17 dez, 2023 - 00:00 • João Malheiro
Pedro Nuno Santos afirma que não quer "um país a arrastar os pés", mas "um Portugal inteiro que decida e faça acontecer".
No discurso de vitória das eleições internas, este sábado, no Largo do Rato, em Lisboa, o novo secretário-geral do PS refere que o partido "sempre foi um partido que conseguiu conciliar a estabilidade, mas, ao mesmo tempo, ter ambição".
"Não está tudo bem. Há muito trabalho para fazer em Portugal. Somos um partido ambicioso que não se resigna perante as dificuldades e tem consciência delas", expressa.
Pedro Nuno Santos diz que quer "construir um Portugal onde todos têm lugar, onde ninguém é esquecido. Onde estão jovens e velhos, homens e mulheres, trabalhadores e empresários. Um Portugal para todos".
O novo líder socialista agradeceu a António Costa pelos nove anos à frente do partido e garante ter "um orgulho imenso" no primeiro-ministro demissionário. Pedro Nuno Santos diz que Costa "criou emprego como poucos", em Portugal, e que o PS "conta sempre com ele e ele vai contar connosco".
O novo secretário-geral do PS reitera a vontade de trabalhar para um "Portugal Inteiro" - o seu slogan de campanha interna -, onde "cada um faz uma coisa que é últi para o outro".
"Este país construiu-se na cooperação, só avançará cooperando. Só avançará com todos", aponta.
"Um Portugal inteiro respeita toda a gente, reconhece e valoriza toda a gente, a começar pelos nossos jovens. Nós queremos estar ao lado dos jovens portugueses na sua luta pela emancipação. Ser jovem em Portugal tem de ser um prazer, tem de ser um gosto. Nós queremos que os jovens cresçam, construam as suas famílias e sejam felizes em Portugal", exalta.
No mesmo sentido, Pedro Nuno Santos também valoriza o respeito pelos "mais velhos que merecem ter uma reforma com dignidade".
"E sabem os mais velhos que podem contar com o PS e que o PS os respeita. O líder do PS não tem de prometer fazer algo diferente que o PS fez. Quando se apresenta perante os pensionistas, apenas tem de dizer que quer continuar o que o PS fez. Combater o isolamento, seja nas suas casas ou no hospital", defende.
O novo líder socialista também quis destacar que "as mulheres ganham menos que os homens e mesmo nos empregos mais qualificados deixam progredir", apontando que "em Portugal, as mulheres trabalham duas vezes".
Pedro Nuno Santos diz que "respeito é salário" e, igualmente, o Estado "tem de ser parceiro das empresas". Celebra também a criação do SNS "contra o voto deles, da Direita" e realça que o PS quer "salvar o SNS público, universal e tendencialmente gratuito".
"Não renegamos de nenhum setor privado na Saúde, mas queremos cuidar do SNS", reitera.
O novo secretário-geral do PS quer contar com José Luís Carneiro, candidato derrotado, na campanha eleitoral e com António Costa, rejeitando a ideia "de que há divisão entre moderados e radicais".
"Quanto muito há divisão entre quem tem convicções e quem não tem. Eu cá tenho convicções", diz, rejeitando equacionar, neste momento, cenários de coligações pós eleitoral à Esquerda.