Alexandre Mello reforça que a preparação de um evento com esta envergadura é exigente e requer muito espírito de sacrifício. Para o sucesso, o padre pede um outro “esse”: sinergia. “É preciso saber quanto custa e quem paga”, atira o padre em tom de descontração. Mas ressalva que aos voluntários, essas questões não dizem respeito.

Na missa, que aconteceu esta quarta-feira à noite, a maioria dos fiéis é jovem, e a pandemia ainda interfere com o normal funcionamento da celebração. Na “Paz de Cristo”, o padre pede para que todos se cumprimentem, mas sem se tocarem. “Abanem a cabeça, inclinem-na”, instrui. No momento da comunhão, os fiéis só podem tirar a máscara para tomar a hóstia, e recebem-na na mão, como tem vindo a acontecer nos últimos dois anos.

Missa para os voluntários da JM2023 Foto: Paulo Rocha/Ecclesia
Missa para os voluntários da JM2023 Foto: Paulo Rocha/Ecclesia
Missa para os voluntários da JM2023 Foto: Paulo Rocha/Ecclesia
Missa para os voluntários da JM2023 Foto: Paulo Rocha/Ecclesia
Missa para os voluntários da JM2023 Foto: Paulo Rocha/Ecclesia
Missa para os voluntários da JM2023 Foto: Paulo Rocha/Ecclesia
Missa para os voluntários da JM2023 Foto: Paulo Rocha/Ecclesia
Missa para os voluntários da JM2023 Foto: Paulo Rocha/Ecclesia

No final da missa, o padre Alexandre Mello recebe a Renascença e a Agência Ecclesia. A invasão da Ucrânia por parte da Rússia dura há mais de vinte dias. O sacredote deposita a sua esperança nos mais novos que virão a Lisboa para as Jornadas Mundiais da Juventude. “A JMJ é um testemunho que o amor entre diferentes raças, gerações e credos, é possível”.

O padre, que trabalha para a Santa Sé, projeta até uma imagem forte que pode ajudar a quebrar barreiras. “Já estou imaginando, na JMJ, uma bandeira da Rússia e uma bandeira da Ucrânia amarradas. E jovens ucranianos e russos que possam participar, mostrarão ao mundo que sim, é possível”, defende Alexandre Awi Mello.

Quanto à preparação deste evento que pode vir a receber milhares ou milhões de pessoas em Lisboa, o padre Alexandre Mello está “confiante” e elogia o “profissionalismo com paixão” das comitivas portuguesas.

O sacerdote garante que a JMJ está entregue em “boas mãos”, no entanto, admite que há sempre “bons” imprevistos. “Dizer que vai dar tudo certo, é impossível. Um projeto como este tem sempre coisas que escapam ao nosso controlo”.

Os peregrinos são o fator mais “imprevisível”. O padre Alexandre Mello lembra que “há um povo que está em caminho. Há peregrinos que na última hora que decidem participar. Isso rompe todos os esquemas”, diz o sacerdote enquanto se ri, à Renascença.

O padre do Vaticano diz mesmo acreditar que a JMJ2023 pode servir para reaproximar muitos da Fé e lembra que estes eventos conseguem “reapaixonar” muitos dos que estavam menos ligados.

As Jornadas Mundiais da Juventude foram criadas pelo Papa João Paulo II em 1985. O próximo ano será a primeira vez que vai passar em Portugal. O Papa Francisco já confirmou que vai marcar presença em Lisboa.
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